Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 6 - Parte 3
A missão rumo a Europa se inicia e Mark já enfrenta seu primeiro desafio |
Na base de testes da Nasa, dentro da
sala de descontaminação onde os astronautas ficam antes de embarcarem nas
missões, Mark está sentado e pensativo. Além de saber que esta missão significa
a culminação de todo o seu trabalho dos últimos anos e a realização do seu
maior sonho de se aventurar no espaço, ele tem consciência da importância do
objetivo de encontrar uma cura. Ele também imagina que o sucesso de sua missão
terá impacto direto no destino de Sibelle e isso o motiva ainda mais. De
repente, seus pensamentos são interrompidos por uma voz no comunicador da sala:
- Tudo pronto, coronel Sanderson? A
Interceptor já está pronta e precisamos iniciar a decolagem.
Mark faz um sinal afirmativo em direção
à câmera que monitora a sala de descontaminação. Depois, ele se levanta e pega
o traje espacial que já estava pronto. Ele dá uma olhada no nome Sanderson
costurado no traje e dá uma leve risada antes de vesti-lo. O traje é
confortável e assume quase o formato do seu corpo, conferindo uma mobilidade
excelente. Nas costas, uma pequena “mochila” contém todos os sistemas de
suporte como oxigênio e controle de temperatura. Após vestir o traje, Mark pega
o capacete e o coloca com cuidado, travando-o e ativando a iluminação interna
que clareia seu rosto e mostra o brilho dos seus olhos cheios de esperança.
Assim que está devidamente trajado,
Mark se dirige à porta de saída da sala e aperta o botão para abri-la. A porta
se abre e revela um corredor de isolamento que leva até o cockpit da Interceptor.
Mark começa a caminhar lentamente e ouve no comunicador do traje a voz de
Peter:
- Mark, aqui é Peter checando comunicações.
Mark respira fundo e responde:
- Na escuta, Peter, tudo certo.
Peter continua:
- Ok, vamos lá, a Interceptor foi
checada e todos os sistemas estão operacionais. O Deep-X foi colocado no
compartimento de carga e ainda sobrou espaço para algumas mudas de roupa.
Mark dá uma gargalhada e retruca:
- Ótimo, já estava pensando que ia
fazer a missão toda com a mesma cueca.
Mark chega a uma escada que o conduz à
cabine da Interceptor. Ele entra, se senta em sua cadeira de piloto e depois
aperta o botão para fechar o vidro. Ele então diz:
- Em posição.
Peter responde no rádio:
- Certo, recolhendo corredor de
isolamento.
A equipe de suporte remove a cobertura
de isolamento da Interceptor e o sol da manhã invade o cockpit e ofusca os
olhos de Mark. O horizonte brilhoso e sem nuvens denuncia um clima perfeito
para a decolagem e é um sinal positivo para Mark. Ele dá uma olhada para a
antiga foto de Sibelle que já está pregada no console da Interceptor e passa a
mão levemente nela enquanto fecha os olhos e se concentra para a decolagem.
Logo em seguida, ele abre os olhos e diz:
- Você está pronto, “M”?
A voz tranquila do computador M.A.I.C.
responde pelo comunicador da nave:
- Sim Mark, estou pronto.
Mark então respira fundo e diz:
- Ok, vamos lá.
M.A.I.C. então se comunica com a sala
de controle:
- Iniciando procedimento de decolagem.
A sala de controle responde:
- Entendido, M.A.I.C. , autorização
concedida.
M.A.I.C. continua:
- Ativando reator e propulsores
EM-Drive.
A alavanca de controle do EM-Drive se
move para a frente e a Interceptor então começa a se elevar silenciosamente da
pista. Quando ela está a uma altura considerável, M.A.I.C. diz:
- Acionando as turbinas de hidrogênio.
O pedal direito se move sozinho e as
turbinas são ativadas, acelerando a Interceptor que começa a se deslocar
horizontalmente. O manche se movimenta para trás e a aeronave começa a subir.
M.A.I.C. acelera ainda mais e diz:
- Assumindo trajetória em direção à
Pioneer.
A sala de controle responde:
- Copiado, trajetória correta.
Porém, pouco depois disso, a
voz de M.A.I.C. dá uma notícia preocupante:
- Ao que parece a velocidade está
incorreta e a Interceptor está saindo da trajetória de encontro com a Pioneer
na órbita. Meus cálculos informam que nossos parâmetros de simulação estavam
incorretos porque não levamos em consideração o peso da carga.
No cockipt, Mark engole seco e começa a
suar. Na sala de comando, Peter faz uma careta séria e fala sussurrando para
sua equipe enquanto tampa o microfone:
- Não acredito que vocês esqueceram
isso, mas podem ter certeza que eu vou achar o culpado!
Depois, ele tira a mão do microfone e
fala:
- O que podemos fazer para consertar a
trajetória, M.A.I.C.?
Após alguns segundos, o computador
responde:
- Para corrigir a trajetória, terei que
aumentar a velocidade e o ângulo de ascensão. Porém, isso quer dizer que,
quando entregar os comandos para Mark fazer o acoplamento com a Pioneer, a
velocidade estará muito maior do que nas simulações. Precisamos iniciar a correção
agora antes que seja impossível atingir a rota desejada.
