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Filme da vez: Bumblebee (2018)

A franquia recebe um novo sopro de vida com este filme mais focado e menos espalhafatoso
                                                                                                       
Nota IMDb: 7,0 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Bumblebee
Ano de Lançamento: 2018
Diretor:  Travis Knight
Estrelas:  Hailee Steinfeld, Jorge Lendeborg Jr., John Cena 
Sinopse: Em uma missão para proteger a Terra, um deteriorado Bumblebee é achado e consertado por uma adolescente chamada Charlie. Agora eles se juntam para salvar o planeta dos diabólicos Decepticons.
Crítica: Michael

Em primeiro lugar gostaria de deixar claro que não tenho nada contra o meu xará Michael Bay e acho que ele tem sim espaço na indústria dentro de um determinado nicho. Porém, sua megalomania explosiva e desapego a roteiro tem se mostrado um grande obstáculo para que eu goste de seus filmes recentes. A franquia Transformers começou com boas ideais, mas logo em seguida descambou para ação desenfreada, momentos vexatórios e ausência de história. Desta forma, sempre fiquei pensando como seria um filme dos robôs carismáticos sem ele na direção. Pois bem, este dia finalmente chegou e fico feliz em informar que a franquia realmente precisava desse espaço para respirar e mostra que ainda tem alguma chance de produzir conteúdo interessante.

Este filme pode ser visto como uma "prequela" do primeiro filme dos Transformers, mas ele não terá grandes preocupações em termos de continuidade. A história começa em Cybertron com os Autobots se rebelando contra os Decepticons, perdendo a batalha e precisando fugir e se espalhar pela galáxia. Bumblebee é enviado então para a Terra e fica dormente até ser encontrado por uma adolescente. Quando ele passa a ser perseguido pelos Decepticons que estão procurando o paradeiro do líder Optimus Prime, eles precisam se juntar para tentar impedir uma invasão ao planeta.

Desde o princípio fica claro que, ainda que a trama envolva uma possível destruição da Terra, o filme foca em algo bem mais contido e pessoal. Vemos a trajetória de uma adolescente que perdeu o pai e precisa lidar com o luto e com as dificuldades da fase. Quando ela encontra Bumblebee, o filme gasta bastante tempo construindo o relacionamento dos dois e é interessante reparar que o robô se comporta como um "bicho de estimação" dela pelo fato de ter perdido sua memória. Grande parte do humor deriva desses momentos e o fato do filme se situar na década de oitenta também adiciona um fator de nostalgia bem legal para os que passaram dos trinta. Isso não quer dizer que o filme seja parado e a ação está bem distribuída para manter um ritmo bom de progressão da história.

Em termos de efeitos, não temos nada de surpreendente, mas a mudança mais positiva foi em termos da direção de arte. Os designs dos robôs se aproximam muito mais das versões originais dos personagens e isso fará os fãs delirarem ao finalmente uma adaptação mais respeitosa. As transformações continuam muito bem feitas e sem muita preocupação com a lógica e também se destaca uma melhor interação com os atores.

Falando nisso, fica difícil imaginar uma atriz melhor para o papel da protagonista. Hailee Steinfeld abraça a personagem e entrega uma interpretação muito convincente, tanto em termos mais dramáticos quanto nas cenas de ação. Sua "química" com Bumblebee é perfeita graças a um roteiro que gasta tempo construindo esta relação e isso ajuda a nos importarmos com sua trajetória. Já John Cena tenta percorrer o mesmo caminho de "The Rock", mas falta o carisma de Dwayne Johnson e sua interpretação acaba ficando muito forçada.

Desta forma, a franquia recebe um novo sopro de vida com este filme mais focado e menos espalhafatoso. O diretor Travis Knight merece reconhecimento por construir um filme pipoca divertido e interessante. O visual mais próximo do desenho clássico também ajudará atrair os fãs mais antigos e transforma este filme em uma boa pedida para a velha e a nova geração de seguidores.

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