Série da vez: Iluminadas (2022)

Uma minissérie com excelentes interpretações do elenco e que navega bem entre diferentes gêneros

Nota IMDb: 7,4 (até o dia da postagem) (IMDb)

Título original: Shining Girls

Criadores: Silka Luisa

Estrelas: Elisabeth Moss, Wagner Moura, Phillipa Soo

Crítica: Michael

Algumas vezes temos filmes ou seriados que navegam entre gêneros e conseguem surpreender e inovar, desde que esta transição seja feita da forma correta. Felizmente é o que temos em Iluminadas, uma minissérie original da Apple TV+ estrelando Elisabeth Moss e o brasileiro Wagner Moura. Inicialmente se vendendo como um drama de crimes tradicional, a história começa a apresentar elementos de ficção que ajudam a montar o quebra-cabeças e, ao aliar isso com as atuações excelentes do elenco e um roteiro conciso, consegue abraçar diferentes gêneros com extrema desenvoltura.

A história é baseada em um livro de mesmo nome e mostra a protagonista Kirby lidando com um terrível trauma do passado quando ela foi atacada por um homem e quase morreu. Ela trabalha em um jornal e tenta seguir sua vida enquanto luta para entender uma realidade que literalmente se modifica diante de si e que faz ela pensar que está tendo falhas de memória. Porém, quando um jornalista do seu local de trabalho começa a investigar um caso de ataque semelhante ao dela, os dois irão se juntar para tentar desvendar o mistério e encontrar o homem responsável.

Como disse antes, a minissérie inicialmente se apresenta como um drama de crime tradicional com uma pequena diferença: aqui tentamos desvendar as pistas para entender o assassino e suas motivações, não para descobrir sua identidade, uma vez que ele se mostra presente desde o começo. Composta de oito episódios, apenas a partir do terceiro é que começam a ser inseridos elementos de ficção para explicar os eventos anteriores, mas isso é feito de uma forma muito inteligente e que explica apenas o necessário, evitando chocar o expectador ou afetar o clima sério e tenso que foi tão bem construído até então. Com escolhas que se mostram acertadas, o seriado vai mostrando aos poucos através de flashbacks como chegamos até a situação atual enquanto alterna com a linha de tempo corrente, sempre identificando corretamente através de elementos visuais para não gerar confusão.

Outro ponto positivo é o desenvolvimento dos personagens e de suas motivações, com destaque principalmente para os protagonistas. Elisabeth Moss mostra mais uma vez o enorme talento que já era conhecido desde Mad Men ou mais recentemente em O Conto da Aia, com uma interpretação que apresenta Kirby como uma pessoa complexa e, apesar de traumatizada, com coragem e disposição de encontrar o homem que a atacou para poder seguir sua vida. Ao seu lado, Wagner Moura também está ótimo como o repórter Dan Velasquez com grande alcance dramático e um charme e carisma que mostram que ele está cada vez mais à vontade de atuar falando em inglês, mesmo que aqui isso aconteça com um personagem de origem latina. Destaque também para Jamie Bell no papel do assassino em série com o perfeito equilíbrio entre uma interpretação fria e assustadora, fazendo excelente uso do roteiro que monta o retrato completo do seu personagem e motivações.

Recomendo então esta ótima minissérie para todos os que gostam de dramas de crime com excelente elenco e qualidade de produção. Talvez os elementos de ficção inseridos podem gerar algum estranhamento inicial, mas tudo é feito de maneira muito competente que não desvia o foco nem subtrai do resultado final, pelo contrário. Com a recepção calorosa da crítica e do público, existem até rumores de uma possível segunda temporada, mas a história não deixa muitas pontas e finaliza bem tudo o que foi aberto, talvez até esvaziando a necessidade de uma sequência. Com interpretações louváveis de Elisabeth Moss e Wagner Moura, esta minissérie é mais uma excelente opção de entretenimento da Apple TV+.

Disponível na Apple TV+ neste link.

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