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Viajando na maionese: Pikmin 3, O Inferno de Dan Brown e a exploração espacial


Imagine a seguinte situação: alienígenas em busca de alimento, devido a expansão populacional desmedida do seu planeta natal, saem em busca de um novo planeta com recursos para a perpetuação da sua espécie.

Algum tempo depois, por acidente, chegam a um novo planeta o qual os permitem realizar alianças com nativos contra outros seres daquele planeta. A aliança não é só de cooperação, mas sim controle de tal forma que é possível mandar essas criaturas, os chamados Pikmins, para a morte certa contra obstáculos naturais e inimigos muito maiores do que eles.

Apesar de um plot suficientemente bom para um filme de ficção científica que pode pender ao terror ou até comédia, o "invasor" tem essa aparência:

Mais simpáticos que muitos moradores do meu condomínio


Do ótimo jogo, analisado na seção Fica a Dica: Jogos ,logo anterior a esse post, podemos destacar o motivo da necessidade dos alienígenas de saírem do seu planeta: falta de comida.

No novo livro de Dan Brown, Inferno, entre outros assuntos, há destaque principalmente quanto ao problema da expansão da população da Terra. Há de fato vários estudos que comprovam essa tendência(um exemplo é http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cienciasaude/124861-planeta-esgota-hoje-sua-cota-natural-de-recursos-para-2013.shtml).
Dica:temos no livro dispositivos que rodam..:P


Porém o livro peca por citar a Teoria Malthusiana(Thomas Malthus) e não mostrar porque ela falhou, em uma perspectiva maior, pelo menos até o momento.  Redução nos índices de natalidade em vários lugares do mundo(na Europa é fato que vários países, se não fossem os estrangeiros, teriam um crescimento negativo, ou seja, uma diminuição do número de habitantes. A Itália, ironicamente o país protagonista do livro, é um exemplo claro disso), a revolução nas técnicas de agricultura, assim como também relevantes aspectos de avanço na Química, Física e Engenharia, tudo isso adiou ou invalidou durante gerações as previsões de Malthus. 

E uma reflexão do real motivo disso tem mais a ver com os hábitos de consumo/estilo de vida do que números absolutos. Isso é fácil de se observar no país que é acusado de ser o novo vilão, glutão dos recursos da Terra junto com a Índia: na China, o consumo da nova classe média realmente tem puxado a demanda na economia mundial, porém também aproximado o esgotamento prático de alguns recursos em algumas dezenas de anos.

Claro que em uma situação como essa o mais prudente é buscar alternativas. O EUA mudou sua matriz energética radicalmente nos últimos anos. A sua dependência na geração de energia elétrica do petróleo foi sensivelmente reduzida pelo uso gás natural presente em seu próprio território. Devido aos problemas de segurança das usinas nucleares, alternativas tem sido amplamente usadas na Europa. Até a possibilidade de um morador de uma residência vender a energia excedente ao sistema elétrico é uma realidade em alguns países. Na contramão o Brasil insiste em aumentar ainda mais a dependência do petróleo, tendo as iniciativas de geração eólica e solar ainda muito pequenas.

Mais recentemente, notoriamente os governos europeus tem gasto parte dos seus recursos no que promete ser uma revolução energética: usinas movidas por fusão nuclear. Ainda são usinas de testes, porém prometem um quantidade de energia muito maior do que a nuclear, com uma quantidade de resíduos muito menor. Os riscos ainda são incertos e se tivéssemos tecnologia para realizar essa geração fora da Terra, melhor seria. Mas...

Mas retornando ao livro de Dan Brown, em um trecho, é citada a possibilidade de expansão espacial em tom de chacota. Esse é um erro comum quando não se vê a situação em uma figura maior.

Para exemplificar a situação, poderíamos retornar à época das Grandes Navegações. As nações europeias viam uma carência de novos mercados e recursos, havendo influência particular no esforço governamental na aventura da exploração marítima. Há cada vez maiores evidências de indicadores daquela época de que havia terras inexploradas a serem "descobertas". Vale lembrar que cada nau construída era de um esforço econômico e tecnológico muito semelhante às naves espaciais dos dias atuais. Some-se a isso um cenário diplomático muito mais precário do que nossos dias, o que demonstra a delicada situação de todos que investiam nesse projeto.

Voltando a nossa época, hoje já temos evidências de recursos(curioso observar que estamos inicialmente divulgando as reservas de agua, hidrogênio e outros gases, porém não muito sobre metais raros/valiosos) em vários planetas e, principalmente, luas. Tal qual na Europa antiga, empresas já se anteciparam ao governo e planejam a mineração espacial, logo depois de um investimento governamental inicial. Isso já é um realidade empresarial futura próxima.

Uma empresa chamada Planetary Resources, criada com sócios como os fundadores da Google, já tem um cronograma operacional de 2020(http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI303604-17770,00-MINERACAO+ESPACIAL+DEVERA+COMECAR+NOS+PROXIMOS+ANOS.html).

Como vários cientistas argumentam, o mais prudente é deixar o grosso do trabalho para robôs, tendo a presença humana só no final da operação. Empresas sabem disso e provavelmente terão uma abordagem mais prática, evitando as caras e precárias estruturas de manutenção de vida em uma nave. A presença de um humano na exploração de outro planeta tem mais impacto político/propagandista do que prático. Daí a diferença de reação da comunidade científica com as recentes missões espaciais e as primeiras impressões da população.

Se isso nos levará a uma situação com o Alien, Caçador de Androides ou quem sabe Elysium, só o tempo dirá.

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