Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 5 - Parte 9
Dentro do simulador da Nasa o único
barulho que se escuta é o chiado do rádio que se estabeleceu após a fala de
Sibelle ter sido cortada. Mark está parado e com o coração ainda acelerado pela
emoção de tudo o que ouviu. Após alguns segundos a estática do rádio é
interrompida e o silêncio é rompido pela voz de M.A.I.C.:
- A transmissão foi interrompida, Mark.
Deseja retornar à simulação de onde paramos? Seus batimentos cardíacos estão
acelerados e recomendo esperar até que se normalizem.
Mark reage como se tivesse sido
acordado de um transe e responde sem muita empolgação:
- Sim, “M”, vamos fazer uma pausa. Por
favor abra a porta do simulador.
Assim que a porta se abre, ele sai
rapidamente do simulador e vai cambaleando até o último degrau da escada onde
se senta. Ele então coloca as mãos no rosto e respira fundo para tentar se
acalmar e processar tudo o que aconteceu. Ao mesmo tempo em que ficou feliz ao
ouvir a voz de sua amada Sibelle, o conteúdo da conversa gerou extrema
preocupação com o bem estar dela no futuro próximo. Até mesmo sua missão parece
estar em risco e tudo parece desmoronar em uma velocidade muito maior do que
ele está preparado.
Em meio à agitação do hangar, Peter
está passando por perto do simulador e vê Mark sentado de cabeça baixa e com
aparência abatida. Ele pára o que está fazendo se aproxima para questionar o
amigo:
-
Você está bem, Mark? Eu sabia que você deveria ter descansado mais!
Mark
levanta a cabeça e responde para Peter com a voz um pouco trêmula:
-
Estou bem, só preciso me recuperar do susto…
Peter
faz uma cara de surpresa e continua a questionar:
-
O aconteceu? O M.A.I.C. aprontou alguma coisa? Só me faltava ele estar bugado.
Mark
balança negativamente a cabeça e depois de respirar fundo mais uma vez diz:
-
Não, na verdade foi graças ao “M” que eu acabei de falar com a Sibelle.
Peter
parece não acreditar e acha que Mark está delirando por conta da privação de
sono. Ele dá um sorriso irônico e retruca:
-
Como assim, Mark? Você realmente precisa dormir…
Mark
já está mais calmo, se levanta e faz uma cara séria que deixa Peter ansioso.
Depois, ele se aproxima e fala em um tom de voz mais baixo para evitar que
alguém os escute:
-
Me escute, Peter, estou falando sério.
Peter
faz uma cara de preocupação enquanto Mark faz um sinal para que ele o siga até
o simulador. Os dois entram no espaço apertado, Mark fecha a porta e depois
diz:
-
Por favor reproduza toda a conversa que tive pelo rádio, “M”.
Peter
ainda está atônito e esperando que tudo não passe de uma brincadeira. Porém, a
voz tranquila de M.A.I.C. responde o comando:
-
Afirmativo, Mark.
Em
poucos instantes, a conversa de Mark com Sibelle é reproduzida na íntegra.
Peter fica boquiaberto e ouvindo em silêncio enquanto Mark se senta na cadeira
de piloto e recosta sua cabeça com os olhos fechados. Depois que a reprodução é
finalizada, Peter fala em total espanto:
-
Meu Deus, Mark.
Mark
se levanta e olha para Peter antes de dizer:
-
Pois é, só espero que ela esteja bem. Qual a sua sugestão?
Peter
pensa por alguns instantes e depois fala:
-
Precisamos marcar uma reunião urgente com Clint para discutir isso…
Antes
mesmo que Peter consiga terminar sua fala, Mark o interrompe colocando a mão
sobre sua boca e fala sem olhar para ele:
-
M.A.I.C., esta gravação ou o seu conteúdo não devem ser divulgados para
ninguém, entendido?
A
voz de M.A.I.C. é ouvida logo em seguida:
-
Sob que justificativa devo executar essa instrução?
Mark
faz uma careta e depois responde:
-
Sob a justificativa de segurança nacional.
Após
alguns segundos, M.A.I.C. responde:
-
Afirmativo, Mark.
Depois,
Mark sinaliza para Peter sair do simulador com ele e os dois descem a escada.
Lá embaixo, Mark fala quase sussurrando:
-
Você ouviu o que a Sibelle disse, temos que ter muito cuidado para que Burke
não fique sabendo dessa transmissão.
Peter
sinaliza negativamente com a cabeça e diz:
-
Mas isso coloca em risco não só a vida de Sibelle como também o sucesso da
nossa missão! Isso sem falar das implicações em termos de segurança nacional. É
meu dever informar Clint sobre tudo, caso contrário estarei colocando minha
carreira em risco.
Mark
respira fundo e coloca a mão no ombro de Peter antes de falar:
-
Eu entendo sua posição, Peter, mas o único motivo pelo qual te contei sobre a
conversa é justamente porque preciso de sua ajuda para fazer o que Sibelle
pediu. Sei que como chefe da missão você deve se reportar a Clint, mas estou
falando com meu amigo Peter e não com meu chefe. Além disso, a vida de Sibelle
e todos os outros riscos envolvidos significam muito mais do que a sua carreira
ou a minha. Estamos lidando com algo sem precedentes e que pode representar uma
ameaça à própria raça humana. Não podemos cancelar a missão porque ela pode ser
nossa única esperança de achar uma cura caso algo dê errado, pois eu tenho
certeza que Sibelle não deixará Burke simplesmente enterrar tudo.
Peter
fecha os olhos e olha para cima enquanto se afasta de Mark. Ele pensa um pouco
pois sabe que sua decisão terá impacto decisivo em seu futuro seja ela qual
for. Após alguns instantes de silêncio, ele olha para Mark e diz:
-
Droga Mark, eu preferia que você não tivesse me envolvido nisso, mas acho que
ficaria muito mais chateado se descobrisse apenas depois que você já estivesse
a caminho de Europa. Apesar de discordar dessa abordagem, vou acatar seu pedido
e fazer o que Sibelle pediu. Vamos esperar para ver se ela vai entrar em
contato novamente. Eu vou ficar atento e tentar descobrir mais sobre Burke e o
que ele realmente pretende. Enquanto isso, vamos focar na missão porque o
lançamento está próximo.
Mark
dá um sorriso de alívio ao ouvir as palavras de Peter e diz:
- Muito obrigado, amigo, eu sabia que podia contar com você. Não se preocupe com
a minha parte, já consegui realizar todas as manobras arriscadas no simulador e
estarei pronto para o lançamento. Só preciso que você deixe tudo perfeito como
sempre.
Peter
também dá um sorriso e um suspiro antes de falar:
-
Esse é o objetivo, meu caro. Agora me dê licença porque preciso ver se nossa
equipe conseguiu colocar aquele submersível dentro da Interceptor.
Mark
faz um sinal positivo com a mão e vê Peter se afastar e se misturar à correria
dentro do hangar. Ele está bem mais aliviado agora e, apesar de saber que correu
um grande risco ao contar a Peter, tem certeza que com o apoio dele em terra
será muita mais fácil ajudar Sibelle. Mark decide voltar sua atenção novamente
para a missão e se consolar com o doce som da voz de Sibelle que ainda ecoa em
sua mente.
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