Filme da vez: Avatar - O Caminho da Água (2022)

Em tempos de streaming este filme é sem dúvidas uma excelente motivação para sair do conforto de casa de casa e vivenciar a magia do cinema.

                                                                                                                        

Nota IMDb: 8,3 (até o dia da postagem) (IMDb)

Título original: Avatar: The Way of Water

Ano de Lançamento: 2022

Diretor: James Cameron

Estrelas: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Kate Winslet

Sinopse: Jake Sully vive com sua nova família na lua extrassolar Pandora. Uma vez que uma ameaça familiar retorna para terminar o que foi iniciado anteriormente, Jake deve trabalhar com Neytiri e o exército da raça Na'vi para proteger sua casa.

Crítica: Michael

Em 2009 o primeiro Avatar gerou uma verdadeira revolução na indústria cinematográfica, não apenas pelo seu sucesso de bilheteria estrondoso, mas principalmente pelas questões técnicas da qualidade de efeitos especiais e do uso da projeção em 3D da maneira correta. Porém, como sempre em seus projetos recentes, James Cameron demorou mais de uma década para trazer a sua continuação e vale o questionamento se esta franquia ainda tem alguma relevância? A resposta é um enfático sim, tanto em termos do novo patamar dos efeitos digitais apresentados quanto em relação ao entretenimento e à história com uma mensagem rica sobre questões ambientais relevantes.

No quesito de roteiro, temos aqui uma continuação direta do primeiro filme que começa alguns anos após o conflito final e não poupa momentos de exposições para mostrar como Jake e Neytiri formaram uma família. Após isso, temos o retorno do "povo do céu" com uma nova guerra por recursos naturais e que também terá um foco grande na família dos dois protagonistas. A trama também traz vários elementos interessantes e atuais com mensagens sobre o meio ambiente, a importância do equilíbrio e os perigos e crueldades da má exploração dos recursos naturais.

Apesar de temos uma história muito bem criada em termos da temática, aqui já caberia a primeira crítica sobre algumas escolhas tomadas por James Cameron. É compreensível que ele goste de trabalhar com as mesmas pessoas sempre, mas em geral ele conseguia impedir que isso afetasse seus filmes. Aqui infelizmente ele pesa a mão e o retorno de Sigourney Weaver e de Stephen Lang não só ficam forçados como também esvaziam bastante o significado da morte de figuras chave nesta franquia, principalmente para Weaver que volta para interpretar uma adolescente e simplesmente não convence com sua voz adulta. Além disso, o filme tem uma duração muito longa que poderia ter sido otimizada ao se evitar repetir os mesmos instrumentos do "núcleo adolescente" dos filhos de Jake arrumando confusão para andar com a trama e partir para a ação.

E por falar em ação, James Cameron mostra que continua sendo o mestre do gênero e esta continuação tem algumas das cenas de batalha mais impressionantes já criadas para o cinema. E isso é também uma consequência direta da qualidade impressionante dos efeitos especiais que deixam qualquer filme da Marvel parecendo desenho de giz de cera infantil. Portanto, Se a duração longa do filme pesa na história, ela pesa tanto no espetáculo porque temos uma sucessão de cenas que derrubam o queixo do espectador. Talvez o único ponto negativo no aspecto visual, pelo menos na experiência que tive no cinema onde assisti, tenha sido a não evolução dos efeitos estereoscópicos que são interessantes, mas não chegam a ofuscar os do primeiro filme.

Em termos de elenco, como disse antes temos os retornos de vários atores do primeiro, inclusive alguns personagens que morreram. De resto, Sam Worthington e Zoe Saldana desta vez assumem uma posição de menor destaque e brilham somente nos momentos mais épicos. Quem ganha destaque são seus filhos com a decisão de focar a história da dinâmica familiar dos Sully. Outro nome que merece ser mencionado é o de Kate Winslet, quase irreconhecível no papel de Ronal, mas esbanjando talento e carisma como sempre.

Temos então um verdadeiro espetáculo de entretenimento visual e com uma história cativante o suficiente para elevar seus momentos mais dramáticos. Se a duração elevada pode gerar algum cansaço físico para quem for ao cinema, ela também trará arrepios e quase lágrimas para os amantes da sétima arte e do que ela pode proporcionar em termos de experiência visual. Em tempos de streaming este filme é sem dúvidas uma excelente motivação para sair do conforto de casa de casa e vivenciar a magia do cinema.

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