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Série da vez:The First - Primeira Temporada(2018-?)

Em uma série que provavelmente foi vendida ao público de forma errada, há sentimentos conflitantes para o espectador, e mais ainda para um nerd. Confira o que achamos, sem spoilers, sobre a primeira temporada dessa curiosa série

Definitivamente não é o que o trailer vende...mas não significa que é ruim...


Antes de tudo, para ser justo, eu tenho problemas com Sean Penn, por causa da performance dele em outras obras e, sim, a vida pessoal dele. Mas... Vamos dar uma chance a essa série. Feito esse alerta, a primeira coisa que me surpreendeu é que definitivamente a série não é sobre principalmente a exploração espacial. Na verdade é algo que recorrentemente na mesma aparece, inclusive como motivo para sacrifícios e tensão entre os personagens. Só que essa série na verdade é um drama sobre as pessoas envolvidas em uma enorme tarefa como essa. E com excelentes apresentações.

Vamos ao roteiro: depois de um problema, todo um programa espacial rumo a Marte tem que ser refeito e revisado do início ao fim, inclusive quanto ao dinheiro. Apenas Tom Hargerty(o personagem de Sean Penn) pode ajudar Laz Ingram(a personagem de Natascha McElhone), mesmo com todos os problemas que passa com Denise Hagerty(personagem da excelente Anna Jacoby-Heron) para superar um grande trauma familiar.

O primeiro problema que eu vi nessa série é a perda de oportunidade de algo que ocorre no primeiro capítulo que lembra algo marcante na corrida espacial e foi muito mal explorado. Jogando em algo muito, mas muito, mas muito mesmo pouco provável, já se mostra a primeira frustração do entusiasta nerd. É engraçado, porém poucos documentários conseguiram explorar bem a riqueza de detalhes de eventos como aquele, assim como as consequências para tantos. Por isso a esperança de que houvesse uma exploração boa disso e...nope.

O segundo problema é que se você espera grandes efeitos especiais, cenas memoráveis ou grandes reflexões sobre a conquista espacial...bem, essa não é bem a melhor série para isso. Tirando um pouco do primeiro capítulo e o último, o pessoal até economizou muito na computação gráfica. Daria para entender se a explicação antecedesse a expectativa inicial.

O terceiro problema é que há paralelos frente a série Marte da NatGeo bem claros. O primeiro é sobre o papel de Laz Ingram que claramente é o Elon Musk mulher e bem mais diplomático. Isso provavelmente foi um ajuste frente ao desgaste desse na mídia, e sim, é um ganho em possibilidades, contudo é um dos personagens menos explorado na série, o que é uma pena já que para economizar nos efeitos a série dá quase o foco total nos personagens. E também achei que faltou um realismo quanto a relação de Laz com o Tom(Penn) que no final, ainda que seja o comandante da missão, é um de vários pilotos que estaria disponível. O egocentrismo, a falta de respeito, o personagem temperamental como ele só pode ser explicado por causa da reposição hormonal. Só pode. Aliás Penn faz questão de mostrar que está em forma, ainda que a idade pese. Aliás, para ser franco, uma viagem tão longa, com tanta radiação, definitivamente alguém com a idade dele não seria uma opção. Enfim... E uma outra comparação com a série Marte, o programa espacial deixa de ser internacional e se torna apenas americano. Hummmm... Seria realismo prático ou pessimismo?

O quarto e último problema é que a série toca sobre algo muito importante, um dilema essencial ao programa espacial que é o seguinte: investir no espaço ou dar uma vida melhor agora aos cidadão do EUA? Essa questão infelizmente foi mais para a emoção do que a razão aqui, o que é uma pena. Inclusive, se ela fosse ainda mais ousada, ela falaria francamente em algo que é um objetivo claro: explorar recursos fora da Terra.  E conquistar mais territórios para o EUA. Mas isso seria ficção demais não? ;)

Só que se a pessoa for atrás de um drama sobre praticamente obsessão sobre algo muito difícil e complexo, que exige grandes sacrifícios, econômicos e até de vidas, pode encontrar nessa série algo realmente diferente do que se esperaria de um ficção convencional. E nisso, como grande destaque, e aposta até para o Emmy, Anna Jacoby-Heron faz da personagem sofrida que se torna em algo memorável. Mesmo assim, será que ninguém teria alguém como terapeuta para essa menina? Enfim...

Ah, outro ponto que é tanto uma vantagem como uma desvantagem é que os roteiristas fizeram o dever de casa e antes de ir atrás do planeta vermelho, há a parada obrigatória de retorno a Lua. Contudo maiores detalhes não são dados e mais uma vez lamentei isso. Vai que na segunda temporada eles lembram disso...

Por enquanto só disponível na Hulu e com opiniões divididas entre o público, vale ser conhecida principalmente se a pessoa quer ver um drama com pouquíssimas pitadas de ficção científica. Ainda que ocorra a vontade de quero mais ficção, é uma boa série e justifica os 6,5 no IMDb no momento dessa postagem. Agora é aguardar chegar de alguma forma no Brasil.


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