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Livro da Vez:Jogador Número Dois

E de repente o livro virou uma série, e por enquanto, duologia. Mas será que vale a pena tentar mexer em algo que estava tão fechadinho e teve uma adaptação boa nos cinemas? Descubra esse e outros detalhes, na crítica, como de costume, sem spoilers, abaixo.

Nova história ou um DLC?


Wade Watts agora enfrenta um novo desafio momentos depois do final do outro livro, como o peso do poder, o dilema de um novo aparelho que revoluciona a forma de experimentar o OASIS e questiona o conceito de realidade, ainda que com um peso de escolhas no lado pessoal e como sociedade. E tudo embalado com mais uma nova corrida por 7 mistérios, um vilão muito poderoso e um problema temporal.

Vamos já colocar o elefante no meio da sala. Seria algo inteligente por parte de Ernest Cline fazer um livro volume 2 de uma história que conseguiu a adaptação de Steven Spielberg? Depois do sem graça Armada, não seria arriscar demais? Teria o autor uma justificativa de adicionar algo sem parecer um DLC de um jogo de sucesso? Logo de cara, como leitor, diria que sim. Dá pra ver o porquê de arriscar mexer no universo do OASIS por meio de recurso narrativo que abre uma série de interessantes idéias.

E tenho que ser sincero por duas coisas. Eu conhecia a versão física do livro e ficou ótima. A diagramação, a arte fora e dentro, tudo ficou com um carinho da editora Intrínseca que só vimos nos livros da Darkside. O único e grande problema hoje em dia talvez seja a gramatura do papel, que pode incomodar muita gente, contudo isso é praticamente um problema generalizado nos novos livros. Para quem gosta de colecionar livros também pela parte estética(não estamos falando obviamente de pessoas que compram livros apenas para servir de fundo de lives) na vai ficar decepcionado. Outra coisa é que acabei concluindo a obra no audiolivro. E no final ele se sai melhor nesse formato. O motivo explico mais a frente.

Contudo, o livro tem três probleminhas. O primeiro é de ritmo, que começa interessante, se perde um pouco nas ponderações sobre os problemas, embarca na busca envolta a curiosidades nerds dos anos 80 em mais uma busca dos segredos, agora 7, o que pode levar a uma espécie de sentimento de leitura de um livro do Dan Brown, no sentido de ter um problema, mistérios, solução, fim, ponderações finais. O segundo problema é que talvez parte do público já se descolou da curiosidade da década dos anos 80 e acha enfadonho alguns detalhes. E o terceiro, o curioso depois de pensar, é que o livro está mais para um roteiro gordinho do que livro, com uma barriga bem grandinha, porém com um bom roterista com coragem de deixar enxuta pode render sim um bom filme. Dá para desconfiar do real motivo do livro era se tornar um livro desde do começo, já que como leitor senti falta das ponderações interessantes de alguns problemas e não só um histérico sim. Talvez esse seja o grande problema de algumas pessoas, inclusive eu, com o final.

Resumindo, se você tem saudade da franquia, porém queria algo diferente, diria que seu desejo se tornou em parte uma realidade. Há bons momentos, com surpresas, questionamentos(e se você fica só com a pergunta, talvez cabe ao leitor responder? Sei lá! :)), aventura e muita nostalgia. O único problema é que talvez faltou um editor com maior autoridade, para tornar o livro menor e mais conciso, ou mais tempo para ponderar e tornar o livro menos "plano" sobre algumas decisões.  É um livro que já nasce querendo ser um filme e fica o peso para quem foi adaptar. Mas valeu a jornada. 


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