Anúncio 1

Últimos Posts

Série da vez: A Serpente de Essex (2022)

 

Uma minissérie que, apesar do desfecho corrido, levanta temas interessantes e tem atuações inspiradas

                                                                                                                                        

Nota IMDb: 6,4 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The Essex Serpent
Criadores: Clio Barnard
Estrelas: Claire Danes, Tom Hiddleston, Frank Dillane
Crítica: Michael

Não é incomum os autores de estórias usarem um pano de fundo cultural específico para discutir temas relevantes e é justamente isso que A Serpente de Essex tenta fazer. Baseada no livro de mesmo nome lançado em 2016, esta minissérie da Apple TV+ usa a lenda da Serpente de Essex (quase um primo do "Monstro do Lago Ness") com eventos que se passam no final do século 19, para levantar temas interessantes como: religião(tradição) versus ciência (inovação); histeria coletiva; e principalmente, as diferentes formas de se amar. E, apesar do seu final extremamente corrido com conclusões apressadas, o resultado é em geral positivo.

Na Inglaterra do final do século 19, uma recém viúva com traumas decide seguir sua vida e parte para uma cidade do interior após rumores do aparecimento da lendária "Serpente de Essex" que estaria aterrorizando os moradores do local. Ao chegar lá, ela precisará enfrentar a resistência dos moradores e da tradição religiosa da época que resistia à ciência. Além disso, ela também se envolverá com um padre local que vive seus próprios conflitos internos.

Como falado antes, este pano de fundo serve para levantar discussões relevantes que são atemporais, como o conflito entre a tradição religiosa que exige a fé e a inovação da ciência que precisa de provas. Outras alegorias religiosas estão no próprio conceito da serpente e da tentação ao homem. Outro ponto levantado é o poder da histeria coletiva em gerar situações que afetam uma comunidade e fazer seus moradores acreditarem inclusive no sobrenatural. Porém, o cerne da trama foca nas diversas formas de manifestação do amor: amizade, amor carnal, amor platônico, amor espiritual, etc, além de também falar sobre as formas de amor doentio. Tudo isso é apresentado com um tom visual mais sombrio (quase gótico) e com uma trilha sonora que eleva a pegada dramática da série.

No elenco temos o destaque para os protagonistas, Tom Hiddleston e Claire Danes. O primeiro prova que tem muito mais a entregar fora do universo Marvel (onde interpreta o Deus da traição, Loki) com uma performance afiada no papel de um padre que luta para conciliar sua fé com a busca pela verdade. Já Claire Danes exagera um pouco na cara de choro, mas mesmo assim convence como a protagonista que tenta se encontrar e reconstruir sua vida enquanto navega pelas armadilhas sociais. Ambos personagens são bem desenvolvidos durante a duração dos seis episódios, mas é preciso mencionar o desfecho.

O seriado gastou bastante tempo criando situações interessantes e discutindo temas complexos, mas esqueceu de planejar melhor seu desfecho. Chega ao ponto de praticamente tudo ser resolvido de forma corrida nos últimos quinze minutos do episódio final. Tanto que eu já estava certo de que haveria uma segunda temporada para melhor encerrar as diversas tramas, mas não, ficou mesmo o desfecho apressado.

Apesar da pressa para chegar lá o ponto final é satisfatório e a série ainda tem muitos méritos, principalmente pela produção caprichada, pelos temas levantados e pelas excelentes performances dos dois protagonistas. Fica então a dica para quem gostar de dramas de época com temas atuais aplicados em um cenário diferente.

Disponível na Apple TV+ neste link

Lembrando que você pode nos contatar através do email mexidodigital@gmail.com ou deixar seu comentário abaixo

Nenhum comentário