Mark nem espera a resposta da sala de
controle e diz:
- Pode fazer, “M”, eu dou conta.
No rádio, Peter retruca:
- Negativo Mark, vamos abortar a missão
e adiar até que possamos refazer todos os cálculos e você simular com o peso e
velocidade corrigidos.
Mark então fala com a voz alterada:
- Mas assim vamos perder a janela de
lançamento e atrasar muito a missão. Eu fiz inúmeras simulações em diferentes
condições e consigo acoplar a Interceptor de olhos fechados. Confie em mim.
Peter sabe que o tempo para tomar a
decisão é mínimo e ele decide arriscar:
- Ok, Mark. Que Deus nos ajude.
M.A.I.C., pode ajustar a trajetória.
A reposta do computador vem
rapidamente:
- Afirmativo, ajustando trajetória.
A velocidade da Interceptor aumenta e
Mark sente uma força G imensa. Ele fecha os olhos e se concentra para tentar
não desmaiar enquanto a Interceptor começa a vibrar. Alguns segundos depois, Mark
abre os olhos e vê a nave já começando a deixar a atmosfera terrestre. Ele fica
maravilhado com o contraste entre a escuridão do espaço e o azul da Terra em
sua curvatura que toma a visão do horizonte. Porém, logo ele é acordado do
transe pela voz de M.A.I.C.:
- Atenção, Mark, estamos nos
aproximando da Pioneer e você irá assumir o comando manual para acoplamento em
trinta segundos.
Mark começa a apertar alguns botões e
coloca os pés nos pedais, a mão esquerda na alavanca de elevação e a mão
direita no manche de comando. Depois, diz:
- Estou pronto, “M”.
Na sala de controle, todos ficam
apreensivos e se apegam à sua fé enquanto torcem pelo melhor. Mark mais uma vez
fecha os olhos e tenta relembrar todas as simulações que fez. M.A.I.C. começa a
fazer a contagem regressiva e ele respira fundo antes de abrir os olhos. O
computador então dá o comando:
- Interceptor em modo de navegação
manual.
Mark sente o tranco nos comandos da
nave e ela rapidamente sai da trajetória, mas ele consegue ajustá-la. No visor do
cockpit, aparece a Pioneer com a marcação da área de acoplamento. A distância
vai diminuindo rapidamente e M.A.I.C. faz um alerta:
- Sua velocidade está muito elevada.
Mark retruca:
- Eu sei, calma, já vou desacelerar.
Acionando propulsores de oxigênio para manobras.
Mark então diminui a potência dos
propulsores principais enquanto a Interceptor começa a desacelerar. Porém, como
a velocidade estava muito alta, a nave sai novamente da trajetória desejada e
começa a girar. Um alerta de perigo aparece no painel e Mark tenta corrigir com
o manche. No rádio, a sala de controle se pronuncia:
- Sanderson, você está quase no ponto
limite para abortar.
Mark grita com eles:
- Façam silêncio e me deixem fazer meu
trabalho.
Depois, enquanto o alerta no computador
fica ainda mais elevado, ele tem uma ideia e aumenta a potência de apenas uma
das turbinas principais para contrabalancear o movimente de rotação. A manobra
arriscada surte resultado e a Interceptor volta a ficar na posição certa para acoplamento.
Mark então ajusta a velocidade e o alerta some. A figura da Pionner vai ficando
cada vez maior e a Interceptor se aproxima da sua parte inferior. Ele controla
com cuidado a espaçonave até que ela se encaixe perfeitamente na área de
acoplamento. Depois, Mark dá um grande suspiro e diz pelo rádio:
- Acoplamento manual feito com sucesso.
Na sala de comando da Nasa, todos
festejam e Mark consegue ouvir os gritos pelo rádio. Logo em seguida, a voz
aliviada de Peter aparece:
- Muito bem Mark, você é o cara!
Mark dá uma risada e responde:
- Obrigado por confiarem em mim,
pessoal. Agora vamos em frente!
Mark se prepara enquanto M.A.I.C.
aciona o comando para acesso à Pioneer. Mark vê por sobre o vidro uma escotilha
se abrindo e depois ele aciona a abertura do cockpit da Interceptor. Mark então
solta seu cinto e começa a flutuar. Um grande sorriso toma conta de seu rosto
pois ele finalmente se deu conta de que está no espaço realizando um sonho de infância.
Enquanto ele aproveita o merecido momento de descanso, a sala de controle
verifica os parâmetros da Pioneer. M.A.I.C. interrompe Mark e diz:
- Mark, assuma a posição de comando da
Pionner para iniciarmos o trajeto.
Mark passa pela escotilha e depois a fecha.
Na cabine de pilotagem da Pioneer, bem mais espaçosa e com duas cadeiras, Mark
flutua até a posição de piloto, prende o cinto e diz:
- Estou em posição.
M.A.I.C. então fala:
- Acionando propulsores iônicos e
iniciando percurso para Marte para impulso gravitacional.
Logo em seguida, a Pioneer começa a acelerar lentamente, deixando a órbita terrestre. Enquanto aproveita a vista belíssima do espaço, Mark está aliviado por ter superado a primeira etapa da missão, mas sabe que ainda há muito o que fazer até que possa comemorar de verdade.
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