Filme da vez: Han Solo - Uma História Star Wars (2018)

Este filme é digno do mais famoso contrabandista da galáxia? Confira na nossa análise SEM SPOILERS

                                                                                                                                                                   

Nota IMDb: 5,8 (até o dia da postagem) (IMDb)

Título original: Solo: A Star Wars Story

Ano de Lançamento: 2018

Diretor:  Ron Howard

Estrelas:   Alden Ehrenreich, Woody Harrelson, Emilia Clarke
Sinopse: As aventuras do emblemático mercenário Han Solo (Alden Ehrenreich) e seu fiel escudeiro Chewbacca (Joonas Suotamo) antes dos eventos retratados em Star Wars: Uma Nova Esperança, inclusive encontrando com Lando Calrissian (Donald Glover).

A maior pergunta que surgiu em minha cabeça logo depois de ver 'Solo' foi: até quando a Disney vai continuar lançando tantos filmes no universo Star Wars? Claro que a resposta é bem simples: enquanto for lucrativo. Se a nota no IMDb e a quantidade reduzida de pessoas na sala de cinema forem um termômetro, talvez a máquina de imprimir dinheiro que é esta franquia esteja começando a ranger as engrenagens. Isso não quer dizer que 'Solo' seja um filme ruim, mas sim que ele poderia ter sido bem melhor se seu processo de produção fosse menos preguiçoso e mais ousado.

O filme se propõe a mostrar o passado de Han Solo e como ele se transformou no contrabandista mais famoso da galáxia e conseguiu sua nave Millenium Falcon e seu amigo Chewbacca. Sem dúvidas Han Solo é um dos personagens mais amados da trilogia original e seu passado era algo que merecia ser explorado com mais cuidado. O problema é que o filme é mais bem sucedido em mostrar como Han conseguiu suas "coisas" do que em contar uma história convincente de como ele virou a pessoa amargurada que conhecemos no Episódio IV. A escolha de como ele conhece Chewbacca também me pareceu bem forçada e incapaz de justificar a amizade tão forte entre os dois. O destaque fica mesmo para a Millenium Falcon e para a relação de Han com Lando que mostra como ele conseguiu a lendária espaçonave. Ela é uma protagonista em si e as cenas de vôo são muito impressionantes, tanto em termos de efeitos quanto pela quantidade generosa de "easter eggs" para os fãs. Outro ponto interessante e que parece ser reflexo de reclamação dos fãs (e talvez o motivo da demissão dos diretores anteriores) é o fato do humor estar mais contido.

Ainda que o texto não tenha favorecido a formação de Han Solo, sem dar  motivações boas para suas ações e privilegiando suas frases de efeito, a interpretação de Alden Ehrenreich é fantástica. Ele encarna o mercenário charmoso e inclusive reproduz vários trejeitos de Harrison Ford que ajudam a vender a ilusão, mostrando que fez muito bem seu dever de casa apesar de alguns exageros. Outro destaque é Emilia Clarke, com o personagem que possui o melhor arco da trama. Já Woody Harrelson não convence tanto com sua abordagem de "texano do espaço" e a personalidade forte da androide L3 me pareceu exagerada. Donald Glover tenta bastante trazer todo o charme de Lando, mas falta o carisma que 'Billy Dee Williams' trazia com tanta naturalidade. Por fim, uma participação especial surpreendente deixará muitos fãs coçando a cabeça para entender a cronologia do filme em termos da saga principal.

Talvez a Distey tenha errado em lançar 'Solo' pouco tempo depois do Episódio VIII e devesse manter o calendário de dezembro para lançamentos Star Wars. Só a bilheteria irá comprovar o sentimento de que talvez seja a hora de repensar e trabalhar melhor os roteiros. Estes filmes derivados da franquia deveriam servir para inovar e abordar outros aspectos do universo, pois eles não possuem o mesmo escopo e nem precisar se apoiar nas mesmas fórmulas estabelecidas. Infelizmente, não é o que vemos em 'Solo' e o medo de inovar acaba soando mais como preguiça do que como respeito aos fãs.

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