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Filme da vez: Sem Rastros (2018)

Um excelente drama independente que explora aspectos relevantes da dinâmica entre pais e filhos
                                                                                                                  
Nota IMDb: 7,2 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Leave No Trace
Ano de Lançamento: 2018
Diretor: Debra Granik
Estrelas: Thomasin McKenzie, Ben Foster, Jeffery Rifflard
Sinopse: Will (Ben Foster) e sua filha adolescente, Tom (Thomasin McKenzie), viveram felizes e indetectados pelas autoridades durante anos em uma vasta reserva na fronteira de Portland, nos EUA. Após um encontro inesperado, eles são retirados do acampamento e colocados sob a responsabilidade do serviço social. Will e Tom tentam retornar ao mundo selvagem enquanto são forçados a lidar com desejos conflitantes.
Crítica: Michael

A vida em sociedade tem muitos benefícios, mas também pode ser complicada para aqueles que tem dificuldade em se adequar. Tanto que algumas pessoas decidem se isolar e viver uma vida longe da correria moderna e das amenidades tecnológicas. Esse é justamente o tema explorado por este excelente drama indie, ainda que as motivações para o isolamento sejam muito mais complexas.

O roteiro mostra um pai e uma filha que vivem isolados em um parque florestal à beira de uma cidade. Aos poucos vamos entendendo que o pai é um ex-militar que teve problemas de se readaptar à vida cotidiana e, após a morte da esposa, vê o isolamento como a única opção para manter a sanidade e continuar criando sua filha pequena. Porém, com ela já crescida e chegando á adolescência, sua tarefa fica mais difícil. Após um erro, os dois são descobertos e entregues ao serviço social. Eles então serão obrigados a se readaptar a uma vida normal e isso faz crescer um tensão entre eles uma vez que a filha experimenta a estabilidade e o contato social e gosta. A partir daí, a relação dos dois precisa evoluir para que ambos possam se sentir seguros.

O ritmo do filme é bem tranquilo, mas o drama apresentado é sempre interessante e profundo. Ver o relacionamento entre pai e filha e os conflitos que se apresentam em um cenário tão diferente é algo bem curioso e irá manter os espectadores investidos na trama. O amadurecimento da relação deles é muito bem construído à medida em que a filha vai assumindo o controle sobre sua vida e o desfecho é bem impactante e satisfatório. Sem dúvidas o mérito disso vai para os dois protagonistas, principalmente para a jovem atriz Thomasin MacKenzie. Cabe a ela o papel mais humano e expressivo, inclusive mostrando muita maturidade e talento. Ben Foster está em um papel mais introspectivo, mas também retrata com louvor a figura de uma pessoa inquieta e perseguida por fantasmas do passado.

Se você gosta de dramas familiares, certamente irá apreciar esta joia independente. Mais uma vez a diretora Debra Granik (do excelente Inverno da Alma de 2010) mostra seu talento em retratar drama de qualidade e com personagens ricos e interessantes. Sem dúvidas é uma boa oportunidade para variar um pouco dos grandes filmes de Hollywood e para refletir sobre alguns pontos relevantes da nossa vida cotidiana.

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