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Viajando na maionese:O dia que viajei em meio a uma segunda onda da pandêmia

Mesmo com planejamento, cuidados, estudos e muita ponderação, uma viagem em meio a um novo crescente de casos é uma aventura. Confirma o que eu vi, algumas dica esperanças se você vai enfrentar a mesma coisa.

Companheira de guerra


Antes de tudo, vale lembrar que se possível, se existe a possibilidade de adiar sua viagem agora no final do ano, não só financeiramente, mas pelo volume de pessoas nas estradas, rodoviárias e aeroportos, melhor fazer isso. 

Já eu, depois de muito ponderar, com a ausência da minha mãe, que amava o Natal e sempre organizava as festividades, não tive muita opção quando percebi que em um ano totalmente de distanciamento do meu pai, o preço psicológico nele poderia ser grande, mesmo sempre tentando manter o contato diário telefônico e por email. Não é a mesma coisa, como ele vive falando. Então se tinha que fazer isso, melhor planejar direito. 

A primeira coisa que eu fiz era ir cedo para o meu destino por dois motivo. Tentaria fugir dos aeroportos lotados. E a segunda era a boa prática que de ficar me quarentena pelo tempo que fosse necessário para a coleta para o PCR covid sem colocar em risco minha família em um possível contato com a doença. Hotel marcado, passagem comprada, chefe notificado das férias, agora iria fazer os detalhes.

A primeira grande bandeira vermelha seria a quantidade de leitos de UTI no destino. Sim, pesquisei e realmente parece uma boa ideia, como pior caso. Onde eu decidir ir, lamentavelmente a situação é bem grave no interior do estado da PB, porém ainda melhor do que o RJ, por exemplo, onde há filas de espera para a UTI. A evolução dos casos era uma espécie de go/no-go da viagem.

Enquanto isso, providenciei uma boa máscara para ambientes desafiadores como eu imaginaria que seria o Aeroporto de Brasília. Curiosamente, nos anos 80 e 90, o mesmo eram super arejado. Inclusive até demais já que não era raro os passageiros percorrem consideráveis distâncias pela pista sem os famosos ônibus, e uma longa bancada de concreto permitia dar oi ou cuspir nos desafetos. Outros tempos. Voltando à máscara....

Mesmo sendo bem Darth Vader , a OTO que é bem interessante pela possibilidade de colocação de filtros duplos, ser lavável, etc, ela peca na parte de vedação com nariz, sendo utilizados truques como guardanapos adaptados com fita neoprene, ou seja, nada muito prático nessa nova fase. A máscara knit "esportiva" é muito boa para exercícios, mas não ideal para um contato desse tipo. A terceira alternativa seria a ppf2 normal, agora mais acessível e moralmente viável, tem suas limitações, mas somando o período de chegada no aeroporto até a chegada no hotel, era viável. Depois de muito pesquisar, graças à dica de uma amiga minha, cheguei à famosa 3m Aura que tem o vídeo de utilização aqui em baixo. O ferrinho de ajuste no nariz é amplo e bem jeito, a espuma, detalhe "bobo" mas que faz toda a diferença do mundo para quem usa óculos como eu, um espaço grande e semi-rígido para respirar e uma possibilidade de vedação na parte de baixo do rosto. Pena que conforme os casos foram subindo o preço dela no mercado também acompanhou o risco.



E chegando no aeroporto, no último dia 14 de dezembro, não me surpreendi muito. Muita gente, mesmo sendo bem cedo(+/- 7:30), aglomerações sem respeito ao distanciamento social, pouca exaustão, a disponibilidade de álcool gel poderia melhorar muito e principalmente uma orientação muito genérica de forma de prevenção. Compreendendo toda a politização do que infelizmente virou o covid no Brasil, entendo a difícil tarefa dos responsáveis. Aí segui o plano de ter feito o checkin em casa da passagem, sendo necessária apenas a impressão da identificação a minha única mala e a impressão do ticket. Daí fui orientado para o autoatendimento que funcionou muito bem. Instruções claras, simples e pronto. Tinha despachado a mala. Agora tinha que tentar a sorte na zona de embarque. Por isso tentei matar o maior tempo possível porque saberia que antes a refrigerada parte do aeroporto estaria bem deficitária de cadeiras assim como ventilação. Dito e feito. Para piorar, as pessoas lanchavam ou simplesmente tiravam a máscara para pegar sol melhor(segundo elas), ou para falar ao celular. 

