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Eu faria assim: Filme de ficção científica - O Devorador de Ossos - Capítulo 1 - Parte 1

Dizem que todos os grandes problemas começam com pequenos acontecimentos que se somam...
                      

Sou um grande fã de filmes e seriados de ficção científica. Talvez este seja o meu gênero favorito porque ele quase sempre transporta o espectador para uma realidade alternativa onde a imaginação é o limite ou para um futuro onde coisas que estão apenas sendo pensadas atualmente já estão ao alcance da humanidade.

De certa forma eu ainda prefiro os filmes que nos aproximam do futuro sem quebrar tanto as leis da física e habitar o que costumo chamar de um subgênero de "fantasia científica". Um dos mais recentes (e criticados) representantes dessa facção mais fantasiosa foi o filme "Interestelar". Embora tenha começado como um ótimo filme de ficção com ótimos visuais e uma boa premissa, acabou desandando em uma fracassada tentativa de fazer algo como o clássico "2001- Uma Odisseia no Espaço".

Já faz algum tempo que estou amadurecendo uma ideia de um filme de ficção que tivesse (pelo menos em algum momento) algo relacionado ao espaço e, depois de várias iterações que envolviam viagens no tempo ou buracos de minhoca, resolvi apostar em algo que mescle um pouco de outros subgêneros. Não vou dar muitos detalhes da história para não estragar as surpresas, mas ela irá se passar em um futuro não muito distante (e sem data específica) e será o mais realista e baseada em lógica o quanto for possível, com alguns poucos momentos em que se exigirá "saltos de fé" para aceitar algumas ideias diferentes que tive.

Diferentemente do que já fiz das outras vezes nesta coluna, vou tentar descrever a história e seus personagens da melhor forma possível, incluindo diálogos e tudo o necessário para entendimento das cenas. Mas, ao invés de escrever no formato de um roteiro, preferi facilitar o entendimento e escrever como se fosse um livro, liberando pequenas partes "auto-contidas" periodicamente. Não sei se dará certo e nem quanto tempo levará para terminar essa "novela", mas estou ansioso para materializar tudo o que pensei para esta história de ficção científica.

Conto com o apoio de possíveis leitores para me ajudar na revisão e inclusive com ideias para a continuidade da história e dos personagens. Fique à vontade para deixar seus comentários e contribuir com este desafio.

Sem mais delongas, vamos à minha pequena e humilde contribuição para o tão rico e maravilhoso mundo da ficção científica:


