Filme da vez: Pinóquio (2022)

    

Uma verdadeira bomba que é um exemplo de roteiro ruim e execução desastrosa

                                                                                                                    

Nota IMDb: 5,1 (até o dia da postagem) (IMDb)

Título original: Pinocchio

Ano de Lançamento: 2022

Diretor: Robert Zemeckis

Estrelas: Joseph Gordon-Levitt, Tom Hanks, Benjamin Evan Ainsworth

Sinopse: Um boneco é trazido à vida por uma fada, que o atribui a levar uma vida virtuosa para se tornar um menino de verdade.

Crítica: Michael

A onda de "remakes live action" da Disney começou para valer em 2010 com Alice no País das Maravilhas de Tim Burton e em geral temos visto filmes com boa qualidade e retorno financeiro. Porém, toda regra tem uma exceção e ela veio justamente com o primeiro destes filmes lançados direto para o serviço de streming da casa do rato, Pinóquio. Mesmo contando com Robert Zemeckis na direção, elenco com figuras tarimbadas como Tom Hanks e Joseph Gordon-Levitt e efeitos especiais razoáveis para um produção de TV, a soma destas partes gera algo completamente vazio e que consegue errar em quase tudo que tenta fazer.

A história é uma adaptação quase literal do conto de Pinóquio com forçadas atualizações para incluir elementos modernos e aí já começa o primeiro grande erro. Ainda que a tentativa de aumentar a representatividade do elenco seja louvável, as alterações na história não casam bem com o conto clássico e o correto deveria ter sido fazer uma releitura. Isso evitaria termos um visual clássico com personagens usando termos e expressões modernas que destoam demais. Além disso, o roteiro é muito mal escrito e não gera empatia nem desenvolve bem seus personagens. Gepeto já parece ser uma pessoa feliz e conformada antes de Pinóquio chegar e sua aceitação imediata de um filho de madeira soa muito forçada. Para piorar, o humor é bem fraco e nem as lições de moral geram o resultado esperado pela falta de atualização do texto. Os efeitos especiais também não ajudam e, ainda que razoáveis para uma produção feita para o streaming, fazem os olhos rolarem em vários momentos principalmente pela escolha de não usar animais de verdade e sim digitais.

O elenco então tem um trabalho quase impossível de fazer esta bagunça funcionar. Pobre Tom Hanks recebe mais uma linha esquecível em seu currículo e sofre com a figura extremamente caricata e mal construída de Gepeto. O resto do elenco também faz o que pode para tentar descascar seus limões, mas quem consegue mais é o jovem Benjamin Evan Ainsworth como Pinóquio, ajudado talvez pelo fato de estar apenas dublando o boneco de madeira digital.

Este é então um filme para esquecer e não recomendo para ninguém, nem mesmo quem gostar da história original do Pinóquio ou do clássico de 1940. É triste ver algo tão ruim sendo feito com nomes tão importantes, mas o cadáver exala um odor que leva a crer que a causa da morte pode ser a alta influência de executivos do estúdio. Se você quer ver uma releitura desta história que seja inteligente, carregada de carisma e humor, escolha a versão de Guillermo Del Toro lançada agora em dezembro no NetFlix, na qual também vamos falar aqui no blog. Mas fica o alerta de que ela é um pouco mais sombria e tem censura 12 anos. Para os pequeninos, melhor tirar a poeira do livro clássico e ler a história ou até mesmo escolher o filme de 1940 que também está disponível no Disney+.

Se você mesmo assim quiser conferir, esta bomba está disponível no Disney+ neste link.

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