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Filme da vez:Cherry - Inocência Perdida(2021)

Um filme complicado, definitivamente não indicado para todo tipo de público, sobre um ex-veterano de guerra, drogas, assaltos a banco e a dificuldade de acesso à saúde mental. Confira mais detalhes na crítica abaixo

Colorir não faz ou dá o mesmo efeito em um roteiro com problemas


Nota IMDb: 6,5 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Cherry(2021)
Ano de Lançamento: 2021
Diretor: Anthony Russo e Joe Russo
Roteiro: Angela Russo-Otstot e Jessica Goldberg
Estrelas:  Tom Holland(Cherry), Ciara Bravo(Emily), Jack Reynor(Pills & Coke), Forrest Goodluck(James Lightfoot), Jeff Wahlberg(como Jimenez), por  entre outras estrelas.
Crítica: Dissonantbr


Adaptar livros para as telas é definitivamente uma arte. Tanto é assim que o Oscar de Melhor Adaptação faz jus a enorme dificuldade de condensar, traduzir/adaptar para outro veículo e,  de preferência não matar o núcleo da obra original. E essa história que é um drama onde tanta coisa errada aconteceu na vida do personagem não é uma coisa fácil de condensar em duas horas e pouquinho. E aqui o filme patina.

Cherry tem sido um filme, digamos, bem polêmico. Com uma forte assinatura dos irmãos Russo, seja no flashes, as escolhas de cores, o tipo de enquadramento, seja por parte da condução da história, principalmente na parte da guerra(que talvez por falta de orçamento, pressa ou as duas coisas foi mais desastrada do que a média para os dois diretores que tem boa experiência nesse tema), porém com talvez a necessidade de se reafirmar em um novo gênero tentou uma abordagem tão...digamos...diferente.

E aqui a jornada de um garoto que já tinha problemas psicológicos, conhece uma menina que realmente se apaixona, porém ela, por causa de uma série de problemas, quebra o coração dele e ele faz o que faria mais sentido economicamente e socialmente para alguém como ele na época: se alistar no Exército. E por mais que o grande amigo dele tenha alertado, a guerra ou mata ou deixa sequelas. E aí começa o real martírio do personagem.

E para falar dos pontos ruins da película, vale destacar o grande ponto alto do filme: o elenco. Tom Holland realmente se esforça ainda mais do que O Nosso Mal de Todo Dia, assim como Ciara Bravo, ambos sofrendo em uma direção que definitivamente, junto com o roteiro, não deixam uma sensação de que houve um triste desperdício. 

E aí veem os problemas. Primeiro talvez pela escolha da Ciara Bravo que parece muito, mas muito nova para o papel. Algumas cenas são estranhas, por assim dizer, seja pela escolha de sensualização, que poderia ter sido feita de uma forma inclusive mais sensível, seja porque talvez a intenção é era realmente incomodar. Aliás isso é feito com louvor várias vezes. Seja pela reflexão da realidade da guerra(ainda mais para um paramédico em uma guerra), seja como foi retratado o tratamento de ex-veteranos com problemas de Estresse Pós Traumático, ou a realidade da crise dos opioides nessas duas décadas. E irritantemente não realista nos assaltos... E há muita coisa que dá impressão de desnecessária. Facilmente teria como tirar uns 25 minutos se o filme tivesse se estruturado melhor para definir o que ele realmente quer transmitir. Porque são tantas coisas, de forma tão jogada, talvez para deixar uma impressão de realidade, porém... o roteiro clama por um trabalho maior nele. Quem sofre é o espectador na falta de decisão do que o filme quer tratar.

Resumindo, é um filme difícil, com cenas que vão incomodar muita gente, baseado em um drama infelizmente tão comum, mas pela direção muitas vezes equivocada, indecisões de roteiro, difuso e com um tema tão pesado, por mais que o elenco consiga entregar um bom desempenho, não consegue chegar lá. E isso é uma pena para uma história tão rica como essa. Disponível na Apple TV +.


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