O Devorador de Ossos - Capítulo 1 - Parte 1
O vento frio castiga a paisagem branca que se estende no horizonte e o brilho do sol reflete na neve que cobre a maior parte do continente Antártico. A intensidade do vento parece estar aumentando e as nuvens no céu denunciam uma possível tempestade. Jeremy está na beira da entrada do desfiladeiro de uma geleira juntamente com os equipamentos e veículos aguardando a equipe que está fazendo mais uma extração. Após ficar assustado com a mudança meteorológica, ele pega o rádio e se comunica com seus colegas que estão algumas dezenas de metros abaixo fazendo a coleta:
- Mindy e Bob, aqui é Jeremy, na escuta? Cambio.
Depois de alguns segundos, vem a resposta:
- Ok Jeremy, aqui é Mindy na escuta, o que foi? Cambio.
Jeremy olha mais uma vez para o céu e, após franzir a testa, diz:
- O tempo está piorando rapidamente e parece que aquela tempestade que o John temia está se confirmando. Vocês precisam finalizar aí para voltarmos à base o quanto antes. Câmbio.
Mindy olha para Bob, que está segurando a motosserra enfiada na geleira e depois de alguns segundos diz no rádio:
- Certo Jeremy, já estamos acabando a extração e já iremos voltar à superfície. Pode recolher o equipamento. Câmbio.
Depois disso, Mindy guarda o rádio e fala para Bob:
- Você ouviu, precisamos agilizar.
Bob acena com a cabeça e acelera a motosserra para terminar de cortar o pedaço de gelo que irão levar para análise desta vez. Eles fazem parte de uma equipe de geólogos dos EUA que está há mais de um ano na Antártida coletando e analisando amostras de gelo para conseguir informações sobre a formação e a evolução do continente. O último membro e chefe da equipe, John, está na base de operações que fica há alguns quilômetros dali. Ele não pôde vir devido a um sério resfriado que contraiu e que inclusive o fez ficar isolado do resto do time.
A serra faz um barulho alto e vai cortando o gelo enquanto Bob faz caretas e tenta acelerar a difícil operação. De repente, a serra faz um barulho mais agudo e trava. Bob acelera o equipamento, mas o barulho agudo e a maior resistência denunciam que ele atingiu algum material diferente do gelo. Ele recupera seu fôlego e fala com Mindy:
- Atingimos alguma coisa aqui diferente de gelo, o que devo fazer? Vamos desistir?
Mindy faz uma cara de surpresa antes de falar:
- Interessante, supostamente aqui a esta profundidade deveria ter apenas gelo. Veja se você consegue contornar esse objeto de forma a ele ficar dentro da nossa amostra.
Bob então retorna um pouco a lâmina da motosserra e tenta fazer uma curva. A operação é bem-sucedida e depois de mais alguns minutos ele consegue terminar de cortar a amostra. Ele deixa a serra no chão e pega a ferramenta de extração da amostra. Ele a apoia na face da geleira e faz força até conseguir soltar o pedaço de gelo da parede. Ele atinge o chão e fica evidente o que estava impedindo o progresso do corte: uma pequena rocha de menos de 20 centímetros de comprimento que está alojada no gelo. Ao que parece, Bob chegou a cortar um pouco da misteriosa rocha antes de mudar a direção da lâmina.
Mindy examina a amostra e diz:
- Veja só, parece que encontramos algo bem inusitado. Um pedaço de rocha deste tamanho aqui nesta geleira só pode significar uma coisa...
Bob então interrompe a fala de Mindy para adivinhar seu raciocínio:
- Um meteorito.
Mindy sorri para ele e fala:
- Isso mesmo!
A aparente euforia de Mindy é interrompida pelo rádio que traz a voz de Jeremy em um tom bem mais preocupado:
- E então pessoal, já finalizaram? Precisamos sair daqui o quanto antes e se vocês não subirem logo vou deixá-los aí e retornar à base para tomar todo o chocolate quente sozinho enquanto assisto à tempestade da janela. Câmbio.
Mindy pega o rádio e responde com uma voz de excitação:
- Calma aí, já estamos voltando e você não vai acreditar no que estamos levando desta vez. Câmbio.
Bob e Mindy embalam cuidadosamente a amostra com o meteorito e a colocam no reservatório refrigerado apropriado. Depois, eles arrumam seus equipamentos e amarram o reservatório com a amostra na corda e avisam Jeremy para içá-lo. Enquanto Jeremy liga o equipamento de guincho que está instalado na traseira de um dos trenós de neve e começa a recolher a amostra para a superfície, Mindy e Jeremy começam a escalada de volta.
Depois de alguns minutos e de Jeremy já ter recolhido e guardado a amostra, Mindy e Bob chegam na superfície e percebem que o tempo realmente está ruim e a tempestade se aproxima. Jeremy os cumprimenta e depois diz:
- Por que vocês demoraram tanto? O que tem de diferente nesta amostra?
Mindy respira fundo e depois de remover seus óculos protetores, sorri e fala para Jeremy:
- Se estivermos certos, temos algo fantástico e que pode inclusive mudar o rumo de nossa pesquisa. Ao que tudo indica, conseguimos achar um meteorito que estava alojado na geleira por milhares de anos.
Jeremy faz uma cara de espanto e diz também sorrindo:
- Não é possível! Isso seria como encontrar uma agulha num palheiro do tamanho do meu querido Tennessee!
Mas Bob não parece dividir o mesmo entusiasmo dos colegas e se mostra mais preocupado em fugir da tempestade que se aproxima. Ele termina de guardar os equipamentos nos veículos e depois grita para os companheiros:
- Vamos deixar as comemorações e especulações para depois, precisamos voltar para a base antes de sermos atingidos pela tempestade ou seremos nós que ficaremos alojados aqui por milhares de anos.

Os outros dois concordam com Bob e o grupo sobe nos trenós para retornar à base. Os ventos se intensificam e a neve começa a cair mais forte, o que diminui bastante a visibilidade. Jeremy vai na frente e, graças ao GPS, consegue permanecer no caminho correto e guiar os demais. Bob segue por último e gostaria de poder andar mais rápido. Mindy, que vai no meio do comboio, é a que está mais relaxada e nem parece se importar com a tempestade que está em seu encalço. A sua mente está completamente focada no achado mais recente da equipe e nas incríveis possibilidades e implicações que isso trará para suas vidas.
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