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Primeiras Impressões: The Gifted (2017 - ??)

Um novo seriado sobre mutantes que tem potencial, mas precisa se livrar rapidamente da muleta X-Men
                                                                                           
A mais nova série que contará histórias de mutantes foi cercada de expectativa pelos fãs desde seu anúncio oficial, principalmente pelo envolvimento direto da mesma equipe de criação/produção dos filmes dos X-Men, sendo que inclusive o piloto foi dirigido por Bryan Singer. Depois dos três primeiros episódios, já é possível se ter uma ideia do que será oferecido e, na minha opinião, considerando as claras limitações do formato, este seriado já mostra qualidade e um enorme potencial, mas é preciso ter cuidado para não repetir erros do passado.

O slogan que pode ser traduzido como "Família é o maior superpoder" resume bem a ideia por trás do seriado. Acompanhamos um universo não-apocalíptico onde os mutantes que usam seus poderes  de forma "perigosa" são perseguidos e presos. Neste cenário, um homem que trabalha como promotor para acusar e ajudar a prender os mutantes acaba descobrindo que seus dois filhos são mutantes e precisa fugir com sua família para evitar que sejam capturados. Eles então buscam ajuda de um grupo rebelde de mutantes que luta para proteger a sua raça.

Porém, o fato dos X-Men e sua mitologia ser abertamente tratada no seriado, apesar de parecer um trunfo, acaba sendo uma muleta que, ao meu ver, poderia ter sido evitada. Se os X-Men estão "desaparecidos" e todo mundo sabe que nunca irão fazer parte do seriado, por que citá-los ou sequer considerá-los? Isto parece muito com o que foi feito em 'Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D' e eu vejo como um truque sujo para prender os fãs e criar falsas expectativas de que o que acontece no seriado afetará de alguma forma o rumo do universo cinematográfico. Além disso, o fato de nenhum dos X-Men ou sequer seus poderes serem utilizados no seriado acaba limitando bastante as opções de mutantes e poderes disponíveis, dando a certeza de que não veremos nenhum grande personagem dos quadrinhos participando.

Além disso, ainda que o foco no drama pessoal seja interessante (e com bastante tempo para ser desenvolvido de forma correta) e as cenas de ação e efeitos tenham qualidade bem alta para os padrões da TV, nenhum dos conflitos apresentados ou poderes demonstrados representa uma novidade, uma vez que já vimos muito disso nos filmes e com um orçamento e produção bem mais caprichados. A opção seria usar uma abordagem diferente, como foi feito no excelente "Legion" (veja nossa análise da primeira temporada), mas aqui se adotou uma narrativa mais tradicional e que poderá evitar que o seriado se destaque por méritos próprios e que acabe conhecido apenas como o "primo pobre" dos filmes dos X-Men.

De qualquer forma, para os fãs do gênero de seriados de super-heróis que, como eu, não gostam da abordagem mais caricata das opções da DC e que querem embarcar de cabeça no drama familiar do fenômeno mutante, com certeza é uma boa escolha. O primeiro episódio abre os trabalhos muito bem e mostra que Bryan Singer ainda tem água para vender depois do desastroso 'X-Men Apocalipse'. Os outros dois episódios, apesar de ter um ritmo menos intenso (e menor orçamento) seguem a história e criam interessantes possibilidades e mostram possíveis segredos sobre o passado dos protagonistas. A nota de 8.3 no IMDb até o momento mostra que os fãs receberam o seriado de braços abertos e nos resta torcer que os criadores sigam inovando façam com que esta nova criação se livrem rapidamente da enorme sombra dos X-Men.

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