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Série da vez: The Last of Us (Primeira Temporada)

 

O mais novo e raro exemplo positivo de uma adaptação de um jogo que certamente irá se transformar na referência para futuras tentativas
                                                                                                                                        

Nota IMDb: 9,0 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The Last of Us
Criadores: Neil Druckmann, Craig Mazin
Estrelas: Pedro Pascal, Bella Ramsey, Anna Torv
Crítica: Michael

As adaptações de videogames para o cinema ou a televisão viraram uma referência de como não se traduzir um conteúdo para outra mídia, geralmente sem respeito ao material original e sem os ajustes necessários para que esta adaptação seja bem sucedida. Porém, como em quase tudo na vida, existem as exceções. Com qualidade de sobra na frente e atrás das câmeras, produção de alto nível, respeito ao material de origem e o nível certo de mudanças, The Last of Us é o mais novo e raro exemplo positivo deste tipo de adaptação e certamente irá se transformar na referência para futuras tentativas semelhantes.

O seriado é baseado no primeiro jogo de mesmo nome exclusivo da franquia Playstation e criado pela produtora Naughty Dog. Nele, a humanidade foi praticamente dizimada por uma epidemia de fungos que transforma os humanos em zumbis. Mais de vinte anos após o apocalipse, Joel é um dos sobreviventes que vira contrabandista para viver enquanto luta para superar a perda de sua filha única no início da epidemia. Seu destino acaba se juntando ao de Ellie, uma jovem que é imune ao fungo e que pode ser a última esperança da humanidade achar uma cura. Juntos eles irão atravessar o país e enfrentar vários obstáculos para tentar levar Ellie em segurança ao único lugar restante que pode criar esta cura.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que o seriado foi bastante fiel ao jogo, tanto em termos de história quanto visualmente. E não é à toa, uma vez que o escritor da franquia de jogos foi convocado para participar da produção da série e inclusive dirigiu um dos episódios. E o fato do jogo ter um foco na história também ajuda pela abundância de conteúdo dramático de qualidade. Claro que existiram ajustes que explicaram melhor alguns detalhes como por exemplo o inicio da epidemia e outras que alteraram o lore (como a falta das esporos e a "consciência coletiva" do fungo) e deixam boas perspectivas para explorações futuras. De resto, temos uma adaptação bem próxima ao material original e que inclusive trouxe o mesmo estilo visual e reproduziu algumas cenas bem icônicas da série com excelente qualidade de produção. Mérito também do talentoso produtor Craig Mazin que foi responsável por séries aclamadas como por exemplo Chernobyl.

Outro ponto alto da série e fundamental para seu sucesso foi a escolha da dupla de protagonistas. Pedro Pascal está em alta na carreira e esbanja seu talento como um Joel extremamente convincente e humano. Sua semelhança física com o personagem do jogo também ajuda bastante, mas ele consegue dar um toque pessoal à sua versão de Joel e eleva a dramaticidade do material. Já a escolha de Ellie foi mais ousada e trouxe Bella Ramsey como uma versão mais adolescente da personagem, talvez para facilitar a transição para a história do segundo jogo. Porém, ela também sobra e mostra muita personalidade, carisma e qualidade dramática, se apropriando do papel e o enriquecendo sem fugir das escolhas ousadas dos criadores e que geraram muita polêmica em cima do segundo jogo e que não iremos comentar agora para evitar spoilers.

Temos então uma excelente série dramática que traz uma versão própria de um apocalipse zumbi causado por fungos, mas que usa ele apenas como pano de fundo para contar a história dos seus protagonistas. Os zumbis e a confrontação com eles não são o foco aqui e isso foi o que gerou as maiores reclamações dos espectadores, mas a decisão de focar no drama gera um material mais profundo e capaz de atingir um público mais amplo. Se você estiver querendo apenas mais um Walking Dead certamente ficará decepcionado, mas se der uma chance para a excelente história e seus ricos personagens poderá ter uma ótima e surpreendente experiência que foca nos temas do luto, da importância dos relacionamentos e da s consequências das nossas escolhas. O final parece meio corrido, mas consegue fechar bem a história do primeiro jogo. Uma segunda temporada é garantida por conta do sucesso, mas resta agora saber se eles vão continuar com o plano de adaptar a polêmica trama do segundo jogo que se passa alguns anos depois e gerou bastante controvérsia ou se vão preferir contar alguma história inédita que se passaria entre os dois jogos. Independentemente da escolha, se for mantido o mesmo nível de cuidado e critério, a chance de gerar ainda outras temporadas é grande.

Disponível na HBO Max neste link

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