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Filme da vez: John Wick 4 - Baba Yaga (2023)

 

Um filme que faz história no gênero ao dar uma aula de como explorar seus pontos fortes e elevar a ação a um novo patamar que não será fácil de superar tão cedo

                                                                                                                             

Nota IMDb: 8,4 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: John Wick: Chapter 4
Ano de Lançamento: 2023
Diretor: Chad Stahelski
Estrelas: Keanu Reeves, Ian McShane, Bill Skarsgård, Donnie Yen, Laurence Fishburne
Sinopse: Antes de recuperar sua liberdade, Wick deve enfrentar um novo inimigo com alianças poderosas em todo o mundo. Uma influência que transformará velhos amigos em inimigos.
Crítica: Michael

A franquia criada em 2014 pelo primeiro filme de John Wick revolucionou o cinema de ação com seu estilo de "gun fu" e sua história que construiu uma realidade alternativa na qual existe uma organização de assassinos com alcance mundial, dirigida através de leis e códigos de honra. Vários outros filmes tentaram copiar sua fórmula, mas nenhum obteve o mesmo sucesso. Quatro anos após o último filme, chegamos ao quarto capítulo da saga de John Wick e, parafraseando algo que ele próprio disse no primeiro filme: "Sim, eu acho que ele está de volta". Com cenas de ação que elevam ainda mais um patamar que já parecia inalcançável, belíssima fotografia em locações variadas e uma história com ritmo interessante e um desfecho contundente, este talvez seja o melhor filme da franquia.

A trama continua de onde o terceiro filme parou, com John Wick recuperado e se preparando para lutar pela sua liberdade definitiva da organização de assassinos. Ele terá que enfrentar um novo emissário da alta cúpula, um marquês, para conseguir a paz que tanto busca. No caminho, ele reencontra velhos amigos e lida com questões de seu passado. Um dos diferenciais da série John Wick é a construção do universo assassino, que possui um quê de irmandade clandestina internacional com regras e códigos de honra, em um mundo onde parece não haver polícia. No entanto, a história sempre serviu mais como pano de fundo para a ação e isso não é diferente neste filme. Apesar disso, a duração prolongada do filme (quase três horas) permite que haja mais momentos de calmaria e diálogos entre as lutas, para explicar melhor as motivações, embora muitas das regras da sociedade assassina ainda pareçam absurdas ou confusas. A trama tem um bom ritmo e é interessante, especialmente com o desfecho que renuncia ao ritmo frenético que se tornou marca registrada da série em favor de um confronto mais emotivo e impactante.

Mas é na ação que reside o diferencial da série John Wick, e o quarto filme não decepciona, muito pelo contrário. Ele consegue algo que parecia impossível, elevando o patamar dos filmes anteriores com uma enxurrada de confrontos com diversos adversários e duelos interessantes com figuras mais importantes. A belíssima fotografia captura a essência da franquia e traz locações variadas, como Berlim, Osaka e Paris. Quem gosta do estilo "gun fu" terá mais uma overdose de lutas, mas é preciso fazer uma ressalva quanto à necessidade de suspensão do senso crítico em alguns momentos, já que John Wick chega quase a ter habilidades sobre-humanas. Além disso, o advento do terno à prova de balas pode ajudar a justificar sua quase invencibilidade, mas também diminui bastante o senso de risco nos tiroteios. Isso sem falar que, além de proteger de balas, o terno também deve amaciar bastante os impactos e quedas. Mesmo assim, quem deixar a lógica de lado poderá desfrutar de algumas das cenas de tiroteio mais emocionantes e bem coreografadas já produzidas pelo cinema.

E talvez o grande responsável por isso seja o lendário astro de ação Keanu Reeves. Ele abusa do seu estilo "Neo" de entregar diálogos e tiradas, esbanjando carisma e confiança, mas é nas lutas que ele novamente se supera. Fazendo praticamente todas as suas cenas, ele mostra que chegou ao seu auge e convence no papel de super assassino mesmo estando com quase sessenta anos. Outro destaque vai para o eterno "Ip Man", a lenda Donnie Yen, que interpreta um dos assassinos e antigo amigo de Wick, que foi convencido a voltar à ativa para matá-lo. Ainda que possa ser difícil acreditar que um assassino cego seria capaz de tanto, ele brilha com sua atuação que parece uma mistura de Bruce Lee com Steve McQueen. Também é preciso elogiar a performance de Bill Skarsgård como o vilão Marquês, e a forma como ele consegue soar ameaçador mesmo sem uma presença física marcante, contando apenas com sua imposição e presença de tela.

O resultado é algo raro neste gênero: um quarto filme de uma franquia que fica acima das expectativas e talvez acabe sendo o melhor de todos, embora não consiga superar a premissa do primeiro. A duração elevada pode assustar, mas o ritmo da história é tão bom e as cenas de ação são tão emocionantes que o tempo voa e no final ainda fica um gostinho de quero mais enquanto a pulsação volta ao normal. Certamente é um filme que faz história no gênero ao dar uma aula de como explorar seus pontos fortes e elevar a ação a um novo patamar que não será fácil de superar tão cedo.

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