Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 2 - Parte 1
Em mais um teste da tecnologia EM-Drive, Mark precisará de toda a sua habilidade como piloto |
O fim do dia está se aproximando e o Sol avermelhado se espalha pela base de testes da Nasa e adentra o cockpit da aeronave que está prestes a ser testada mais uma vez por Mark, colorindo o painel de comando e iluminando seu rosto. Ele está pensativo e calado afivelando os cintos de proteção enquanto três outras pessoas fazem as checagens finais na aeronave antes do vôo. Do tamanho de um jato de combate, a nave é branca e tem um formato de um trapézio sendo que em cada uma das quatro arestas esta localizado um cone circular com base fechada que é um propulsor EM-Drive responsável por controlar o movimento vertical da aeronave. No fim da parte de trás e um pouco acima das asas existem duas turbinas movidas a hidrogênio responsáveis por impulsionar o veículo e fazer com que ele se movimente na horizontal. Também existem na parte de trás das asas quatro pequenos foguetes convencionais movidos a oxigênio líquido que serão utilizados apenas no espaço.
Depois de se prender na posição de piloto, Mark retira de um bolso em seu macacão uma foto de Sibelle, a beija e em seguida a posiciona no painel de comando, um ritual que sempre faz antes de qualquer voo. A imagem já um pouco desbotada de Sibelle mostra um sorriso que contrasta com a última vez que Mark a viu. Ele respira fundo e fixa seu olhar na foto enquanto revive alguns momentos do último e desastroso encontro dos dois. De repente, ele é acordado do transe que se encontrava pelo rádio:
- Sala de controle para Interceptor, Sanderson na escuta?
Mark se assusta e dá uma pequena tossida para limpar sua garganta antes de responder:
- Sanderson na escuta, câmbio.
A voz no rádio então responde:
- Todas as verificações externas da aeronave foram finalizadas e os sistemas estão operacionais. Você está pronto para o início do teste?
Mark baixa a cabeça e fita o nome “Coronel Sanderson” escrito em seu traje de voo antes de fechar os olhos, respirar fundo e responder:
- Sim, sala de controle, eu estou pronto.
A resposta vem logo em seguida:
- Ok, iniciando teste da Interceptor. Pode começar o procedimento de decolagem. Boa sorte e que Deus esteja com todos nós.
Mark respira fundo mais uma vez, começa a mexer em comandos do painel da nave e diz:
- Iniciando reator nuclear.
Os painéis se acendem e, em uma pequena tela, uma barra de energia começa a se preencher. Depois disso, ele fala enquanto começa a empurrar uma alavanca com sua mão esquerda:
- Reator operacional. Alimentando os magnetrons do EM-Drive para iniciar a decolagem.
Ao contrário do que se imagina, quase nenhum barulho é escutado, uma vez que os propulsores EM-Drive são completamente silenciosos. Depois de alguns segundos, o nave começa a sair do chão e Mark diz:
- EM-Drives operacionais e elevação vertical iniciada.
O rádio então volta a se manifestar:
- Todos os sistemas da Interceptor estão funcionais de acordo com nossos computadores, Sanderson. Pode prosseguir o teste.
Pouco tempo depois, ao atingir uma altitude considerável, Mark ativa outros comandos no painel e fala:
- Iniciando turbinas de hidrogênio.
Ele então aciona dois pedais que disparam a combustão nas turbinas e fazem com que a aeronave comece a se deslocar na horizontal. À medida que a velocidade vai aumentando, Mark começa a manobrar a nave com o manche que está na sua mão direita e ao mesmo tempo controla a alavanca de elevação do propulsor EM-Drive com sua mão esquerda. A Interceptor vai realizando o voo de maneira impressionante e, tirando seu aspecto futurista, muito similar a um caça de combate.
Depois de alguns minutos de voo, Mark se comunica com a sala de controle pelo rádio:
- Base, aqui tudo parece estar em perfeito funcionamento e os últimos ajustes que fizemos parecem ter melhorado bastante a estabilidade do voo.
Logo em seguida ele ouve a resposta:
- Isto é música para nossos ouvidos, Sanderson. Nossos monitores também mostram funcionamento normal da Interceptor. Temperatura do reator está nominal. Vamos prosseguir com os testes. Prepare-se para aumentar a potência dos propulsores EM-Drive para elevarmos a altitude e testarmos os sistemas em órbita baixa.
