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No NetFlix: Fuja (2020)

 

O que poderia ser um filme espetacular e único no gênero de suspense acaba derrapando feio no final

                                                                                             

Nota IMDb: 6,2 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Run
Ano de Lançamento: 2020
Diretor: Aneesh Chaganty
Estrelas:  Sarah Paulson, Kiera Allen, Sara Sohn
Sinopse: Em Fuja, Chloe (Kiera Allen) é uma adolescente que sofre de inúmeras doenças, inclusive paralisia, que a colocou em uma cadeira de rodas. Ela é educada em casa por sua mãe, Diane (Sarah Paulson), e aguarda a carta de resposta da faculdade. No entanto, o comportamento estranho apresentado pela matriarca começa a deixar a jovem desconfiada de que algo está errado. Quando encontra um remédio receitado para a mãe, a jovem passa a questionar tudo o que Diane faz, suspeitando que algo muito mais sinistro está por trás de tudo.
Crítica: Michael

Sem dúvidas a maternidade é um dos grandes mistérios em termos tanto da experiência física quanto da conexão emocional que a mãe cria com seu filho. Não existem limites para o que uma mãe faria por seu filho e este novo filme do NetFlix usa esta premissa com um viés de suspense para subverter este conceito e apresentar esta conexão de uma forma muita mais assustadora. Ainda que o suspense seja efetivo e as atuações das protagonistas sejam excelentes, o filme tropeça em algumas escolhas erradas e principalmente em um final polêmico.

A trama mostra a jovem Chloe, que sempre precisou superar inúmeras limitações físicas e lidar com doenças, chegando à idade de ir para a faculdade e finalmente sair de casa. Porém, sua mãe, Diane, a isola do contato com o mundo externo e aos poucos vai revelando uma faceta controladora que preocupa Chloe. Falar mais do que isso seria estragar muitas das surpresas que o filme apresenta e mataria o que ele traz de melhor: o suspense. O andamento do roteiro é bem pensado para prender o espectador na cadeira e gerar momentos de sincera tensão. À medida que os acontecimentos escalam e mais detalhes são revelados, o clima esquenta ainda mais e chega a beliscar no gênero de terror.

E, sem dúvidas, o grande mérito disto é a atuação das duas protagonistas e sua química juntas. Sarah Paulson entrega uma performance extremamente inspirada e aterrorizadora como a mãe possessiva e calculista. O filme também faz um ótimo papel em humanizar sua personagem e gerar empatia. Do outro lado, a jovem atriz Kiera Allen, que inclusive é de fato cadeirante, faz um perfeito contraponto no papel de Chloe e traz uma interpretação muito realista na figura de uma adolescente que precisa superar suas limitações físicas enquanto seu mundo desmorona à sua volta.

Porém, a partir do clímax do suspense, o filme começa a desandar. A escolha de mudar o cenário para o desfecho foi errada e acabou tirando o foco das duas talentosas atrizes e se rendendo aos clichês, sem falar da forma como o conflito é resolvido. Para piorar, o final é bastante polêmico e ao tentar inovar acaba minando o que foi construído até então.

Mesmo assim, o filme ainda é extremamente indicado para os fãs de suspense, pois em dois terços de seu tempo ele traz momentos memoráveis para o gênero. Vale também para reconhecer o mérito das protagonistas e suas interpretações que construíram isso. No mais, resta lamentar que o que poderia ser um filme espetacular e único no gênero acaba derrapando feio no final.


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