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Livro Da Vez:F*Deu Geral. Um Livro Sobre Esperança?

Tempos de títulos muito desbocados, grandes incertezas e muitas dúvidas. E uma delas é bem relacionada a esse livro:vale a pena? Essa complexa resposta e outras coisas no review abaixo

Ovo quente na boca do editor?


Saúde mental, como já falamos aqui no blog várias vezes, é uma coisa que infelizmente no nosso país é um luxo. E digamos que as coisas não andam muito fáceis, a vida cheia de desafios, e tem muita gente que ignora a importância de um bom profissional e outros simplesmente não sabem como conseguir acesso a isso dadas as condições pessoais, seja de conceitos ou realidade financeira. 

Antes, aproveitando ainda o passado Setembro Amarelo, que fala sobre o a importância da prevenção contra o suicídio, vale relembrar a importância de um profissional da psicologia. Muita gente acha besteira, porém é bem parecido como ficar com um dedo quebrado e não procurar ajuda. É bem como a dificuldade de chegar a conclusão que só doí quando eu toco em alguma coisa. Existe toda uma técnica, conhecimentos, escolas e décadas e décadas de esforço para o encontro de um alento pessoal. Uma dica bem legal, mesmo com todas as limitações que podem significar, é procurar ajuda nas clínicas de psiquiatria em várias faculdades/universidades. É uma rara chance de ajuda que acaba sendo mútua.

Dadas essas ressalvas, acredito que o livro, mais ou menos é a continuação de outro famoso livro quase não publicável "A Sútil Arte de Ligar o F*da-se"(realmente há toda uma escola de livros com mesmo tipo de chamada como "Seja Foda!", "Ligue o Foda-se e seja Feliz"...Enfim...Deu para ter uma ideia) com uma premissa que provavelmente não é para quem esteja em crise, pelo não uma grave: a Esperança serve para quê? Ou ela mais atrapalha do que ajuda?

Com alguns bons pontos, outros nem tanto, o livro fala muito sobre a crise de identidade e perceptivas dos nossos tempos. Vivemos em um período de grande fartura para parte da humanidade, com poucas Guerras, contudo o sentimento é bem ruim. Seja de representação, identidade como individuo ou mesmo quanto ao próximo. Também fala sobre a polarização, consumo excessivo, extremismo e vícios. E o disgnóstico segundo o autor é que não encontramos a esperança nesses dias. E o grande plot twist da história é: será que de fato precisamos dela?  

Acho que como um possível problema é que ele se apoia em vários momentos em algo próximo do budismo, porém chega a um ponto de sugerir um rompimento da Esperança frente todas as religiões, inclusive a de Igreja. Eu sei, eu sei, é um problema para muita gente, e para ser sincero o autor coloca como questão de requisito da felicidade, contudo ao meu ver(o autor vive fazendo isso nos dois livros, então lá vou eu...:))  o exercício de (re)significação é muito mais interessante do que uma radical desconstrução de crenças, inclusive religiosas. 

Ah, um detalhe importante é que em boa parte do livro há várias exposições sobre opiniões do mundo, tal qual o primeiro e famoso livro desse autor, Mark Manson, com uma boa quantidade de pesquisa, porém também com a interpretação de fatos e escolas filosóficas. Algumas coisas com uma ampla margem, o que pode chatear pelo conteúdo ou falta de formalismo. Calma, há boas histórias ao longo do caminho. Mas falando em falta, o final foi claramente corrido ou o autor foi vencido pelo cansaço. Tanto que quando pensei que ele iria falar mais sobre Inteligencia Artificial(pois é... Chegamos lá...E foi uma longa viagem!!!), aos 79% do livro(essas vantagens do Kindle! :P)) acabou e começou a parte de referências utilizadas. 

Resumindo, se você não leu A Sútil Arte..., mais vale a pena conhecer aquele primeiro. E se você está interessado em começar uma jornada que mal começa nesse livro, ok. Nesse aspecto, de fato é um livro 3 de 5. É um bom livro, mesmo com os poréns e uma certa inconsistência... E que bom que elas existem! Ainda assim, se você procura respostas mais urgentes e profundas para a solução da sua coexistência, por favor procure um profissional de saúde mental, que antes de tudo é um ato de autocompaixão e respeito consigo e com sua família. Força na peruca e vamos que vamos.

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