Série da vez:Round 6(2021-?)
Claramente inspirada no gênero Battle Royale, onde os participantes lutam com consequências fatais até sobrar um, essa série tem dado muito o que falar. Mas há algo a mais como motivação da série? Sem spoilers, quiçá há uma boa explicação. Confira na crítica abaixo qual é.
Talvez seja tudo sobre a importância da educação financeira |
As produções sul-coreanas vem vivendo um ótimo boom de popularidade, ainda mais na NetFlix. A chamada invasão de séries e filmes desse país, o sucesso no Oscar e a popularidade da nova série pode abrir o convite para uma maior exploração de obras e visões bem diferentes das nossas. Mas, especificamente, qual a real grande motivação do autor da série?
No plot vemos um conjunto de 456 pessoas que vão participar de 6 jogos infantis que foram adaptados para que os perdedores viessem a perder a vida e o prêmio ficasse cada vez mais acumulado até o campeão final. Famoso o último ganha tudo. O grande fator comum de todas essas pessoas é que todas elas são devedores desesperados por uma solução.
Essa ideia em si não é nova no mundo pop. Battle Royale(livro e filme(2000)), Gantz(2000-2013), The World Ends with You(2007) como jogo, Jogo do Rei(2009),Jogos Vorazes(2013), As The Gods Will(2014), sendo que o último ganhou destaque recentemente por ter cenas muito, mas muito parecidas. O autor de Round 6 argumenta que foi coincidência e é bem possível por um motivo interessante. A história de fato tem uma série de "defeitos" dos chamados k-dramas daquela época. Há uma lista de motivos que pode explicar porque parte dos coreanos não curtiu tanto assim como os estrangeiros como ser visto em um video aqui da Inês Coreana justamente pela idade do roteiro. Contêm spoilers, então melhor guardar para quando concluir a série.
E há váaaaaaarios vídeos explicando detalhes, easter eggs, pequenos defeitos e consequências, porém, como o autor deixou claro no início, uma das interpretações de crítica é justamente a sociedade que estimula a chamada "Corrida dos Ratos", onde não raro a busca de sucesso supera e em muito os valores e a vontade de viver. E isso ficou não só mais frequente na nova geração, em termos mundiais, mas a Coreia do Sul há pouco tempo atrás ainda tinha pessoas que passaram pela guerra civil e onde a noção de poupança não era só uma questão de paz de espiríto, como principalmente de sobrevivência. Aqui no Brasil, os avôs em geral que passaram por eventos como grandes secas e crises econômicas que mudaram a relação com o dinheiro. A própria inflação dos anos 60/80 afetaram negativamente várias gerações. Há uma breve cena de uma reportagem de TV que confirma esse detalhe no último capítulo a importância desse aspecto na série. Talvez não é coincidência que o prêmio fique em um porquinho.
Resumindo, apesar da violência gore, a série se propõem a uma crítica da liberdade das pessoas, onde a inversão de que as pessoas servem ao dinheiro e não o contrário não é só real, mas também com consequências morais e físicas para elas. Consumismo exagerado, workaholic ou pessoas que tem problemas com jogo podem ser níveis diferentes da luta por equilíbrio. E como é líquida essa relação de dinheiro e felicidade. Como ouvi semana passada, "Ficar rico costuma ser um trabalho lento de poupança e controle. Não há uma forma rápida de enriquecimento e douradora. E isso tem tudo a ver com o relacionamento com o dinheiro e consigo mesmo". Disponível na NetFlix.
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