No NetFlix:Salvando o capitalismo(2017)
Passado ou futuro. E de que país? Ou é global? Veja o review desse instigante documentário sobre um futuro/passado do EUA que vai influenciar o mundo.
Nota IMDb: 6,8 (até o dia da postagem) (IMDb)
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Estariam os EUA virando um país subdesenvolvido? E por quê? |
Nota IMDb: 6,8 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Saving Capitalism
Ano de Lançamento: 2017
Ano de Lançamento: 2017
Diretor: Sari Gilman, Jacob Kornbluth
Estrelas: Robert Reich
Sinopse: O ex-ministro do trabalho de Clinton e professor de economia analisa qual mal e o que pode ser feito para salvar o capitalismo em seu país, o que pode ter consequências claras para o resto do mundo.
Sinopse: O ex-ministro do trabalho de Clinton e professor de economia analisa qual mal e o que pode ser feito para salvar o capitalismo em seu país, o que pode ter consequências claras para o resto do mundo.
Ok, confesso que eu fiquei um pouco com o pé atrás quando vi esse filme sugerido no NetFlix. Também já tinha visto o livro que serviu de base em livrarias, mas a enorme pilha de livros atrasados só ganhou mais uma sugestão de "se um dia eu puder ler...". Mas por coincidência acabei dando play e há pontos muito interessantes nesse documentário de uma hora e 13 minutos.
Robert Reich é um hoje baixinho palestrante e divulgador de suas idéias que começam do inconformismo do que ele viu ficar cada vez pior desde de sua participação no governo Clinton (93-2001). De um idealista professor que viu a chance de fazer alguma coisa para o chocado e frustado servidor público. É tanto que ele abandonou o governo claramente insatisfeito com uma guinada pró-mercado. E eis o primeiro interessante insight do filme:não há problema de haver algo pró-mercado desde que isso não atente contra o coletivo. E isso, um claro discurso associado com a orientação esquerdista, começa ser cada vez mais comum para vários setores que vêem que algo que compromete o sistema está indo em uma velocidade muito perigosa(Pergunta paralela:seria o Minimalismo uma reação ao consumo e concentração exageradas?).
Basicamente o documentário vem mostrando como a concentração de renda, coisa que conhecemos bem, vem aumentando a um ritmo tão grande como quão ínfima é a parcela da sociedade de lá que detém boa parte da riqueza. E tudo isso é ironicamente a maior ameaça ao próprio sistema e a democracia americana. Porque vale lembrar que justamente o cerne do modelo econômico e de ser um caso de sucesso do capitalismo era a mobilidade social, assim como a lógica de que com esforço e trabalho boa parte das suas ambições seriam realizadas. Isso já não é verdade e tende para um modelo visto em países subdesenvolvidos e com uma elite hiper-rica e que dita a agenda política para seu status quo(como alguns regimes totalitários socialistas, por exemplo). Os altos custos para obter educação, os baixos salários e os empregos que podem ser classificados como sub-empregos, assim como o desmonte da defesa de um falso "governo mínimo" e "economia livre" frente a mega incentivos de grandes corporações, perda de direitos e defesas do cidadão e forte atividade de lobistas, no sentido bem ruim da palavra(há uma curiosa discussão sobre contribuição de empresas que chega a ser "divertida") trazem a um curioso exercício, seja você de esquerda ou direita.
O filme em si não é de grandes novidades se o espectador já viu o excelente A Corporação(de 2003, ou seja, por incrível que parece, previu muita coisa que ocorreu...:/)(que tem a visualização em um esquema de shareware no site do filme). E esse veio a propor mais coisas do que nesse documentário que no final pode deixar muitas pessoas tão desanimadas como o protagonista(exceto as cenas dos créditos finais), mas o diagnóstico republicanos vs democratas pode sim refletir alguma luz na nossa situação atual, inclusive sobre o problema do populismo. E a reflexão histórica também merece destaque ao final do filme.Vale a pena conhecer até mesmo para refletir sobre algumas coisas que estamos vendo e veremos. Ponto alto do filme vai para o discurso de demissão de Reich!
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