Filme da vez: Ad Astra - Rumo às Estrelas (2019)
Um ótimo filme de ficção que insiste em ser drama, mas que evita uma armadilha comum no gênero |
Nota IMDb: 7,1 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Ad Astra
Ano de Lançamento: 2019
Diretor: James Gray
Estrelas: Brad Pitt, Tommy Lee Jones, Ruth Negga
Sinopse: Roy McBride (Brad Pitt) é um engenheiro espacial que decide empreender a maior jornada de sua vida: viajar para o espaço, cruzar a galáxia e tentar descobrir o que aconteceu com seu pai, um astronauta que se perdeu há vinte anos no caminho para Netuno.
Crítica: Michael
Sinopse: Roy McBride (Brad Pitt) é um engenheiro espacial que decide empreender a maior jornada de sua vida: viajar para o espaço, cruzar a galáxia e tentar descobrir o que aconteceu com seu pai, um astronauta que se perdeu há vinte anos no caminho para Netuno.
Crítica: Michael
O que há de errado com um filme de ficção científica focado na ciência? Alguns dos grandes filmes de ficção costumam cair em uma armadilha que parece bastante sedutora: abandonar o realismo e partir para a fantasia em busca de um significado abstrato para alguma questão sem resposta. Isso aconteceu com '2001: Uma Odisséia no Espaço', 'Interestelar' e vários outros. Quando vi os primeiros trailers para Ad Astra eu confesso que fiquei com a sensação de que algo semelhante iria acontecer e sentei apreensivo na cadeira do cinema apenas esperando o momento onde o protagonista iria entrar num túnel de luz ou então em uma biblioteca cósmica movida pelo amor. Para a minha grata surpresa, o filme evitou esse caminho e se manteve dentro de uma lógica aceitável, ainda que tenha se esforçado demais para ser um drama.
O roteiro conta a história de Roy McBride, um astronauta dedicado com a vida pessoal fracassada e que começa a questionar várias decisões tomadas em sua vida. Para piorar, ele precisa lidar com a pesada sombra de seu pai, o astronauta herói que partiu em uma missão pioneira e o abandonou ainda adolescente. Quando "tempestades cósmicas" começam a ameaçar a Terra e se descobre que a origem tem relação com a missão de seu pai, Roy aceita a oportunidade de embarcar em uma aventura até os confins do sistema solar não apenas para resolver o problema, mas também para lidar com seu passado. Desde o começo o filme assume uma postura bem introspectiva e acompanhamos os pensamentos de Roy enquanto ele reflete sobre seu abandono e outras decisões. Como algo inteligentemente denominado pelo meu co-editor como "Complexo Solaris", o filme peca ao querer se vender como drama e alçar o status cult. O filme traz reflexões sobre o impacto do isolamento no espaço na mente humana e faz um paralelo disso com o abandono paterno, mas nunca chega a convencer totalmente. Várias oportunidades são perdidas para explicar melhor alguns pontos da trama ou até mesmo para aproveitar mais o visual da viagem pelo sistema solar e abrilhantar ainda mais a bonita fotografia do filme.
Não ajuda também o fato do filme ter sido vendido nos trailers como algo que ofereceria muito mais ação ou diversão pipoca. Isso certamente irá causar decepção naqueles que forem buscando diversão descompromissada. Ainda assim, a produção é extremamente caprichada e e os efeitos são de primeira qualidade. E mesmo com alguns momentos mais pirotécnicos exagerados, o filme se mantém dentro do aceitável e certamente se apresenta como uma excelente opção para aqueles que procuram algo mais realista e cientificamente preciso.
Em termos de atuação, temos o foco quase que total em Brad Pitt e ele não decepciona. Ainda que sua interpretação tenha sido bastante introspectiva, ele se sobressai e traz a emoção e a carga física necessárias para o papel. Outros rostos conhecidos como Donald Sutherland, Liv Tyler e Tommy Lee Jones tem participações pequenas, mas que ajudam a dar maior peso ao elenco e à história. Destaque também para a talentosa Ruth Negga que começa a ganhar chances na telona.
Pois bem, se você é fã de filmes de exploração espacial que se mantém conectados com a realidade, esta certamente é uma excelente opção. Com a devida paciência para aturar os momentos mais carrancudos de drama, estamos diante de um ótimo representante do gênero com produção e fotografia excelentes e uma atuação marcante de Brad Pitt no papel principal.
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