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No NetFlix: O Enfermeiro da Noite (2022)

Um filme com performances extraordinárias e uma premissa interessante, mas que tropeça em um roteiro mal dividido

                                                                                                                

Nota IMDb: 6,9 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original:  The Good Nurse
Ano de Lançamento: 2022
Diretor: Tobias Lindholm
Estrelas: Eddie Redmayne, Jessica Chastain, Denise Pillott
Sinopse: Uma enfermeira suspeita que o colega é responsável por uma série de mortes misteriosas e arrisca a própria vida em busca da verdade.
Crítica: Michael

O caso real de um enfermeiro que pode ter sido responsável por cerca de quatrocentas mortes é certamente uma histórica digna de ser adaptada para a ficção. Porém, para que esta adaptação seja bem sucedida, é preciso que seja dada prioridade para explorar a psique deste serial killer e suas motivações e também as circunstâncias que permitiram que ele cometesse tantos crimes impunimente antes de ser pego. Infelizmente, este filme não consegue cumprir bem nenhum destes requisitos e, apesar das performances extraordinárias dos seus protagonistas, acaba deixando um gosto amargo de oportunidade desperdiçada.

A trama mostra o caso real do enfermeiro Chales Cullen que durante uma carreira de enfermeiro que durou dezesseis anos é suspeito de ter cometido mais de quatrocentos assassinatos de pacientes na UTI através de envenenamento por administração incorreta de medicamentos. Quando ele vai trabalhar em um hospital novo, uma investigação é aberta e sua colega de trabalho acaba desconfiando e se une à polícia para tentar dar um fim aos crimes.

O roteiro cria algumas subtramas para o desenrolar dos fatos: uma crítica ao sistema de saúde americano e dos hospitais que se preocupam mais com dinheiro e em evitar processos do que com os pacientes; a apresentação do enfermeiro serial killer e sua personalidade; a vida da enfermeira que ajudou na investigação; e a investigação policial que tenta prender ele e evitar novas mortes. O problema é que o filme não decide focar no que é mais importante neste caso: o estudo da personalidade do assassino e de suas motivações. Ao invés disse, ele gasta pouco tempo nisso e também não desenvolve as outras tramas o suficiente para torná-las relevantes ou mais impactantes. A trama sobre o sistema hospitalar consegue levantar alguns pontos que justificariam a impunidade, mas também não possui embasamento suficiente. E o resultado é um filme com grande potencial que acaba enfraquecido ao se dividir entre gêneros distintos e sem conseguir se sobressair em nenhum deles.

E o gosto de oportunidade perdida fica ainda mais amargo quando vemos as excelentes performances de Eddie Redmayne e Jessica Chastain. O primeiro está extremamente convincente no papel do enfermeiro que cometeu os crimes e sua atuação traz nuances muito ricas que ajudam a pontuar uma personalidade que parece extremamente complexa, só aumentando a insatisfação de vermos como ela foi pouco explorada pelo roteiro. Do outro lado, Jessica Chastain também despeja talento no papel de uma mãe sobrecarregada que precisa superar um problema de saúde série ao mesmo tempo que terá que lidar com o colega de trabalho assassino. Felizmente, sua personagem recebeu uma atenção melhor do roteiro e suas motivações muita mais bem trabalhadas.

Temos então um filme que tinha tudo para ser um novo clássico de crime e drama, mas que se perde em um roteiro dividido e desprovido de personalidade própria. Ao não focar nos aspectos mais interessantes da sua premissa, ele perde uma oportunidade única de se colocar no hall dos grandes filmes que abordaram temas semelhantes. Mesmo assim, vale pelas performances dos protagonistas e não será surpresa alguma se os dois forem indicados a premiações.
 

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