Documentário da vez:Rock Brasília-Era de Ouro(2011)
"No meu tempo netinho, eu ouvi muito rock". Confira abaixo do que estamos falando...
Feriado de 7 de setembro, nada melhor do que sobre um filme
que conta uma parte da história do Brasil, “no coração do Brasil”. Há
atualmente a piada de que o país regrediu aos anos 80. E já que estamos em uma crise
brava como aquela, vindo naquela tentativa de recuperação da história do Rock
em Brasília daquela época, o filme dirigido e escrito por Vladmir Carvalho fez
relativo sucesso comercial nas salas de cinema da cidade e do país e agora, 4
anos depois, está disponível no NetFlix nesse link aqui.
Com nota no imdb de 7,5
é um interessante mergulho naquele período.
Hoje Brasília tem lugares que foram ícones da formação do
público e artistas fechados frente a à monocultura do sertanejo. A cultura em
si vem sofrendo muito em Bsb e no Brasil. Essa cidade um dia se orgulhava em
dizer que era a capital do rock brasileiro. E um dia foi, há boas décadas
atrás. Com o escopo de contar a história
da formação e as consequências da “Turma da Colina”, o filme tem bons momentos.
Com imagens de acervo, entrevistas com os principais integrantes e familiares,
é mostrada a formação de um grupo que definitivamente não tinha nada melhor
para fazer do que tocar rock. Mostrando as limitações culturais, técnicas e de
recursos, o filme destaca uma mensagem muito interessante: no estilo bem
Ramones, do tipo “ a gente não gosta do que toca na rádio, então vamos fazer
uma banda”, fica evidente a disposição de mudar o cenário, de fazer algo por si
só e não mais apenas consumir o que vinha, com qualidade muito duvidosa.
O filme também tem seus problemas. Se ele consegue cumprir o
objetivo inicial de dar um contexto geral da cena do rock nos anos 80, falha em
dar um contexto , com exceção das Diretas Já. Alguns shows e imagens de arquivo
não são identificados. É citada a rivalidade da Plebe Rude, Paralamas e Legião
até por um episódio muito engraçado. Faltou a relação com a impressa de forma “
esférica”, possivelmente contribuindo com reportagens da revista Showbizz, ou
como ficou depois conhecida, Bizz, que dadas as proporções era a Rolling Stones
brasileira(ok, eu sei, eu sei...Mas é era o que tinha pra aqueles dias). A
parte da Legião pode ter sido prejudicada pelas brigas jurídicas posteriores e
podia ter sido tratada a questão da decadência do gênero que já era piada há
muito tempo. Dizia-se que o rock de tanto ter sido avisado que morreu, um dia
de fato já estava morto há muito tempo. Faltou também a transição das novas bandas. É citado o fatídico show da Legião Urbana em Brasília. Shows aqui eram muito complicados. E assim foram até a dádiva de quem ia para shows na cidade:o axé! Isso porque as brigas e as confusões começaram a ir para esse gênero musical. O clima fanzine e algumas bandas menos famosas, mas importantes também faltaram no filme.
De qualquer forma, mesmo com as falhas de ritmo e
intervenções às vezes estranhas do diretor, é um ótimo documentário que vai mais
além de algo barrista, mas também é um pouco de história do Brasil. E para
finalizar, um música infelizmente tão atual.
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