Filme da vez:Ford vs Ferrari(2019)

Em uma emocionante jornada na criação de um besta das pistas de corrida, onde homens, mulheres, filhos, corporações e muito dinheiro entram em conflito pelo domínio de um das pistas mais icônicas do planeta: Le mans! Confira mais detalhes na crítica abaixo

...E é por isso que o Ford GT40 aparece nessas cores nos jogos de corrida

                                                                                                                  

Nota IMDb: 8,2, (até o dia da postagem) (IMDb)

Título original: Ford vs Ferrari

Ano de Lançamento: 2019

Diretor: James Mangold(o diretor dos excelentes Logan(2017), Johnny & June(2005) e Paixão Muda(1995), e o horrível Wolverine:Imortal(2013))

Estrelas: Matt Damon(como aquele que tem com o seu nome um dos carros mais...apimentados que já existiam, Carroll Shelby), Christian Bale(como difícil Ken 'Bulldog' Miles), Jon Bernthal(como alguém super focado no trabalho), Caitriona Balfe(como a adorável Molly), entre outras estrelas
Sinopse: Cansada de ser vista como uma marca ultrapassada, a Ford quer dar outro tom para seus carros e vai atrás de uma impensável vitória contra a antítese que é a Ferrari na corrida mais importante do automobilismo. Mas para essa tarefa impossível chama duas lendas, um como montador e outro como piloto. E ambos são um prato cheio para dois ótimos atores.
Crítica: Dissonantbr

O curioso de hoje em dia é que é possível ter uma ideia bem leve, mas muito leve, do que era uma corrida que tinha um charme que nenhuma outra tinha(sim San Marino, lamento, mas é verdade), onde por 24 horas, em um circuito relativamente simples os pilotos e os carros eram levados ao limite e acidentes fatais eram constantemente frequentes. Era um tempo que a segurança era bem baixa, o talento de pilotos e mecânicos eram fundamentais e o nome do fabricante movia toda uma cadeia de marketing como uma marca de sucesso. E havia a Ford que era diferente em tudo da Ferrari.

E a Ford, que tinha gozado de um longo período de boas vendas, acabou vinculada com carros de design antigo e lentos, ainda que supostamente confiáveis, porém já vinha com um viés de quedas. Ela queria mudar pelo mercado, mas também porque Henry Ford II de fato queria fazer sua marca na história provando que era possível derrotar a Ferrari. Para isso deu um cheque em branco para um lenda do automobilismo, Carrol Shelby, que por sua vez conhecia um piloto sem igual, com um probleminha: ele tinha um temperamento bem complicado e nada político.

E aí entram as excelentes atuações de Matt Damon e Christian Bale nessa história de suor, lágrimas, muita tensão e um pouquinho de sorte. Sorte porque nos anos 60, apesar de um extraordinário desenvolvimento de novos carros, a Ferrari gastava mais do que vendia, e a empresa se viu bem próxima da falência. Aí começaram as conversas com a Ford, que de fato em 1965, depois de muitas, mas muitas negociações, sempre arrumava um desculpa para fechar um contrato com a empresa americana. A verdade, de forma simplificada no filme, era uma negociação com outra montadora. E de fato, por uma questão que Enzo Ferrari destacou que era fundamental:a Ferrari deveria continuar sendo uma marca associada à corridas. Coisa que a Ford não aceitou.

A partir daí a correria no desenvolvimento de um carro que deveria ser mais rápido nas retas, que significava quase não conseguir fazer curvas, era um jogo muito diferente para os americanos, que acostumaram com os circuitos ovais como Daytona(que justamente em 1966 tinha sua estréia nas provas de 24 horas. Anterior mente eram 1000km, 3 horas e depois 20000km). Daí nascia um carro que se o leitor tiver a curiosidade de testar em algum simulador(e aos poucos que puderem, ao vivo), uma besta que é quase impossível de dirigir até em linha reta sem nenhum treino. Por isso o que vemos nessa história é impressionante.

E sim, a Ferrari 330 P3 com Lorenzo Bandini é um dos carros mais bonitos da fabricante, mas também um dos mais impressionantes já feitos. É tanto que no ano seguinte ao retratado no filme(1967), uma dobradinha da italiana, lado a lado na foto final, foi uma forma particularmente cruel de vingança na terra da Ford.

Em um filme que faz concessões em cenas feitas por computação gráfica, simplificações nas histórias, um corte menos frenético frente ao muito bom filme "Rush", e até pegando leve com Enzo Ferrari, e um pouco nanequista com alguns personagens, contudo é um filme que agrada ao público em geral e também os fãs da velocidade. Isso porque o filme fala principalmente sobre responsabilidades, dinheiro e até sentido de realização de vida. E isso é definitivamente uma história universal. Vale sem dúvida conferir! E excelente trilha sonora!

PS:Vale a pena conhecer o documentário também que fala disso e que tem a crítica aqui.

Lembrando que você pode nos acompanhar no FaceBook em https://www.facebook.com/MexidoDigital ou no twitter com @mexidodigital (https://www.twitter.com/MexidoDigital)