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Filme da vez: O Caminho de Volta (2020)

                                                           
Um drama disfarçado de filme esportivo com jeitão de home video que mostra que Ben Afleck ainda tem lenha para queimar
                                                      

Nota IMDb: 6,7 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The Way Back
Ano de Lançamento: 2020
Diretor: Gavin O'Connor
Estrelas:  Ben Affleck, Al Madrigal, Janina Gavankar
Sinopse: Um ex-atleta considerado um fenômeno do basquete em seus anos de colegial luta contra o alcoolismo ao mesmo tempo em que encara as dificuldades de um emprego monótono. Ele então recebe a oportunidade de treinar um time de basquete e recomeçar. Na medida em que o time começa a vencer, a sua vida melhora, mas as vitórias não parecem suficientes ao ponto de salvá-lo.
Crítica: Michael

Às vezes fico pensando como a carreira de um ator de Hollywood é imprevisível. Algumas vezes temos duas pessoas que começaram juntas e demonstraram ter talento, mas cada um segue um rumo diferente e alcança resultados diferentes. Talvez seja por conta das escolhas tomadas ou então uma dose de sorte, mas eu acho que vai além disso. O fato é que pouquíssimos atores conseguem manter o mesmo nível de excelência em toda sua carreira e até ícones como Tom Hanks possuem manchas em seus currículos, mas infelizmente nem todos se recuperam. Veja por exemplo Ben Afleck, um ator que começou como roteirista e explodiu junto com seu amigo Matt Damon já ganhando Oscar. Enquanto o segundo teve uma carreira recheada de sucessos e papéis marcantes em diferentes gêneros, o primeiro fez escolhas duvidosas e agora está em uma espécie de "limbo" com alguns filmes dignos do selo "home video". E é aí que este filme se encaixa, um drama disfarçado de história de superação esportiva que, apesar de modesto, é um bom exemplar de sucesso da "sessão da tarde".

O filme mostra um ex-jogador de basquete que brilhou por seu colégio, mas acabou desistindo da carreira antes de virar profissional e, após um grande drama pessoal com a perda do filho, se afundou no álcool e na depressão. Enquanto sua vida pessoal desmorona, ele recebe uma proposta inesperada do seu ex-colégio para treinar o time de basquete. A partir daí, temos muitos dos clichês desse tipo de filme: time ruim e desmotivado com uma estrela tímida e um engraçadinho; técnico novo que chega com ideias diferentes e começa a levantar a moral e a conseguir os resultados. No entanto, se engana quem acha que este é um filme leve. Em paralelo a isso, o drama pessoal do treinador é mostrado com destaque e inclusive acaba dominando grande parte do tempo, o que faz este realmente ser um drama disfarçado e que usa a questão esportiva para trazer momentos de mais descontração. Além disso, o desfecho consegue fugir dos clichês e ser efetivo ao mesmo tempo.

No papel principal, Ben Afleck entra de peito aberto e mostra maturidade e talento. Talvez ele tenha aceitado participar do filme justamente porque a parte do drama ganha grande destaque e é uma chance dele provar que ainda tem lenha para queimar. E, de fato, ele mostra que tem. Pena que o resto do elenco é bastante inferior a ele e não temos nenhum outro destaque que elevaria bastante a qualidade total, mas isso não remove seus méritos.

Pois bem, temos aqui um bom filme que, mesmo simples, abraça isso e usa para sua vantagem ao transmitir uma mensagem poderosa sem precisar enfeitá-la demais. Isso faz com que ele consiga agradar tanto os que gostam de filmes de superação esportiva quanto os mais apegados aos dramas. Além disso, é uma excelente oportunidade para conferir que Ben Afleck ainda tem talento como ator e não deve deixar isso de lado para ficar exclusivamente atrás das câmeras. Resta torcer para ele receber novas chances em grandes produções e também tomar algumas decisões melhores.

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