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Filme da vez: Jurassic World Domínio (2022)

     

Nem mesmo a volta do elenco original pode salvar este filme de um roteiro ruim e de uma grave crise de identidade

                                                                                                                 

Nota IMDb: 5,7 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Jurassic World Dominion
Ano de Lançamento: 2022
Diretor: Colin Trevorrow
Estrelas: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Laura Dern,  Sam Neill, Jeff Goldblum
Sinopse: Quatro anos após a destruição da Ilha Nublar, os dinossauros coexistem com os humanos. Esse equilíbrio determinará se os humanos continuarão sendo os predadores dominantes em um mundo com as criaturas mais temíveis de todos os tempos.
Crítica: Michael

O primeiro Jurassic Park foi um filme revolucionário que deu início à era moderna dos efeitos digitais e encantou o público com os dinossauros realistas e sua história interessante com personagens cativantes. Porém, após isso é justo dizer que a franquia se perdeu e desde então nunca tivemos outro filme que conseguiu atingir o mesmo nível de qualidade do primeiro. Talvez uma razão possível para isso seria o fato de nunca termos visto o elenco original completamente reunido outra vez. Porém, o mais novo filme prova que não é esse o problema e que nenhum elenco pode salvar um filme com roteiro ruim e que possui uma série crise de identidade.

A historia deste sexto filme da franquia serve para fechar a "nova trilogia Jurassic World" e pega de onde o último deixou, mostrando o mundo agora tendo que conviver com os dinossauros vivendo livres. No meio dos já imagináveis conflitos por espaço e alimento, uma praga de gafanhotos geneticamente modificados ameaça acabar com o estoque de grãos do planeta e afundar o mundo em uma crise de proporções apocalípticas. Aí é que entra o elenco antigo trabalhando para desvendar e resolver esse problema, enquanto o elenco novo parte em busca para resgatar a criança que é o primeiro clone humano bem sucedido. E claro que as duas tramas irão se juntar em algum momento e todos precisarão lutar por suas vidas.

O roteiro é recheado de clichês e bastante inchado com a necessidade de abarcar tantos personagens principais, causando inclusive a estranheza de vermos o elenco antigo ganhar mais destaque e certamente ter a trama mais interessante, ainda que ela fique apenas na superfícies em termos das discussões levantadas. Com quase duas horas e meia de duração, o filme se arrasta em vários momentos e tem uma série crise de identidade. Não existe mais um elemento de terror ou de suspense a respeito das criaturas e nem mesmo o fator de sua beleza exótica é mais explorado. A verdade é que nem parece mais um filme sobre dinossauros. Ao invés disso, temos um filme que foca em cenas de ação grandiosas que estariam totalmente à vontade na franquia Bourne se não fosse pelo fato de termos dinossauros como vilões. Isso sem falar das cenas clichês para mostrar o T-Rex detonando ou das lutas entre dinossauros que não acrescentam em nada. E mesmo que os efeitos digitais sejam de qualidade boa e que ainda tenhamos alguns efeitos práticos, eles não são utilizados de maneira a gerar um resultado significativo e servem apenas para proporcionar os momentos de ação. 

Como disse antes, o elenco antigo se destaca e proporciona os melhores momentos do filme. Sam Neill, Laura Dern e Jeff Goldblum esbanjam carisma apesar do roteiro limitado e mostram que se fossem melhor utilizados poderiam sim ter gerado uma sequência digna do primeiro filme. Já o elenco da nova trilogia sofre com sua trama vazia e desinteressante e nenhum deles evolui como personagem. Chris Pratt serve apenas para protagonizar as cenas de ação mais absurdas enquanto Bryce Dallas Howard só consegue se meter em confusões para o primeiro a salvar. Em termos de elenco de apoio também não há nada a ser destacado com um vilão clichê ambulante.

Temos então mais uma tentativa fracassada de trazer um bom filme de Jurassic Park para o cinema. Mesmo com o retorno do elenco original, o roteiro ruim e inchado e a série crise de identidade da franquia impedem que o resultado seja mais do que algo mediano. Só mesmo recomendado para os fãs mais ardorosos da franquia e que estejam querendo matar a saudade do elenco clássico e se arrepiar em um breve momento onde temos a trilha sonoro original tocada. Resta torcer para que agora a franquia seja extinta de vez assim como os dinossauros que ela retrata.

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