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Fica a dica: Como transformar seu Raspberry Pi em uma central de jogos antigos

Que tal revisitar os seus clássicos de infância?

O mercado de computadores ultra-compactos tem crescido bastante. Já tem algum tempo que o Raspberry Pi foi lançado e ele sempre me chamou a atenção pelo seu design simples, versatilidade e principalmente pelo baixíssimo preço (menos de trinta doletas). Existe uma infinidade de projetos bacanas para fazer uso dessa plaquinha mágica, como pode ser visto nesta lista aqui. Mesmo assim, ainda não tinha comprado um para não acabar arranjando outro hobby que iria disputar com a fila grande já existente para o meu curtíssimo tempo disponível. Mas foi aí que entrou em cena o meu caríssimo co-editor e me emprestou seu Raspberry Pi B porque havia comprado o B+. Foi o empurrão que precisava para botar em ação o projeto que mais me chamou a atenção nessa lista: a central de emuladores de consoles antigos usando o RetroPie.

Vou tentar então fazer um resumo do que é necessário para transformar seu Raspberry Pi em uma central de emulação. Devo avisar, porém, que não é algo tão simples e precisei quebrar um pouco a cabeça antes de conseguir botar tudo em ordem (ou quase tudo, como descreverei a seguir). Sendo assim, vou listar antes o que você precisará para este projeto:

1) Raspberry Pi B ou B+;
2) Cartão SD ou MicroSD (para o B+) com um espaço razoável para armazenar os jogos (eu usei um de 32GB);
3) Teclado USB para entrar com comandos;
4) Controle de Xbox 360 sem fio com receptor wirelles ou então controle de Xbox 360 com fio (tem como usar outros controles, como o de PS3, mas não sei como seria e este meu tutorial vale apenas para o hardware da Microsoft);
5) Um bom nível de leitura de inglês;
6) Conhecimentos básicos de uso de Unix em linha de comando (para os estudiosos de plantão, segue um link que pode ajudar: http://freeengineer.org/learnUNIXin10minutes.html);
7) Muita paciência. Isso é fundamental porque, mesmo seguindo todos os passos, pode ser que alguma coisa não dê certo e você precisará ter paciência para tentar alternativas e buscar a solução em forums da internet.

Sem mais delongas, vamos ao tutorial:

1ª Parte: Instalando o Retropie

O Retropie é, basicamente, uma interface gráfica instalada no linux e que junta todos os emuladores em um só lugar, facilitando o seu uso e configuração e apresentando tudo de forma bem amigável ao usuário (através da chamada EmulationStation), conforme pode ser viso na imagem abaixo:
Eu trocaria o pano de fundo para mostrar um certo porco-espinho!
Para realizar o processo de instalação, optei por baixar uma imagem pronta e que se "auto-instala" no SD no primeiro boot. Basta seguir este tutorial AQUI e parar quando chegar na parte de configurar os controles de Xbox 360, pois sugiro fazer isso de outra forma. Segue resumo do processo:
1) Baixar a imagem do Retropie aqui;
2) Gravar a imagem no cartão SD/MicroSD usanto este programa;
3) Fazer primeiro boot com o cartão no Raspberry Pi;
4) Depois da instalação terminar, apertar o F4 e quando aparecer o prompt de comando executar o "sudo raspi-config" e escolher a opção "Expand Filesystem" para liberar espaço para os roms. Você também pode depois mudar o layout do teclado e as configurações de local.

2ª Parte: Configurando o(s) controle(s) de Xbox 360

Aqui foi sem dúvidas a parte onde tive mais dificuldade, pois encontrei diversos problemas tentando usar um método mais fácil que é o descrito no tutorial que passei anteriormente. Por isso, vou tentar dar algumas dicas para que o trabalho seja mais fácil. Vamos aos passos:
1) Conecte seu Raspiberry Pi na internet usando a interface cabeada ou um adaptador wirelless compatível;
2) Conecte seu(s) controle(s) de Xbox 360 (na usb ou usando o receptor wireless conforme o caso);
3) No prompt de comando, execute o comando "sudo apt-get install xboxdrv" e aguarde o download e instação do driver para o controle;
4) No prompt de comando, execute o comando "sudo apt-get install joystick" e aguarde o download e instação de um utilitário que irá te ajudar;
5) Siga o método 3 deste tutorial AQUI. Para gerar os arquivos "xboxdrv" que ele pede pra você colocar nas pastas, você pode criá-los no windows e depois copiá-los para os locais adequados usando um pendrive. Se fizer isso, é EXTREMAMENTE importante abrir os arquivos em um editor de LINUX e os caracteres de quebra de linha porque com eles o script não funciona (eu perdi MUITO tempo até descobrir isso);
6) Siga o tutorial anterior para fazer as configurações no Retroarch (que é o hub de emuladores) e que gerará uma configuração padrão para quase todos os emuladores. Eu só precisei fazer configurações específicas para o FinalBurn (emulador de CPS1 e CPS2) e para o MAME (emulador de arcades). O primeiro tem um arquivo próprio de configuração (localizado em "/opt/retropie/emulators/pifba/fba2x.cfg") e o segundo permite configurar direto via interface apertando o TAB.
7) Se tudo der certo, você pode reiniciar o Raspiberry Pi e verá as luzes dos controles pararem de piscar e fixando em um número que depende da quantidade de controles conectados.
8) Basta agora fazer a configuração pedida logo na tela inicial da central de emulação para que você possa navegar nela e escolher os emuladores e jogos.

