Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 7 - Parte 5
Mark inicia a exploração do oceano de Europa e encontra algo inacreditável |
Na superfície de Europa iluminada pelo
brilho do Sol distante, Mark já conseguiu retirar o Deep-X da Interceptor e dá uma
olhada em sua volta para tentar identificar o local onde precisa levá-lo. Com
alguns pequenos saltos que quase o fazem flutuar, ele começa a se locomover e
se diverte como uma criança. Ele então visualiza um ponto à sua frente onde uma
grande rachadura aberta se apresenta e vapor de água ainda sobe à superfície.
Após recuperar o fôlego, ele questiona M.A.I.C.:
- Estou vendo uma abertura que tem
vapor d’água saindo. É ali que preciso colocar o Deep-X, certo “M”?
Após alguns segundos, a resposta de
M.A.I.C. é ouvida pelo comunicador:
- Afirmativo, Mark. Este local foi
escolhido através de dados da sonda Europa II que identificou um gêiser recente
ativo aqui. Basta você prender o Deep-X no cabo do guincho da Interceptor e
empurrá-lo para a rachadura.
Mark dá uma risada e diz:
- Ok, ainda bem que a gravidade aqui é
bem pequena porque este treco é muito pesado na Terra.
Depois, ele se dirige ao compartimento
de carga da Interceptor e pega o gancho com o cabo de aço do guincho e o prende no
Deep-X. Em seguida, ele começa a empurrá-lo sem dificuldade pelo gelo para se
aproximar da rachadura. À medida que se aproxima, a rachadura vai ficando
maior. Quando ele está diante do buraco, ele deixa o Deep-X e se coloca á beira
do buraco para olhar sua profundidade. A escuridão impede que ele veja além de
alguns metros, mas não há sinal algum de água além do vapor que embaça seu
visor. Ele se afasta um pouco e coloca o pé para empurrar o submersível no
buraco, mas antes diz:
- Tem certeza que aqui é o lugar certo,
“M”? Eu não trouxe outro desses de reserva.
M.A.I.C. responde em seguida:
- Estes são os parâmetros da missão,
Mark.
- Ok então, seja o que Deus quiser.
Após estas palavras, Mark empurra com
um dos pés o Deep-X na cratera de gelo e ele desce vagarosamente como um balão
por alguns metros antes do cabo prendê-lo. Mark se dirige então à Interceptor com
pequenos saltos e entra novamente no cockpit para acompanhar a descida do submersível.
Ele se senta e aperta um botão antes de falar:
- Acionando guincho para descer o
Deep-X.
O barulho do motor do guincho liberando
o cabo de aço é o único som que se escuta enquanto Mark acompanha os dados no
monitor principal da Interceptor. A profundidade vai aumentando devagar à medida
que o cabo é liberado e após alguns minutos M.A.I.C. fala:
- Velocidade de descida nominal, ainda
sem contato com água. Profundidade de trezentos metros.
Mark franze a testa e diz:
- E nós temos cabo suficiente para
chegar ao oceano?
- Temos alguns quilômetros de cabo e
segundo os dados eles serão suficientes para atingir o oceano e realizar uma
exploração. Como a gravidade daqui é quase a de um décimo da Terra, o cabo pode
ser bem mais fino e conseguimos colocar muito mais cabo no guincho.
Mark balança afirmativamente a cabeça enquanto
continua observando o monitor e a profundidade que vai aumentando. A câmera do
Deep-X não mostra muita coisa, apenas a luz dele se perdendo na escuridão à frente
e refletindo nas paredes da rachadura. Porém, de repente, o submersível atinge
a água e é possível ver pela câmera que o ambiente se modifica. Poucos segundos
depois, M.A.I.C. se manifesta:
- Atingimos a água na profundidade de aproximadamente
um quilômetro, porém ainda estamos na rachadura. Acionando propulsores do
Deep-X para continuar a descida.
- Ok “M” – responde Mark.
Ele então continua observando a câmera e
percebe que aos poucos a largura da rachadura vai aumentando e expandindo o
ambiente aquático. Após mais alguns minutos de descida, as paredes somem e eles
caem em uma escuridão completa. Mark então questiona:
- Chegamos no oceano?
- Sim, oceano atingido e leituras
nominais. Iniciando modo de exploração do Deep-X. Buscando e analisando
amostras da água para sinais de material biológico.
Mark respira fundo e esfrega as mãos
antes de falar:
- É isso aí, que comece a busca! Vai me
informando sobre as leituras do sonar e das análises.
- Afirmativo, Mark. Nenhum movimento
detectado no sonar e a primeira análise da água mostra alto grau de salinidade
e presença de compostos orgânicos, mas sem material biológico. Continuando
descida.
Mark balança a cabeça e sente seu
coração acelerar de ansiedade pelo que está por vir. Aos poucos, partículas
começam a aparecer na imagem da câmera e a refletir a luz do submersível. Após
alguns segundos, M.A.I.C. fala novamente:
- O analisador encontrou o primeiro material
biológico. Segundo meu banco de dados, se assemelha ao plâncton dos nossos oceanos.
- Isso é um excelente sinal, quer dizer
que realmente o oceano de Europa tem um ecossistema. Por si só essa seria uma
notícia revolucionária, pois trata-se da primeira forma de vida extraterrestre
encontrada. Pena que não é isso que estamos procurando. De qualquer forma,
precisamos recolher e armazenar amostras.
M.A.I.C. responde em seguida:
- Afirmativo, o Deep-X já está
armazenando pequenas amostras.
De repente, uma forma aparece na câmera
e vai aumentando aos poucos enquanto reflete a luz. Trata-se de algo similar a
uma água-viva, pulsando e se locomovendo na água. Mark dá um grito:
- Olha só! É um tipo de água-viva
local! Fantástico! Tente colher e armazenar ela.
- Afirmativo.
M.A.I.C. manobra então o Deep-X para se
aproximar do ser vivo e coletá-lo. Uma pequena comporta se abre e faz uma
sucção, prendendo a água-viva dentro do submersível em um recipiente. Após
isso, M.A.I.C. fala:
- Coleta realizada com sucesso.
- Ótimo, mal posso esperar para ver a
cara da Sibelle quando ela ver isso! – disse Mark.
Ele então dá uma risada e se prepara
para falar, mas antes disso é interrompido por M.A.I.C.:
- Leitura de movimentação no sonar acerca
de duzentos metros de distância.
A atenção de Mark se volta
completamente para o monitor e os dados apresentados na tela. M.A.I.C.
continua:
- Realizando escaneamento para tentar
identificar origem e composição.
Quando os resultados do escaneamento
aparecem na tela, antes mesmo que M.A.I.C. possa anunciar o resultado, Mark dá
um grito de espanto:
- Meu Deus! Isso não pode estar certo!
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