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No NetFlix: House of Cards - Sexta Temporada (2018)

Esta última temporada mostra o quanto o seriado dependia do seu protagonista
                                                                                                                                                                  
Nota IMDb: 8,9 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: House of Cards
Criadores: Beau Willimon
Estrelas:  Robin Wright, Michael Kelly

O escândalo recente de Hollywood em que vários atores, diretores e executivos foram acusados de assédio sexual gerou um verdadeiro furacão na indústria e mexeu inclusive com as séries de TV. Estrela principal deste seriado em um dos seus papéis mais marcantes da sua carreira, Kevin Spacey foi acusado de assédio quando a produção da última temporada de House of Cards estava começando e seu afastamento completo do projeto foi algo que, apesar de esperado e merecido, deixou uma vazio muito grande a ser preenchido. Porém, a atriz Robin Wright (que interpreta Claire) e outros envolvidos fizeram lobby com a NetFlix para não cancelar o seriado antes de uma temporada final, salvando assim o emprego de várias pessoas que não tinham nada a ver com o problema de Spacey. Pois bem, ainda que a questão "solidária" citada seja louvável, será que o resultado final é digno do legado da série? Infelizmente, não. Antes de analisar os motivos, vale o aviso de spoilers das temporadas anteriores para quem ainda não conferiu.

O seriado pega bem de onde parou na quinta temporada, com Claire eleita presidente e tentando fugir da sombra de Francis. Porém, para justificar a ausência de Spacey, seu personagem foi morto e vamos descobrindo aos poucos os eventos relacionados à sua morte. A decisão é compreensível, pois simplesmente substituir o ator seria extremamente desrespeitoso ao legado e aos fãs. O foco, claro, passa a ser todo de Claire e Robin Wright mostra mais uma vez que nasceu para o papel, dominando cada cena que ela participa. Quem também ganha mais destaque é Michael Kelly, que interpreta Doug Stamper, se transformando no grande adversário de Claire e carregador da tocha de Francis, mas falta a seu personagem o carisma para ocupar tamanho espaço, o que acaba deixando o seriado um pouco "manco". Além disso, as outras figuras opositoras a Claire, principalmente a família Shepperd (interpretados por Greg Kinnear e Diane Lane), não são suficientemente desenvolvidos nem para que torçamos por eles quanto para que seja adversários marcantes. A exceção são as excelentes confrontações entre Robin Wright e Diane Lane, que geram os momentos mais bem escritos e as melhores interpretações da temporada, representando de forma brilhante uma guerra fria em nível emocional.

Vamos então ao elefante na sala. Como disse antes, a completa ausência de Spacey é justa, mas seu vazio é imenso e não havia dúvidas de que seria difícil contorná-lo. O fato é que este seriado foi construído sobre seu talento e o seu personagem foi o centro de tudo, merecidamente, desde o começo. Nem mesmo o enorme talento de Robin Wright foi suficiente para suprir isso e o roteiro escrito às pressas não ajudou também. Em um mundo perfeito, com mais tempo para pensar em uma solução criativa, talvez o resultado teria sido outro.

Por tudo isso, é difícil negar que o seriado deixa um gosto ruim para seus fãs, principalmente por saber  que ele acabou. Ainda assim, pelo menos a NetFlix aceitou dar um desfecho que, mesmo longe do ideal, é um fim e mostra respeito a todos que acompanharam as outras cinco temporadas. E como disse antes, também temos alguns bons momentos que irão relembrar os ápices da série, principalmente os protagonizados por Robin Wright. Cabe a você decidir se está disposto a aceitar este final com todos os seus poréns ou se prefere se lembrar da série como ela era antes da saída de Spacey e imaginar outro desfecho em sua mente.

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