Filme da vez:Jogador Nº 1(2018)
O mestre Spielberg voltou? É uma demonstração de amor à cultura Nerd? Vai dar para entender alguma coisa se nasci antes de 1980? E outras perguntas, no review abaixo. Confira...
E já que estamos falando de referencias dos anos 80...:)
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"Cartaz dos anos 80 tem que ter o mocinho em destaque com a mocinha e o vilão no canto superior" |
Nota IMDb: 8,1 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Ready Player One
Ano de Lançamento: 2018
Diretor: Steven Spielberg
Estrelas: Tye Sheridan(o jovem Scott Summers do X-men:Apocalipse, ou o Ben Goudy de Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi, aqui é o protagonista Parzival/Wade), Olivia Cooke(como Art3mis/Samantha, alguém que tem personalidade além do avatar), Ben Mendelsohn(o exemplar funcionário do Império em Rogue One, aqui é mais um vilão, Sorrento, que vai fazer de tudo para ter controle da empresa mais poderosa do mundo), Simon Pegg(o fanfarrão aqui é o Ogden Morrow), entre outras estrelas
Sinopse: Em um futuro onde a realidade é deprimente e o mundo é praticamente on-line, um jovem e sua turma tem a chance de lutar pelo controle de uma empresa que moldou sua era. Mas as forças do mal também estão dispostas a fazer tudo para conseguir a chave do OASIS.
É curiosa a escolha de Spielberg por fazer a adaptação desse livro que ficou famoso na comunidade nerd também por ser um diretor que tem entre seus grandes sucessos uma nostalgia, em Indiana por exemplo dos filmes dos anos 50/60, e aqui pela década dos 80. Só que o próprio público ficou com saudade do diretor que trazia filmes divertidos de aventura. E de certa forma, sim, ele voltou.
Contudo os tempos são outros. Trazendo um tema que há pouco movia tantos corações e mentes, ela nos indaga se a busca da emulação chegasse à um ponto que a realidade seria tão pior, valeria a pena renúncia-la e abraçar uma vida onde o mais importante estaria no on-line? E se as coisas evoluíssem a tal ponto que a concentração de grandes corporações torna-se praticamente todos pobres menos justamente poucas delas?
No plot principal, um criador de um mundo virtual que tem muito de Woz que deu certo frente a um Steve Jobs deixa três chaves que podem levar ao controle total de uma mega corporação que virou o mais importante na vida do planeta, em uma aventura que movimenta com enigmas baseados na vida de seu criador uma busca global que já dura anos. Tudo isso foi tratado no livro, com suas limitações e virtudes. E a relação livro-filme é sincera, algo como um convite para os que ficaram curiosos e sabiamente com concessões para os que tem menos do que 40 anos. É possível ver o filme e ler o livro como uma extensão ou DLC...:)
Mas não se enganem por não ser uma obra que tem como objetivo os nerds. E sim, é engraçado perceber a relação de contra-cultura vs mega-corporação quando se vê um filme que não ousa em termos de história. Ou seja, há um cheiro forte de executivos e muitas e muitas horas de café e efeitos computacionais. Mesmo assim, ainda que seja um suspeito por ser nerd, mantem entretido o espectador leigo. Tirando algumas barriguinhas, principalmente no final. Apesar disso, pelo incrível esforço (e pesadelo que deve ter sido) de licenciar tantas propriedades intelectuais para um sem fim de referências nessa caça ao tesouro em uma mente que representou a cultura pop dos anos 70 e 80 que lidera essa nostalgia que rende tanto dindin!
Resumindo, é um deleite nerd de referencias, ou como estamos na Páscoa, Easter Eggs por todos os lados, mas tem ainda uma pouquinho de essência não corporativa. E essencialmente é um filme divertido como há tempos Spielberg não conseguia, mesmo se a pessoa não compreenda a metralhadora de menções. E já abre a esperança de algo muito bom para a adaptação do polêmico livro Robopocalipse. É esperar e confiar.
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