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Filme da vez:The Square - A Arte da Discórdia(2017)

Para quê a arte funciona? Quais são os limites da arte? E o que isso tem haver com a gente? Outras perguntas e reflexões nessa estranha comédia

Já fui a jantares assim...:/


Nota IMDb: 7,3 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: The Square
Ano de Lançamento: 2017
Diretor:  Ruben Östlund(responsável pelo muito elogiado Force Majeure(ou Força Maior de 2014))
Estrelas:  Claes Bang(como o semi-celebridade Christian), Elisabeth Moss(famosa pela participação no The Handmaid's Tale, aqui como a curiosa jornalista Anne), Dominic West(como o artista Julian), Terry Notary(como o polêmico artista Oleg, com sua inesquecível atuação de...gorila).
Sinopse: Justamente quando uma nova apresentação sobre colaboração, apoio e humanidade aparecem no X-Royal, um museu que luta por contribuições e relevância na sociedade sueca, o curador mais famoso vai passar por uma série de situações para questionar seu limite moral e a distância da teoria para a prática.

No antigo complexo de cinemas de arte da Academia de Tênis de Brasília, havia pérolas e coisas de gosto bem questionável em cartaz. Muito mais frequentemente tive boas surpresas e esse que seria perfeito para um lugar como era aquele , um filme instigador e mesmo assim, engraçado.

Celebrado pelo excelente filme de 2014 Força Maior, esse diretor provocou muito burburinho por essa outra ácida crítica em forma de comédia não só para o mundo da arte. Começando com um incidente onde o celular e outros pertences são furtados, o protagonista toma uma ideia "ousada" de distribuir uma carta com ameaças para o conjunto dos moradores de um condomínio de apartamentos onde supostamente o celular mandou a sua última localização.

Daí há uma série de eventos provocados Christian(olha mais uma metáfora no nome), direta e indiretamente, não só nos fazendo, muitas vezes rindo, refletir na distância entre o que falamos e o que fazemos. Ironicamente sendo o diretor que estará apresentando uma exposição que fala justamente sobre isso, ele é posto em cheque sobre fazer algo mais do que o politicamente correto, o que também é uma abstração até para o que é a Europa e a antiga e utópica(?) visão de que eles poderiam ser melhores por ajudar e compreender o outro.

Em uma clara ligação entre sociedade, arte e até sexo, o filme que é subdividido em sub-histórias ligadas a estória principal de Christian faz jus ao subtítulo que indica que há assim como um ciclo entre falta de reflexão, incoerência e falta de humanismo no homem moderno e dito civilizado.

Com atuações simplesmente brilhantes de formas diferentes, como a do menino que exige explicações, na perplexidade e curiosidade pelo poder por Anne(Elisabeth  Moss), na já antológica performance de gorila de Terry Notary, na ausência de ajuda, silêncio cúmplice e até em momentos de dúvida de Christian(Claes Bang) o filme se paga além das perguntas. Mas não se engane se o espectador achar que tem o direito de apontar e julgar os personagens por justamente entrar nesse circulo, no caso daqui, um quadrado, de falta de reflexão incoerência, intolerância, preconceito...:) E é bem normal sair com muita coisa para matutar e ,quem sabe, sair do loop.

Disponível no iTunes e outras empresas de streaming(ainda não no NetFlix, mas acho que não deve demorar muito não).

Ah, e uma dica que tenho que compartilhar: quem curtiu o filme, por favor procure o livro de Albert Camus chamado "A queda". Fala muito tudo isso aqui...e detalhe: ele é de 1956!


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