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Filme da vez: Dunkirk (2017)

Um relato marcante sobre a guerra onde imagens e sons falam mais do que muitas palavras
                                                                                                   
Nota IMDb: 8,6 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Dunkirk
Ano de Lançamento: 2017
Diretor:  Christopher Nolan
Estrelas: Fionn Whitehead, Damien Bonnard, Aneurin Barnard
Sinopse: Na Operação Dínamo, mais conhecida como a Evacuação de Dunquerque, soldados aliados da Bélgica, do Império Britânico e da França são rodeados pelo exército alemão e devem ser resgatados durante uma feroz batalha no início da Segunda Guerra Mundial. A história acompanha três momentos distintos: uma hora de confronto no céu, onde o piloto Farrier (Tom Hardy) precisa destruir um avião inimigo, um dia inteiro em alto mar, onde o civil britânico Dawson (Mark Rylance) leva seu barco de passeio para ajudar a resgatar o exército de seu país, e uma semana na praia, onde o jovem soldado Tommy (Fionn Whitehead) busca escapar a qualquer preço.

Depois de comandar o ressurgimento da franquia do Homem-Morcego e de outros sucessos como 'A Origem', Christopher Nolan hoje é considerado um dos diretores mais brilhantes de Hollywood e cada projeto seu é cercado de muita expectativa. Depois de se aventurar no gênero de ficção científica com resultados, no mínimo, polarizadores, chegou a vez dele dirigir um filme de guerra. Com uma atenção a detalhes admirável e uma produção impecável, este filme sem dúvida entrará no hall dos grandes filmes que relatam eventos de guerra.

O filme mostra a dramática evacuação em Dunkirk que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial, onde centenas de milhares de ingleses e franceses ficaram encurralados e expostos a ataques aéreos enquanto aguardavam resgate marítimo. A escolha de Nolan foi dividir os acontecimentos em três narrativas: a praia, o mar e o ar. Elas acontecem em espaços de tempo diferentes, mas se cruzam em momentos chave para montar a história como um todo. Ainda que isso possa deixar o espectador um pouco confuso sobre a linha de tempo do filme, é uma forma bem interessante e original de apresentar os fatos. E por falar em fatos, o que vemos na tela é uma representação bem próxima ao que realmente ocorreu, claro que com as devidas liberdades poéticas para aumentar a dramaticidade.

Um dos objetivos de Nolan, e no qual ele é extremamente bem sucedido, é fazer com que o espectador sinta o que aqueles soldados vivenciaram: o desespero e o medo de estar à mercê de ataques nazistas e sem nenhuma chance de reação, sentimento aumentado pelo fato de se estarem separado por apenas algumas milhas de oceano de casa. Para tanto, o filme traz representações fantásticas desses momentos desesperadores com visuais realistas e uma mixagem de som poderosa e intimidadora. E, como o diretor escolheu privilegiar experiências ao invés de dramas pessoais, os diálogos são bem escassos e as poucas falas do filme são usadas apenas em pontos estratégicos. Mas isso não diminui a importância do elenco, que intercala rostos conhecidos com outros novatos e cumpre seu papel de transmitir as sensações de terror, heroísmo e urgência necessárias.

Outro ponto interessante é que o filme não traz cenas fortes ou violentas. Apesar de em vários momentos me lembrar bastante a cena inicial de 'O Resgate do Soldado Ryan', o diretor optou por não usar a violência como ferramenta para chocar, mas sim o medo e o desespero dos envolvidos. O ponto negativo para mim, que na verdade não tem nada a ver com o filme, é o fato de não poder experimentar o filme como ele merece e foi planejado: em um cinema IMAX. Se você tem essa chance, não a perca.

Sem dúvidas estamos diante de um filme que será reverenciado por muito tempo devido à forma original e fiel com a qual retrata um evento tão marcante de guerra. Ele serve também para reafirmar o talento de Nolan e sua fantástica capacidade de navegar tranquilamente entre gêneros tão distintos, comprovando cada vez mais que estamos diante de um dos melhores diretores de todos os tempos.

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