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No NetFlix: I Am Mother (2019)


Um filme que traz um tema manjado, mas com uma abordagem diferente e interessante
                                                   

Nota IMDb: 6,9 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: I Am Mother
Ano de Lançamento: 2019
Diretor: Grant Sputore
Estrelas:  Clara Rugaard, Hilary Swank, Rose Byrne,  Luke Hawker
Sinopse: Após a extinção da humanidade, uma adolescente criada por uma robô encontra outra humana e começa a questionar tudo o que aprendeu sobre o mundo.
Crítica: Michael

Os filmes sobre os perigos da inteligência artificial e dos robôs não são nenhuma novidade e temos alguns que geraram grandes franquias como 'O Exterminador do Futuro' e 'Matrix'. Desta forma, a temática deste filme é manjada, mas a forma como ele aborda este assunto é que o diferencia e o faz se transformar em uma excelente alternativa para os fãs do gênero.

A história começa já em uma instalação moderna após um evento de extinção da humanidade e acompanhamos um robô que se auto-intitula "Mãe" cultivando um feto humano em uma espécie de útero artificial e depois cuidando dele como se fosse seu filho. Na verdade, trata-se de uma menina e daí para frente ela será conhecida apenas como "Filha". Enquanto acompanhamos seu crescimento ela é ensinada e cuidada pelo robô. Porém, já quase adulta, a chegada de uma mulher misteriosa vinda do mundo externo irá mexer com sua vida e a fazer questionar tudo aquilo que lhe foi ensinado.

O roteiro foi montado de forma bem inteligente para deixar dicas e rastros que servirão para justificar as decisões tomadas no fechamento do filme, mas não faltam também falsas indicações para gerar conclusões que serão refutadas posteriormente. Sem dúvidas o aspecto mais interessante, e que serve para diferenciar este filme como dito anteriormente, é a abordagem de uma inteligência artificial fazendo o papel de mãe e ensinando um ser humano a amar, se preocupar com o próximo e a cuidar de sua "família". Enquanto em outros filmes nós vemos as máquinas como assassinos frios e escravizadores da humanidade, aqui a pegada é outra e tudo é feito de uma forma bem interessante e que nos ajuda a ter uma outra visão que mostra as máquinas, mesmo com sua lógica fria e calculista, tendo uma preocupação genuína com o ser humano e seu futuro. Claro que o desfecho, que inclusive vai referenciar essa imagem mais tradicional das máquinas, é daqueles que gera polêmica e discussão, mas pelo menos ele é original.

Uma peça fundamental para "vender" essa imagem de uma máquina mãe é o robô em si e o diretor toma a escolha acertada ao optar por efeitos práticos ao invés de digitais. A questão do contato físico é uma parte fundamental do roteiro e o fato de termos um ator usando uma "armadura" ajuda a dar o realismo necessário. Coube a Luke Hawker assumir esse desafio e ele faz um excelente trabalho que convence em todas as cenas e se junta a outros expoentes do gênero como a performance épica de Peter Weller na armadura de Robocop. Outro aspecto importante é a sua voz e Rose Byrne tem um desempenho marcante ao conseguir criar as "variações de humor" requeridas do robô.

O resto do elenco se resume a Clara Rugaard como a "Filha" e Hilary Swank como a mulher misteriosa. Enquanto a primeira tem o papel de protagonista e a responsabilidade de ser o contra-ponto humano da história, a segunda representa uma humanidade "extinta" e cuja maior preocupação é a auto-preservação a qualquer custo. Ambas fazem um excelente trabalho, com Clara Rugaard mostrando um talento promissor e Hilary Swank provando que merece mais chances para atuar.

Ainda é cedo para considerar este filme um clássico, mas sem dúvidas estamos diante de um excelente exemplar do gênero de ficção e que ainda traz boas oportunidades para reflexões e discussões. Além disso, ele revela dois grandes novos talentos: o do diretor Grant Sputore e da protagonista Clara Rugaard. Mais uma excelente produção bancada pelo NetFlix e com produção e elenco dignos das melhores produções do gênero para o cinema.

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