3ª Parte: Copiando os jogos/roms

Não vou entrar em detalhes aqui, por razões óbvias, de como baixar ou achar os roms de emuladores. Irei partir do princípio que você já tem os roms de todos os jogos que já comprou para os inúmeros consoles que já teve ;).

Esta parte é bem simples:
1) Insira um pendrive no Raspberry Pi enquanto estiver na EmulationStation (a interface gráfica para seleção de emuladores e jogos) e aguarde um pouco;
2) Retire o pendrive e o conecte no PC onde estão os roms. Você vai ver que foram criadas nele várias pastas com os nomes dos emuladores. Basta copiar os roms para suas respectivas pastas de acordo com o console. Em alguns casos não se permitem arquivos zipados, mas na maioria sim.
3) Reconecte o pendrive no Raspiberry Pi e aguarde até que ele termine de copiar todos os arquivos, um processo que pode demorar bastante dependendo da velocidade do seu SD e do tamanho total dos jogos. A interface gráfica não mostra esse processo de cópia, ou seja, sugiro usar um pendrive que tenha led que pisca para saber se a cópia terminou.
4) Reinicie seu Raspberry Pi e teste os jogos.

A interface gráfica permite que você baixe metadados dos jogos para carregar fotos e descrições, mas isso requer que você esteja conectado à internet e tenha paciência porque o download é bem demorado.

Aviso importante: alguns emuladores requerem arquivos de BIOS para funcionarem, como Neo Geo e PSOne. Estes arquivos são facilmente encontrados na net e esta página AQUI ajuda a saber onde eles devem ser colocados.

4ª Parte: Configurações avançadas

Além da instalação e da configuração dos controles, que já permitem desfrutar dos jogos, há uma outra infinidade de ajustes que podem ser feitos para tentar otimizar sua sua experiência. Segue aí uma lista de algumas configurações disponíveis que cheguei a usar:

1) Overclock do Raspberry Pi: mesmo sendo uma plaquinha ninja, alguns emuladores irão exigir muito da coitada e você irá experimentar lags de som ou slowdowns frequentes. Para tentar minimizar isso, a configuração central do Raspberry Pi permite que você selecione alguns perfis de overclock. Se for apelar, lembre-se de instalar algum cooler para ajudar a dissipar o calor ou terá efeitos negativos de instabilidade ou poderá até mesmo danificar sua placa. As mesmas regras do overclock de PCs se aplicam. Para fazer o overclock basta ir no prompt, digitar o comando "sudo raspi-config", escolher "Overclock" e depois selecionar a opção desejada, por sua conta e risco.

2) Configurações do Retroarch: o Retroarch é o hub de emuladores que junta tudo de forma a facilitar a experiência e usabilidade. Ele permite inúmeras configurações através do arquivo "retroarch.cfg", tanto globais (editando o retroarch.cfg global) quanto para cada emulador especificamente (basta editar o "retroarch.cfg" de cada emulador). Dentre essas configurações estão: resolução padrão, botões do controle, botões para salvar e para sair do emulador, etc. Uma coisa que tentei fazer e ainda não consegui foi mapear o botão de saída para o controle, o que me obriga a usar o "Esc" do teclado. Todas as vezes que tentei isso bugou os comandos nos controles do emulador, mas talvez esteja fazendo algo errado. De qualquer forma, mais detalhes sobre o Retroarch e suas configurações podem ser encontrados neste link AQUI.

3) Faça a imagem da sua instalação: depois que você conseguir colocar tudo pra funcionar direitinho, lembre-se de criar uma imagem do seu cartão SD/MicroSD utilizando o mesmo programa que usou para gravar a imagem inicial do RetroPie. Isso não só permitirá você restaurar seu sistema caso algum problema aconteça como também deixará você compartilhar com os amigos e tirar onda de "hacker" linux ;).

5ª Parte: "Okay, lets ride"

Se depois de tudo isso você tiver conseguido obter sucesso, deixe a nostalgia dominar você e tenho certeza de que poderá extrair muita diversão do seu Raspberry Pi. Eu fiz um teste e levei ele para a casa de uns amigos e a família ficou fã e relembrando seus clássicos, foi bem bacana.

Espero ter ajudado você a transformar seu Raspberry Pi em uma central de emuladores. Por favor deixe seus comentários abaixo e fique à vontade para colocar dúvidas e, na medida dos meus parcos conhecimentos, farei o possível para ajudar.

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