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Filme da vez: Homem-Formiga e a Vespa - Quantumania (2023)

  

Mais um filme bonito e vazio da Marvel que abusa da fórmula e faz pouco além de introduzir um formidável Kang.

                                                                                                                             

Nota IMDb: 6,5 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Ant-Man and the Wasp: Quantumania
Ano de Lançamento: 2023
Diretor: Peyton Reed
Estrelas: Jonathan Majors, Paul Rudd, Evangeline Lilly, Michael Douglas, Michelle Pfeiffer, Kathryn Newton
Sinopse: Scott Lang e Hope Van Dyne, com Hank Pym e Janet Van Dyne, exploram o Reino Quântico, onde interagem com criaturas estranhas e embarcam em uma aventura que vai além dos limites do que eles achavam possível.
Crítica: Michael

Há algum tempo temos alertado para o contínuo desgaste da "fórmula Marvel" de imprimir dinheiro com seus filmes forçadamente interligados do MCU. Infelizmente, o mais novo 'Homem-Formiga e a Vespa' não vai mudar isso e segue o molde de espetáculo visual com humor forçado e pouco foco nos personagens e suas jornadas. No entanto, pelo menos na sua tarefa mais importante ele conseguiu ser bem sucedido: introduzir o novo grande vilão do MCU, Kang, interpretado por um Jonathan Majors extremamente focado e à vontade no papel.

A trama mostra o Homem-Formiga tentando se readaptar à sua vida normal após os acontecimentos que definiram o destino do universo na derrota de Thanos, principalmente na busca por se reconectar com sua filha. Mas de repente eles são "sugados" para o Mundo Quântico e vão acabar lutando por suas vidas e pela existência do seu universo. Desta forma, como de costume, a Marvel insere uma trama de proporções galácticas, não aprofunda nada nos temas pessoais e ainda consegue arruinar os poucos momentos de genuína dramaticidade com sua insistência em causar risadas a cada cinco minutos. Temos também a esperada introdução de M.O.D.K. no MCU que acaba sendo vítima desse humor forçado.

Mas nem tudo é perdido e o roteiro tem seus pontos fortes. O primeiro é a chance de vermos Michelle Pfeiffer em um papel de destaque que finalmente usa um pouco do seu talento. O segundo e mais importante é a introdução do novo grande vilão do MCU nesta nova fase: Kang, O Conquistador, interpretado pelo talentoso Jonathan Majors. Ainda que ele tenha sido mostrado inicialmente na série Loki, esta é a primeira vez que vemos ele como vilão de fato e realmente ele tem a gravidade e presença de tela para justificar sua escolha. Além da sua entrega física, Jonathan Majors esbanja confiança e tem uma eloquência digna dos grandes vilões do cinema, mostrando que os Vingadores terão um adversário à altura pela frente. Pena que faltou uma melhor explicação sobre seus poderes e algumas decisões tomadas por ele tenham sido muito questionáveis caindo dentro dos clichês do gênero.

Outro aspecto do filme que precisa ser destacado é a qualidade dos efeitos visuais. Um filme que tem efeitos na maioria de suas cenas pode ser um sinal de alerta, mas aqui o resultado é quase sempre muito bom e temos alguns momentos de cair o queixo, ainda que não estejam apoiados por uma boa justificativa no roteiro. E por falar nisso, o Mundo Quântico é uma verdadeira viagem visual (mesmo que suas regras e lógica não façam nenhum sentido) e parece ser o resultado de um brainstorming  que envolveu muitas pessoas fãs de George Lucas e uma quantidade de entorpecentes acima da considerada legal.

Voltando ao que não funciona, o restante do elenco não mencionado sofre muito com o roteiro limitado. Paul Rudd continua simpático mesmo com as rugas e com ótima  química com Evangeline Lilly, mas seus personagens não evoluem muito na trama. Michael Douglas parece ter aparecido apenas para pegar seu cheque e muito pouco à vontade com as telas verdes. A jovem Kathryn Newton até que tenta, mas o roteiro a resume a uma adolescente idealista que só serve para andar a trama em alguns momentos.

Temos então outro filme da Marvel que tem casca bonita, mas pouca sustância. O humor forçado não está no nível alucinado do último Thor, mas ainda assim atrapalha mais do que ajuda. Pelo menos a introdução de Kang foi bem feita e ele parece ser um vilão à altura de Thanos. No entanto, isso não resolve o problema que a própria Mavel criou ao escolher ir pela direção do multiverso e que inclusive já desandou seus quadrinhos no passado: a falta de uma linha lógica e uma enorme perda do significado da morte. Que impacto tem a perda de um personagem se existem infinitas versões dele? E pior, por que o meu universo e seus personagens são mais importantes do que os outros? E como aumentar o que está em jogo depois de uma saga de multiverso? Desta forma, este multiverso pode ser tanto a ferramenta que a Marvel queria para ter liberdade total como a infestação de cupins que vai lentamente consumindo as raízes da árvore do MCU até ela morrer, secar e ficar ali apenas esperando um vento mais forte para despencar.

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