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Filme da vez: Luce (2019)

Um drama com toques de suspense que trata a adoção de uma forma inesperada e inovadora
                                                                                                
Nota IMDb: 6,7 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Luce
Ano de Lançamento: 2019
Diretor: Julius Onah
Estrelas: Naomi Watts, Octavia Spencer, Kelvin Harrison Jr
Sinopse: Luce Edgar é um jovem brilhante, orgulho de seus pais adotivos. No entanto, Harriet, a professora do rapaz, descobre um artigo político escrito por ele que revela traços obscuros de sua personalidade, desencadeando uma série de situações negativas na vida de todos os envolvidos.
Crítica: Michael

Um dos medos que perseguem os pais que pretendem adotar crianças mais velhas é que, quanto maior for sua idade, mais difícil será que ela assuma suas características em termos de valores. Infelizmente isso acaba diminuindo bastante a chance dessas crianças de conseguir um novo lar. Por outro lado, muitos famosos têm adotado não só crianças mais velhas, como também de países mais pobres, porém muitas vezes fica a dúvida se é algo de marketing ou sincero. Este filme trata da adoção de uma forma bem diferente do comum e discute essas questões de uma maneira bem interessante e até inesperada.

O roteiro conta a história do jovem Luce, refugiado de uma zona de guerra africana adotado aos sete anos por um casal americano, já no final da adolescência e bem adaptado, inclusive sendo considerado o "garoto de ouro" da sua escola. Porém, quando sua professo de história recebe dele um trabalho com uma ideologia extremista, várias dúvidas começam a surgir não só para ela como também para os mais do jovem.

Para começo de conversa, este é um filme difícil de ser classificado. No termo clássico da palavra, seria um drama, mas a trama é recheada de momentos de maior suspense ao levantar dúvidas sobre as reais intenções de Luce. Ficamos esperando a qualquer momento que ele vai "surtar" e começar a matar todo mundo. No entanto, isso talvez seja uma armadilha inteligente do roteirista para gerar um preconceito sobre ele que se assemelha bastante ao que jovens como Luce sofrem na vida real. O mais surpreendente é a forma como os pais dele, principalmente a mãe, reagem a suas ações inesperadas. Ainda que não cheguem a ser coniventes com crimes, eles protegem o garoto e ultrapassam a linha do que é considerado normal para pais que estão ensinando seus filhos a pagar por seus erros. Mais uma vez, ainda que seja um comportamento estranho, isso dirige o foco para uma forma de aceitação e amor que muitas vezes não são oferecidos nessas situações.

Como já esperado, há um grande destaque para Luce, interpretado de maneira impecável pelo jovem Kelvin Harrison Jr. Ele se sobressai em todos os momentos e ajuda a vender as partes de suspense e  a manter o espectador sem saber qual será sua próxima ação. Outro ponto forte do filme é sua mãe, papel dado à talentosa Naomi Watts. Ela entrega uma performance digna de prêmio e convence no papel de mãe assustada e vacilante. Também vale ressaltar a figura de Octavia Spencer que foi escolhida para interpretar a professora de Luce. Ela mais uma vez mostra grande talento e competência para esse estilo de filmes. O destaque negativo vai para Tim Roth em uma interpretação totalmente apagada e deslocada do tom do filme.

Com excelente elenco e roteiro, este filme é uma boa pedida para os fãs de drama que querem ver algo diferente. A forma como a adoção e suas peculiaridades são tratadas é sem dúvida inesperada, mas ajuda a levantar questões e temas que geralmente ficam de fora em uma abordagem mais tradicional.

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