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Filme da vez: Batem à Porta (2023)

Um filme com premissa interessante, mas que não entrega o suspense esperado

                                                                                                                             

Nota IMDb: 6,2 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Knock at the Cabin
Ano de Lançamento: 2023
Diretor: M. Night Shyamalan
Estrelas: Dave Bautista, Jonathan Groff, Ben Aldridge
Sinopse: Durante as férias, uma garota e seus pais são feitos reféns por estranhos armados que exigem que a família faça uma escolha para evitar o apocalipse.
Crítica: Michael

Após uma ascensão meteórica ao dirigir 'O Sexto Sentido' e 'Copo Fechado', muitas achavam que M. Night Shyamalan seria o novo Alfred Hitchcock, mas logo vieram alguns fracassos e ele ficou um tempo esquecido. Porém, aos poucos ele foi mostrando que ainda tem sim talento para dirigir bons filmes como 'Fragmentado' e 'Vidro', desde que se mantenha fiel ao que ele sabe fazer de melhor: o suspense. Pois bem, ainda que 'Batem à Porta' tenha várias características de um bom filme de Shyamalan como premissa interessante, bom elenco e um escopo restrito com foco pessoal, falta justamente esse ingrediente tão importante para o cineasta.

A trama, que é a adaptação de um livro, mostra um casal que está de férias com sua filha adotada quando eles recebem a "visita" de quatro estranhos que os prendem e tentam convencê-los a fazer uma difícil escolha: um dos três precisa ser sacrificado para salvar a humanidade do apocalipse. Como disse antes, é de fato uma premissa interessante e que pode servir para levantar boas discussões morais, principalmente em um momento da história onde muitos acreditam que estamos nos aproximando do final dos tempos, seja por motivos naturais ou não. Porém, ainda que no princípio o filme consiga gerar uma tensão genuína, ele perde o fôlego rapidamente e termina de uma maneira bastante previsível. E o tão esperado suspense que é a marca registrada de Shyamalan dá apenas alguns sinais de vida, ficando praticamente ausente durante a maioria do filme.

Talvez a melhor parte do filme seja mesmo a performance de seu ótimo elenco. Dave Bautista é uma agradável surpresa no papel de um "gigante gentil" extremamente eloquente e ele prova que está mesmo passando da hora de abandonar os filmes da Marvel e passar a explorar mais do seu talento dramático. Jonathan Groff e Ben Aldridge também estão ótimos nos papéis do casal de protagonistas e conseguem convencer e emocionar quando necessário, assim como a pequena Kristen Cui que esbanja simpatia.

No final, temos mais uma ótima promessa de Shyamalan que acaba com um gosto amargo de oportunidade desperdiçada. Sem entregar no suspense prometido, este filme perde sua identidade ao não poder ser classificado nem como drama nem como terror. É mais uma boa premissa que não foi trabalhada como deveria, ainda que consiga sim gerar algumas reflexões interessantes sobre o  altruísmo e o impacto do indivíduo no coletivo da humanidade.

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