A separação de grupos nos voos não ajudavam misto talvez do condicionamento dos tempos modernos, ou simplesmente porque não havia onde sentar. Muitas pessoas vestiam as máscaras como "mulekes" mantinham as cuecas quando pequenos: quase caindo. Até pessoas do aeroporto estavam com máscaras totalmente frouxas e que viviam caindo com o tempo, sendo necessárias constantes manipulações e possibilidades de contágio da pessoa. Acredito que faltou um aviso também bem claro que não haveria lanche servido dentro da aeronave. Contudo, já no voo, na metade do caminho, quase que nem uma 4 série, um puxou um saquinho de salgadinho, começaram a pipocar pessoas abrindo embalagens e conversando alegremente para o desespero de qualquer um que sabe o que isso significa em um avião totalmente lotado(foi o tempo que as companhias aéreas permitiam alternar filas com uma vazia).

Para não dizer que tudo foi um desastre, a saída do avião foi assustadoramente organizada, não tendo aquele pânico de busca das malas conforme o mesmo parasse, todo mundo esperando bonitinho, mesmo que com o controle por parte de um moço da tripulação liberando fila por fila do mesmo. Acho que isso aí veio para ficar e acredito que além de ser mais arrumado e definitivamente bom para evitar aglomerações, definitivamente evita aquelas situações de malas caindo nos coleguinhas de voo. 

Já tinha também marcado o exame que entregaria o resultado mais rápido possível, porém a coleta teria que esperar entre 3 a 4 dias , se possível idealmente 5, depois do contato. E o exame é digamos...peculiar. Como havia coleta domiciliar, preferi deixando o quarto totalmente arejado horas antes e eu usando a máscara em igual antecedência. Aí a moça pede para abaixar a máscara liberando o acesso ao nariz e levemente voltando a cabeça para trás. E com o "cotonete"(swab) indo praticamente no cérebro e deixando um gostinho de solução de amostragem, e uma captação quase beirando à "um Raul" na garganta, definitivamente o exame faz jus a fama de desagradável. Claro que a medicina tem milhares de exames muito piores. Enfim...

Como a moça falou, com 4 dias já dá uma segura bem maior, já que infelizmente o assintomático é um grande problema nessa pandemia e o pcr teria maior precisão conforme o intervalo de 1 até 10 dias dos primeiros sintomas ou contato ocorressem.  Isso iria render bastante tempo no hotel, igual a din din, e dor de cabeça. O resultado também, como estava próximo do final de semana, poderia ser na sexta ou cair lá para segunda, para o meu desespero. :( E isso gerou a necessidade de procurar um outro hotel, já que onde eu estava inicialmente falou que eles estariam lotados naquele período(hummmm...será que foi pessoal? :P)). Natal faz os preços das diárias subirem bastante, estava desanimado já que seria depenado financeiramente quando lembrei de um site, aquele booking.com e que diferença de preços! 3 diárias que estavam avaliadas em 1500 reais no final ficaram por 628 reais. No mesmo hotel! 

Agora é aguardar o resultado, evitar a qualquer curso aglomerações, e torcer para que tenhamos consciência de conjunto para evitar o pior a nós e nossos semelhantes. Dica final, se você ainda tiver um oxímetro parado em casa lá do início da pandemia, se puder procure entrar em contato com o SAMU da sua cidade para doação. É um aparelho importante ao longo desse novo surto e se você tiver um android, há um aplicativo bem primitivo, mas que serve de alguma ajuda. Espero ter ajudado com algumas dicas e o registro desse período tão peculiar. Seguiremos se Deus quiser a programação do novo normal.


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