Filme da vez: Creed II (2018)

Mais uma adição de peso à franquia Rocky com um drama que irá agradar aos fãs antigos e também atrair novos

                                                                                                        

Nota IMDb: 7,7 (até o dia da postagem) (IMDb)

Título original: Creed II

Ano de Lançamento: 2018

Diretor:  Steven Caple Jr.

Estrelas:  Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson 
Sinopse: Adonis Creed (Michael B. Jordan) saiu mais forte do que nunca de sua luta contra 'Pretty' Ricky Conlan (Tony Bellew), e segue sua trajetória rumo ao título mundial de boxe, contra toda a desconfiança que acompanha a sombra de seu pai e com o apoio de Rocky (Sylvester Stallone). Sua próxima luta não será tão simples, pois ele precisa enfrentar um adversário que possui uma forte ligação com o passado de sua família.
Crítica: Michael

Acredito que muitos fãs da franquia Rocky, assim como eu, torceram o nariz para a ideia de trazer de volta o Rocky na figura de treinador do filho de Apollo. Porém, como todos sabem, o resultado do primeiro filme de 2015 foi excepcional ao ponto de garantir a Stallone uma merecida indicação ao Oscar, com o então iniciante diretor Ryab Coogler demonstrando respeito ao legado e inovando na medida certa. Claro que uma continuação era só questão de tempo, mas a grande decepção para os fãs do primeiro foi saber que, após o sucesso de 'Pantera Negra' e de uma agenda lotada, Ryan Coogler não seria o responsável por dirigir o segundo filme. Fico feliz em dizer que este filme consegue superar esse enorme desafio e, ainda que reuse muitas ideias e seja um tanto previsível, tem uma história envolvente com mensagens poderosas e povoada de personagens bem construídos, sem deixar de dar a dose certa de nostalgia que os fãs esperam.

O filme mostra Adonis Creed agora em ascendência após 'surgir do nada' e lutando para conquistar o título mundial ao lado de seu treinador e conselheiro Rocky Balboa. Após conseguir a vitória, ele parece estar no topo, mas um novo desafio se mostra na figura de Viktor Drago, filho de Ivan Drago (o responsável pela morte de seu pai Apollo), que o desafia para uma luta pelo título. Até agora tudo como esperado ao considerarmos o passado da franquia, mas o interessante é que o diretor, o novato Steven Caple Jr., toma as escolhas certas para não cair nas armadilhas de copiar o que já havia sido feito antes. Ele mantém o foco nos personagens e em seus dramas pessoais, tanto que o boxe nem é o atrativo principal do filme ao meu ver, ainda que as lutas sejam muito bem coreografadas e emocionantes. O roteiro ajuda bastante ao levar cada um desses personagens em uma jornada completa e significativa, avançando a história onde necessário e dando fechamento a quem cabe. Também vale o destaque para a sua pegada leve que não estende as cenas mais do que necessário, mantendo um ritmo bem interessante de progressão da história.

Como protagonista, Adonis ganha destaque e seu arco é muito bem montado e interpretado por Michael B. Jordan, mais uma vez mostrando talento e potencial. Também surpreende sua entrega física e a forma que ele alcançou para convencer como pugilista. Stallone retorna ao papel que lhe deu fama e prova que ele é Rocky, com uma interpretação tocante e com um papel de "guru" que mostra o amadurecimento do personagem e do próprio ator. Tessa Thompson ganha mais destaque e convence como esposa de pugilista que precisa entender e aceitar as escolhas de Creed. Também é preciso destacar a atuação de Dolph Lundgren (que envelheceu bem) com um Drago rancoroso e que finalmente fecha bem o ciclo do personagem, assim como Phylicia Rashad em sua interpretação serena e confiante da esposa de Apollo.

Acredito que todos os fãs da franquia ou até mesmo os que começaram a acompanhá-la com 'Creed' deveriam dar uma chance a este filme. Como disse antes, ele irá seguir um caminho esperado e usar muito do que já foi visto ao longo da série, mas ele faz isso tão bem que irá despertar as mesmas emoções ou até outras mais fortes de quando você viu isso nos outros filmes. Não poderia deixar de mencionar também o fato de Stallone ter afirmado que este será o seu último filme interpretando Rocky. Apesar de respeitar sua decisão e saber que ele precisa um dia pendurar as luvas, como fã fico triste ao me despedir de um personagem tão querido e que me ensinou tanto durante a vida. Da mesma forma, mesmo sabendo que este não deve ser o fim para Creed, fica difícil imaginar esta franquia sem Rocky como seu pilar, ainda que neste filme ele tenha passado muito bem a tocha, assumido uma postura mais coadjuvante e fechado bem sua jornada. Considerando que já errei em minhas expectativas tanto em relação ao filme de 2015 quanto a este, é bem possível que eles me surpreendam novamente. Se um próximo filme for feito com o mesmo respeito e qualidade, conte comigo.

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