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Filme da vez: Cadê Você, Bernadette?

Um drama que quer ser comédia e acaba se perdendo no meio do caminho
                                                                                                                  
Nota IMDb: 6,5 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Where'd You Go, Bernadette
Ano de Lançamento: 2019
Diretor: Richard Linklater
Estrelas:  Cate Blanchett, Billy Crudup, Kristen Wiig
Sinopse: A vida de Bernadette começa a parecer sem rumo, e ela resolve fugir da sua zona de conforto e desaparecer misteriosamente, deixando tudo para trás. Agora, Bee, sua filha, precisa juntar todas as pistas para descobrir onde foi parar essa mulher que imaginava conhecer tão bem, mas que se transformou em um verdadeiro ponto de interrogação.
Crítica: Michael

A vida é feita de altos e baixos. Apesar disso parecer sabedoria de para-choque de caminhão, é a mais pura verdade. Muitas vezes nos encontramos estagnados e sem saber muito como sair de determinada situação. Isso acontece bastante com pessoas que alcançam o sucesso muito jovens e depois têm dificuldade de encontrar novas motivações ou lidar com as expectativas. Este filme trata justamente disso e mostra, ainda que de uma forma bem idealizada e um pouco desrespeitosa com a psiquiatria e a ajuda farmacêutica, como uma pessoa pode se reerguer e reencontrar seu equilíbrio.

E essa pessoa é a arquiteta Bernadette, que alcançou o estrelato da profissão muito nova e depois de alguns contratempos acabou se isolando e se transformando em uma pessoa reclusa e anti-social. Um dos principais motivos para isso também foi um grave problema de saúde que a filha teve e que a fez se dedicar totalmente à sua recuperação. Porém, com a filha já recuperada e crescendo, sua falta de habilidade social causando problemas com vizinhos e seu casamento em risco, ela é forçada a tratar a situação e ao ser confrontada resolve fugir.

Apesar disso tudo parecer tema de um verdadeiro "dramalhão" de molhar lenços, a verdade é que o filme é bastante leve e usa bastante o bom humor, mas isso acaba sendo um ponto negativo, pois diminui o impacto desses temas sérios e deixa o longa com cara de comédia romântica. Outra coisa que não gostei foi a forma meio debochada que o roteiro representa a psiquiatria e a ajuda farmacêutica, que são aliados importantes no tratamento de depressão e problemas relacionados. Claramente o diretor Richard Linklater, mais conhecido pela trilogia "Antes do..." e do fenomenal 'Boyhood', estava fora do seu habitat natural, talvez por estar adaptando um livro de sucesso e sem muita margem para alterações, e isso acabou refletindo no resultado final.

Um dos grandes fatores que contribuíram para "rebaixar" o filme é justamente o elenco. Este diretor precisa de um elenco com muito talento e com química apurada e, ainda que Cate Blanchett roube a cena como Bernadette e despeje seu enorme talento com muita desenvoltura e de forma totalmente convincente como uma estrela reclusa, seu par deixa muito a desejar. Billy Crudup está totalmente anestesiado no filme e a única coisa que entrega é um rosto razoavelmente conhecido. Isso subtrai muito da dinâmica do casal e afeta o filme como um todo. O destaque positivo vai para a filha deles, interpretada com louvor pela jovem Emma Nelson. Outra que vale a citação é Kristen Wiig se saindo bem em um papel um pouco fora da sua zona de conforto do humor.

Ainda assim, o filme não é de todo ruim, principalmente pela performance de Blanchett e pelo fato de trazer à tona algumas questões interessantes sobre depressão e isolamento social. A mensagem mais positiva é sobre as pessoas com talento artístico e o fato de que elas precisam se permitir dar vazão à sua criatividade, caso contrário podem levar uma vida de frustração e arrependimento, afetando não só a si mesmos, mas todos à sua volta.

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