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Documentário da vez: Robin's Wish (2020)

 

Um documentário emocionante que traz luz a uma morte misteriosa e gera reflexão sobre uma grave doença

                                                                                                                  
Nota IMDb: 7,6 (até o dia da postagem) (IMDb)
Ano de lançamento: 2020
Título original: Robin's Wish
Diretor: Tylor Norwood
Crítica: Michael

Não é nenhum mistério que por trás da fama e do dinheiro existem muitas histórias de depressão, dependência e infelicidade. Porém, algumas dessas histórias que vêm à tona geram desconfiança e até desconforto, como por exemplo no caso do suicídio de Robin Williams. Como aceitar que uma pessoa que passou sua vida espalhando alegria e esbanjando vitalidade seria capaz de algo assim? Pois este interessante documentário vem justamente trazer luz à esse questionamento e explicar os reais motivos do que aconteceu com um dos comediantes mais espontâneos e talentosos da história do cinema.

A notícia do suicídio de Robin Williams caiu como uma bomba no mundo do cinema e chocou muitos que, como eu, são admiradores do seu trabalho. Logo vieram conjecturas na imprensa sobre depressão ou uma volta ao uso de drogas, problemas que ele já havia enfrentado no passado. No entanto, após exames feitos em seu cérebro na autópsia, sua esposa recebeu um diagnóstico inesperado: ele era portador de uma grave doença degenerativa chamada Lewy Body Desease (ou LBD). Esta doença ataca os neurônios de maneira avassaladora e gera alucinações, insônia, depressão e perda da capacidade cognitiva e motora.

O documentário mostra os depoimentos de sua esposa Susan e de outros amigos próximos que relatam as dificuldades que Robin estava enfrentando há mais de um ano antes da sua morte. Mesmo indo a diversos médicos, nenhum deles deu o diagnóstico certo e isso só aumentou a angústia de Williams ao ver sua mente se esvaindo enquanto ele perdia a capacidade de trabalhar e até mesmo de viver em paz. Os médicos inclusive ficaram extremamente surpresos com o fato dele ter conseguido permanecer tanto tempo funcional devido ao efeito devastador da doença em seu cérebro, o que pode talvez ser atribuído ao fato dele ter sido uma pessoa com um intelecto acima do normal e uma mente extremamente ativa e resistente.

Acompanhamos também partes marcantes de sua trajetória no cinema e no humor de "standup" onde ele começou. Fica mais do que claro que ele era dotado de um talento único e isso só aumenta o tom emotivo e reflexivo do documentário. O diretor faz um excelente trabalho de levar à tona a gravidade da LBD de como é preciso superar preconceitos e rótulos para evitar que algo assim aconteça e uma pessoa seja tachada de problemática enquanto está sofrendo uma grave doença degenerativa. A viúva de Williams hoje é uma porta-voz do combate à doença e da busca por uma cura.

Sendo assim, este documentário é uma excelente e digna resposta que, ainda que não repare a dor da perda de Williams, traz conforto e paz para quem questionava algo tão impensável. Ele também serve de alerta para que a mídia não se entregue ao sensacionalismo e faça julgamentos precipitados que afetam diretamente as famílias das vítimas e muitas vezes mancham a imagem delas injustamente. No final das contas, Robin Willians foi um guerreiro e resistiu bravamente além do que a própria ciência consegue explicar. Descanse em paz, eterno Patch Adams.


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