Filme da vez: Raya e o Último Dragão(2021)
Em sua nova grande produção de animação, a Disney aposta em diversidade, excelência técnica e uma mensagem bem util para os dias atuais. Maiores detalhes, sem spoilers, na crítica abaixo
Preconceito está nos olhos de quem vê |
Um dos primeiros temas que o pessoal já levanta nesse filme é sobre diversidade e representatividade. A diversidade, se mal usada, é aquela cota para dizer que se importa com uma população, mas na prática ou representa mal ou é praticamente figuração. Vemos muito isso em Hollywood. Já representatividade é uma história construída e pensada, com participação ativa da comunidade, geralmente representando um aspecto importante de estilo de vida. E isso tem sido também questionada nessa produção já que ela quer representar a cultura de mais de 900 milhões de pessoas, no caso o Sudeste Asiático, em praticamente centenas de culturas e claro que isso não é possível, não em uma obra de uma hora e 47 minutos. Só que não deixa de ser um começo. Quem sabe em uma trilogia, mas imagina o custo e risco.
Apresentando a história de Kumandra, um reino imaginário que todos viviam felizes e sob proteção de dragões até que criaturas que nasceram de sentimentos ruins dos humanos chamados Druun ameaçaram aquela terra e os dragões se sacrificaram para salvar a Humanidade, ficando apenas a lenda e uma joia. E com a partida deles, o reino ficou separado em 5 tribos representando partes de um dragão com a desconfiança mutua muito presente até um incidente , 500 anos depois do sacrifício dos dragões, gerando mais um ciclo de desgraça sob esse povo. Cabe 6 anos depois, a Raya, a última guardiã da gema, ir atrás para que consiga chamar Sisu, o último dragão, para dar fim a tanto sofrimento.
E olhando, a parte técnica é simplesmente maravilhosa. Tanto na fluidez, construção de personagens, principais e secundários, cenários, texturas, e inclusive decisões técnicas de representação dos povos, tudo muito bonito e mostrando que é outro patamar técnico daqui pra frente. Só peca por um detalhe que é o roteiro que usa de clichês, é previsível e tem alguns furos/inconsistências. Nada que não incomode fortemente o espectador, porém afasta do 10 que a parte técnica levaria fácil. Ah sim, e há várias referências à cultura do Sudeste Asiático, como Tuk Tuk como transporte, assim como cinematográficas como Indiana Jones, por exemplo.
Contudo, respondendo aquela pergunta que muitas produções que temos no mercado não sobreviveriam de que o mundo precisa de mais um filme assim, aí a obra mostra uma mensagem pra lá de necessária e extremamente atual sobre confiança e colaboração, algo realmente bem colaborativo como os asiáticos costumam acreditar.
Resumindo, o grande trunfo do filme é a parte técnica que é simplesmente impressionante(as lutas inclusive foram baseadas em algumas técnicas da região), porém o roteiro previsível e com algumas falhas, não elevam esse filme à um clássico. Vale conferir sem dúvida, mas temos um problema. Na Disney+, no momento desse post, está cobrando salgados 69,90(30 dólares lá fora), sendo que vai para o catálogo normal e sem custo adicional apenas dia 23 de abril naquele serviço. O argumento é que dificilmente um filme desse é visto apenas uma vez(pagando esse valor puxado, em teoria você pode rever quantas vezes quiser) e por uma pessoa apenas. Outra forte polêmica foram os valores repassados às distribuidoras(menores do que o habitual) e o lançamento praticamente simultâneo nos cinemas e no streaming. É um filme que promete ser um marco do que vem por aí na indústria de cinema.
Lembrando que você pode nos acompanhar no FaceBook em https://www.facebook.com/MexidoDigital ou no twitter com @mexidodigital (https://www.twitter.com/MexidoDigital)
Nenhum comentário