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Série da vez: Os Anéis do Poder (Primeira Temporada)

 

Um seriado que falhou em corresponder à expectativa surreal, mas que possui méritos por sua qualidade de produção

                                                                                                                                       

Nota IMDb: 6,9 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The Lord of the Rings: The Rings of Power
Criadores: Patrick McKay, John D. Payne
Estrelas: Morfydd Clark, Ismael Cruz Cordova, Charlie Vickers, Markella Kavenagh, Daniel Weyman
Crítica: Michael

A trilogia O Senhor dos Anéis foi um dos grandes sucessos do cinema no início deste século e não só agradou aos fãs que já conheciam as obras de Tolkien como também conseguir arrebanhar vários novos seguidores do seu legado. Porém, a segunda tentativa de reviver este sucesso não deu certo na figura da trilogia O Hobbit, muito provavelmente porque foi feita a partir de um pequeno livro que foi esticado demais para caber em três enormes filmes. E o que esperar então de uma série baseada não em livros, mas sim em contos esparsos ou notas de rodapé escritas por Tolkien?  Os criadores da nova série da Amazon Prime Video aceitaram o desafio, mas nem todo o investimento que foi feito conseguiu corresponder ao nível surreal de expectativa que foi criado e as escolhas criativas tomadas com o material que carecia mesmo de sustança não foram bem aceitas pelos fãs mais ardorosos. Mesmo assim, é inegável a qualidade de produção e o fato de que ela consegue recriar a Terra Média sem deixar nada a dever ao que foi feito antes.

A série foca na história da Segunda Era da Terra Média, antes da criação dos Anéis do Poder e da criação do Um Anel por Sauron. Porém, Tolkien escreveu pouco sobre este passado e isso demandou que os criadores do seriado preenchessem as lacunas. Aí já entra uma diferença crucial entre esta adaptação e a da primeira trilogia do Senhor dos Anéis, onde tínhamos três extensos volumes com inúmeros personagens e tramas para se escolher. Aqui, coube as criadores esta tarefas e, como já esperado, eles não possuem o mesmo talento que Tolkien mostrou ao escrever sua obra-prima. Os personagens não possuem o mesmo carisma e os diálogos também deixam muito a desejar em vários momentos, o que dificulta a identificação com o espectador. Isso sem falar de algumas liberdades criativas que buscam modernizar a história para deixá-la mais inclusiva ou alteram a linha do tempo para tentar usar personagens que não deveriam estar ali. Um bom exemplo disso é a introdução dos antepassados dos Hobbits, os Harfoots, como uma tentativa de se conectar ao que foi feito antes. Apenas no final da temporada quando temos algumas figuras marcantes e nomes conhecidos da franquia sendo apresentados é que a série ganha mais apelo e consegue quebrar estas barreiras.

Mas se em termos de história o seriado tropeça no início, desde o começo ele enche os olhos com sua enorme qualidade de produção que mostra o grande investimento feito. Cenários grandiosos com figurinos impecáveis e tomadas externas com belezas naturais de tirar o fôlego são complementados com efeitos especiais de primeira e uma trilha sonora emocionante. A série não fica devendo em nada para as adaptações para o cinema, a não ser por enquanto pela falta de batalhas tão grandiosas como os que vimos nas telonas.

Em termos de elenco temos poucos rostos conhecidos e a escolha de focar em uma jovem Galadriel como protagonista é acertada e atual, mas peca pela forma como sua personalidade foi construída, tornando-a um tanto antipática. Mesmo assim, a atriz Morfydd Clark dá conta do recado e mostra talento e carisma suficientes para justificar a grande responsabilidade. Destaque também para o elfo Elrond de Robert Aramayo e suas interações com o anão Durin que geram algumas das melhores cenas desta temporada. Do lado do "elenco hobbit", ótima atuação de Markella Kavenagh como Nori e também de Daniel Weyman como "O Desconhecido".

Uma outra coisa importante de se ressaltar é que a obra de Tolkien foge bastante dos padrões atuais de narrativas que prendem o público por ser algo muito mais leve. Apesar da temática de fantasia estar em alta, não temos aqui as mesma violência, vale-tudo político e conteúdo sexual que fizeram de Game of Thrones o sucesso que vimos e temos que louvar a Amazon por não ter traído a essência da obra de Tolkien. E mesmo com a primeira recepção dura, o final desta primeira temporada parece estar quebrando a resistência inicial do público e isso é demonstrado pelo aumento considerável da nota no IMDb. Pessoalmente, como fã de fantasia medieval e da obra de Tolkien, me sinto privilegiado de rever o universo do autor recriado de forma visualmente tão impressionante e estou disposto a relevar os problemas já esperados em termos de história, desde que os fundamentos da sua criação sejam preservados. Resta ver se o retorno financeiro será como esperado e aguardar pela próxima temporada para ver como a Amazon vai reagir às críticas e que alterações serão feitas para tentar apaziguar os ânimos.

Disponível no Amazon Prime Video neste link

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