No Netflix:Wasp Network - Rede de Espiões(2019)

Alguns refugiados cubanos chegam a Miami procuram uma associação supostamente humanitária que na verdade serve como fachada para outras atividades, inclusive de deinstabilização do regime caribenho. O que esperar de um filme de uma história tão complicada? Confira algumas ponderações sem spoilers dessa produção abaixo.

Ah se tivesse um roteiro mais azeitado...:/

Nota IMDb: 5,8 (até o dia da postagem) (IMDb)

Título original: Wasp Network

Ano de Lançamento: 2019

Diretor: Olivier Assayas(roteirista de filmes como Depois de Maio(2012), Carlos, o Chacal(2010), Acima das Nuvens(2014) e Personal Shopper(2016))

Estrelas: Penélope Cruz, Edgar Ramírez, Gael García Bernal, Ana de Armas, Wagner Moura,  entre outras estrelas
Crítica: Dissonant

Baseado em um livro polêmico de Fernando Morais chamado "Os últimos soldados da Guerra Fria:A história dos agentes secretos infiltrados...", lá de 2011, logo de cara mereceria uma série. Daí comprimir toda complexidade em 2 horas e 31 minutos é um desafio e tanto, que poucos filmes quase documentais conseguiram, mas....não foi o caso desse filme.

O argumento inicial do filme: alguns refugiados entram em contato com uma organização chamada "Hermanos Al Rescate", supostamente para encontrar refugiados perdidos no mar e conduzi-los ao processo de pedido de asilo, porém aos poucos a mesma vai se mostrando que não é bem o que aparenta ser. E não é só ela...

Longe de entrar na questão de valor sobre o Regime Cubano, ou de que a política de embargo econômico é uma ferramenta efetiva ou justa(spoiler pessoal: não é), ou financiamento e execução de terrorismo, mas tudo isso, que renderia excelentes ponderações, com um excelente elenco que o filme tem, não faz jus a História e ao tempo do espectador. Plot confuso, desenvolvimento de personagens raso, núcleos demais para o tempo de projeção, ênfase em pequenas coisas e enormes ignoradas, tudo isso realmente torna o filme chato para muitos, assim como confuso.

Mesmo o mérito de contar fatos que poucos conhecem ou convidar à dúvida, tudo isso fica estranhamente tão raso, tão consumível, tão vendável que fica fácil chamar de panfletário em alguns momentos. Ignore a obrigação de ser supostamente imparcial, o filme não consegue, talvez por competência de roteiro, tempo ou recursos, nem ser representação documental, nem um romance coeso e coerente. E tudo isso é uma pena pelos recursos que tem. A personagem de Penélope Cruz é absurdamente mal aproveitada, assim como Gael García e Ana de Armas, tendo um ótimo aproveitamento Wagner Moura. Ele curiosamente soube aproveitar bem, ao contrário da minha crescente antipatia quanto a Edgar Ramírez que é um personagem bem esquecível, ainda que seja praticamente o protagonista da história.

Resumindo, é um filme que tem um plot de espionagem, terrorismo e conspiração internacional com grandes atores, mas não consegue ritmo nem coesão para divertir ou quiça convencer o grande público. Vale conhecer sem grandes expectativas e com certeza que deve ser resgatado em uma série com certeza em breve. Até lá quem sabe com maior ponderação.

Lembrando que você pode nos acompanhar no FaceBook em https://www.facebook.com/MexidoDigital ou no twitter com @mexidodigital (https://www.twitter.com/MexidoDigital)