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Filme da vez: Uma Mulher Exemplar (2018)

Apesar de alguns defeitos, este é mais um bom drama que retrata um período sombrio da história americana
                                                                                                                                                                   
Nota IMDb: 6,4 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Woman Walks Ahead
Ano de Lançamento: 2018
Diretor:  Susanna White
Estrelas:  Jessica Chastain, Louisa Krause, Boots Southerland
Sinopse:  Caroline Weldon (Jessica Chastain), pintora de retratos de Nova York, viaja para Dakota para pintar um retrato de Touro Sentado e se envolve na luta do povo indígena pelos direitos sobre suas terras.

Mesmo considerando que este filme é mais um fruto do bem vindo movimento feminista do cinema atual, onde diretoras talentosas conduzem filmes sobre mulheres empoderadas, não foi este o motivo que mais me motivou a assisti-lo. Também tenho observado que ultimamente alguns filmes têm escolhido o tema da colonização americana e do extermínio dos índios nativos. Foi justamente esse assunto que me interessou e devo dizer que, apesar de alguns problemas de roteiro e escolha de elenco, neste quesito o filme não decepciona.

A história é baseada em fatos reais e mostra a recém viúva Caroline Weldon deixando Nova York em direção a Dakota para pintar um retrato do famoso líder indígena Touro Sentado. Porém, ao chegar na reserva onde os índios vivem sob domínio do exército, ela acaba se envolvendo em um embate político onde o governo dos Estados Unidos prepara uma lei para tomar metade das terras dos Sioux. O que achei mais interessante neste filme é que, diferente de muitos outros, ele não foca na violência para passar sua mensagem. As batalhas e massacres na verdade fazem parte da memória e a maior ferramente para convencimento é o retrato de um povo oprimido e obrigado a deixar suas terras e costumes. Como disse antes, o filme tem alguns problemas de roteiro, principalmente na falta de desenvolvimento da protagonista, pois não sabemos quase nada do seu passado e do que motivaria uma mulher de alta sociedade abandonar tudo para ajudar os nativos que na época eram odiados e explorados. Ainda assim, a parte que mostra essa exploração é bem retratada e ajuda a registrar mais um capítulo tenebroso da história americana.

Em termos de elenco, sem dúvidas o destaque vai para Jessica Chastain no papel protagonista e ela traz a carga de emoção na medida certa e convence como Caroline. Outro que está bem é Sam Rockwell no papel de soldado marcado pelo ódio aos nativos. Porém, o papel mais importante do núcleo indígena foi, ao meu ver, mal escalado. Michael Greyeyes parece uma escolha boa para fugir dos rostos mais conhecidos e manjados de Hollywood, mas falta talento para que ele convença no papel de Touro Sentado, sem falar de que seu porte físico é totalmente diferente do lendário nativo.

De qualquer forma, para quem como eu se interessa por este assunto e gosta de bons dramas, este filme é uma ótima recomendação. Talvez seja a hora do nosso cinema nacional também investir neste tema e criar obras que retratem o período de colonização. Ainda que o assunto seja polêmico e possa reabrir feridas profundas da história do país, este tipo de filme ajuda a trazer à memória do imaginário popular os erros que devem fazer apenas parte do passado e jamais serem repetidos no nosso contexto atual.

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