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Filme da vez: Um Drink no Inferno



Título original: From dusk till dawn
Ano de Lançamento: 1996
Diretor: Robert Rodriguez
Estrelas: George Cloney, Quentin Tarantino, Harvey Keitel, Juliette Lewis
Sinopse: Os irmãos Seth (George Clooney) e Richard Gecko (Quentin Tarantino) são procurados pela polícia por 16 mortes. Eles sequestram um ex-pastor e seu casal de filhos, para poderem atravessar a fronteira com o México e lá se dirigem à uma casa noturna frequentada por caminhoneiros e motoqueiros, que é uma mistura de cabaré e prostíbulo. Porém, ao chegar lá a dupla se depara com algo totalmente inacreditável.


Vou aproveitar o fato de ter assistido a esse filme novamente há alguns dias para poder deixar registrado aqui minha opinião sobre ele. Com certeza não é um filme que está no topo da minha lista, mas isso não quer dizer que não goste ou nem tenha nada a comentar. Já assisti a vários filmes de Robert Rodrigues e sem dúvidas "Um Drink no Inferno" é meu favorito, especialmente pelo fato dele não ter só a parte "trash" pela qual o cineasta ficou famoso. Por pelo menos metade de sua duração, a película poderia ser vista como um filme policial tradicional e a partir daí acontece a reviravolta que dá uma guinada de 180º na trama para o cineasta poder fazer seu "checklist de bizarrices". E desse twist surge o meu dilema ao escrever esse post: é possível fazer uma análise completa deste filme sem entregar a surpresa?

A melhor forma de ver o filme é sem ter visto trailer algum e foi exatamente assim que aconteceu comigo, algo muito difícil de acontecer hoje em dia. Da mesma forma que fui assistir Matrix no cinema sem ter visto nada sobre o filme (veja o que o vestibular faz com uma pessoa!!!) e achando que se tratava de mais um Velocidade Máxima, eu aluguei "Um Drink no Inferno" achando que seria apenas mais uma história sobre dois fugitivos da lei. Se tivesse que resumir a trama em uma frase, não vejo opção melhor do que usar a que está na imagem do começo do post: "Eles mataram 13 policiais, 4 civis e são os heróis. Imagine os vilões". Os irmãos foragidos Gecko tentam fugir para o México usando uma família que sequestraram, mas ao parar num bar para celebrar sua vitória eminente eles são surpreendidos com um acontecimento extraordinário.

Antes de continuar, devo decidir se irei ou não entregar a surpresa. Mesmo sabendo que 90% da população cinéfila do planeta já deve ter visto este filme, pode ser que um jovem perdido surfando descompromissadamente pela net esteja lendo este post. Tenho noção que a chance é de 0,000001%, mas se pelo menos alguém ler isto e decidir assistir ao filme, me sinto no dever de preservar o segredo e permitir que esse espectador tenha a mesma experiência que tive ao ser jogado no olho do furacão no meio da película. Sendo assim, vou tentar continuar os post da melhor forma sem contar o "plot twist".

Os atores parecem ter sido escolhidos a dedo e formam um elenco competente que consegue se sustentar até mesmo nos momentos mais viajantes do filme. George Cloney ainda não era uma estrela no cinema, mas consegue mostrar a que veio com seus trejeitos em uma atuação "full on". Tarantino, amigo pessoal de Rodriguez, cai como uma luva no papel do irmão mais novo e psicopata. Harvey Keitel também deixa sua marca sem roubar a cena e uma Juliette Lewis novinha faz as vezes de lolita do filme. Destaque também para os personagens impagáveis como Sex Machine (e sua arma fálica) e para a deslumbrante Salma Hayek, que durante uma cena dança com uma cobra e mostra seu corpo curvilíneo (mas sem excesso em nenhum poro sequer).

As cenas de ação são muito bem feitas e o cineasta como sempre não economiza nos baldes de sangue. Amantes da pegada "gore" do diretor sairão bem saciados e irão presenciar momentos que fazem parte da cena cult dos filmes do estilo. A trilha sonora, como quase sempre acontece nos filmes de Rodriguez, é um dos destaques e casa perfeitamente com o tom despojado do filme.

Não recomendo este filme para os mais tradicionais, recatados ou para os que buscam uma reflexão mais profunda. Para estes, é difícil recomendar qualquer filme de Robert Rodrigues. Mas para quem deseja uma diversão descompromissada com ação, terror e pitadas de humor, este é o filme certo. Ao não se levar tão a sério, o diretor consegue evitar os clichês e criar uma das maiores reviravoltas em filmes recentes de que tenho conhecimento. Se você faz parte da estatística dos 0,000001% porque é uma das pessoas que nunca viu esse filme e está lendo esse post, ainda dá tempo de corrigir esse erro. Só não invente de parar num boteco na fronteira do México para festejar antes de fazer isso.

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