- Entendido, base - Responde Mark.
Depois, ele empurra a alavanca de controle do EM-Drive e fala:
- Elevando a potência do sistema Em-Drive e entrando em órbita.
O monitor de potência do reator mostra o aumento na produção de energia e todos ficam em silêncio enquanto a Interceptor ruma em direção à órbita baixa terrestre. Porém, depois de alguns segundos, a nave dá solavanco forte e um alarme é disparado. A Interceptor fica instável e começa a girar enquanto Mark tenta recuperar o controle e grita:
- Alerta, alerta, base, eu perdi o controle da Interceptor, câmbio.
- Entendido Sanderson, parece que perdemos um dos propulsores EM-Drive devido a uma falha no magnetron, desligue todo o sistema Em-Drive e tente estabilizar a aeronave.
Mark recua a alavanca do EM-Drive e tenta corrigir a trajetória da Interceptor com o manche enquanto a nave cai em uma trajetória espiral. A velocidade vai aumentado de forma perigosa enquanto Mark luta com os controles sem sucesso e com a monstruosa força G que ameça o deixar inconsciente. O rádio se manifesta novamente:
- Velocidade de queda se elevando e trajetória espiral parece estar sem controle. Atenção, Sanderson, ejetar da aeronave antes que você perca a consciência, copiou?
Mark escuta a ordem pelo rádio mas não responde e tenta manter a calma. Depois de respirar fundo, ele responde:
- Negativo, base,eu ainda posso estabilizar a Interceptor. Desligando turbinas de hidrogênio…
Depois de desligar as turbinas, a aeronave parece ter ficado menos instável e Mark começa a controlá-la melhor, mas a Interceptor está se aproximando rapidamente do solo e o rádio insiste:
- Isto é uma ordem Mark, você está a menos de 3 mil metros de altitude e sem as turbinas de hidrogênio nunca conseguirá reestabilizar a tempo. Ejete agora.
Mark mais uma vez ignora a ordem enquanto um alarme de baixa altitude começa a soar em sua cabine. A Interceptor ainda está caindo se se aproximando perigosamente do solo, mas Mark parece estar conseguindo reobter o controle. Depois de uma rápida manobra, ela para de girar e Mark então fala no rádio:
- Religando as turbinas de hidrogênio a toda potência.
Depois, ele pisa nos pedais e puxa o manche com toda a força para fazer com que a Interceptor volte a subir. Ao que parece sua estratégia funciona e a nave começa a se inclinar para frente e a assumir uma trajetória de elevação. É possível escutar a carenagem rangendo devido à enorme força G e Mark fecha seus olhos enquanto puxa o manche com toda força. Algumas centenas de metros antes de colidir com o chão, a Interceptor já está totalmente estabilizada e sob controle novamente de Mark. Ele respira fundo e depois dá um grito de vibração enquanto escuta o rádio:
- Parabéns Coronel Sanderson, você foi sensacional apesar da teimosia!
Mark sorri e responde:
- É para isso que vocês me pagam bem, vou trazer a Interceptor inteirinha para casa!
Algumas risadas são ouvidas pelo rádio seguidas da mesma voz que diz:
- Entendido Sanderson, ficamos muito felizes que vocês dois irão retornar inteiros. Favor prosseguir com o procedimento alternativo de pouso de emergência.
Mark faz uma cara de sorriso e depois respira fundo aliviado de estar bem. Após isso, ele faz a volta para a pista da base e aciona os trens de pouso para uma aterrissagem sem os propulsores EM-Drive. O pouso é realizado com sucesso e uma equipe de emergência se dirige até a aeronave. Mark retira seu capacete e desafivela os cintos protetores. Depois, ele retira a foto de Sibelle que estava no painel da Interceptor e a encara por alguns segundos enquanto seus olhos se enchem de lágrimas. Depois, ele beija a foto e a guarda em seu bolso novamente. Ele então abre o vidro da cabine e se levanta, quando é então interpelado por um dos homens do serviço de emergência que diz:
- Tudo bem com o senhor, Coronel Sanderson?
Ele respira fundo o ar da brisa noturna e, depois de enxugar o suor com a manga de seu traje, responde:
- Agora está tudo bem e eu só quero ir para casa.
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