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Viajando na maionese: JFK - A versão oficial, a ficção, os fatos e a minha opinião



Com o assassinato de JFK completando 50 anos, as teorias de conspiração e a desconfiança na versão oficial ressurgem com força e reabrem o debate sobre o crime mais polêmico do século passado. Vários documentários novos tentam achar a resposta definitiva para a questão de quem realmente assassinou o presidente Kennedy. Um deles me chamou a atenção e me fez escrever sobre o assunto, relatando a versão oficial, a ficção e os fatos que cercam o acontecimento, além de dar minha opinião no final.

A versão oficial

Segundo as autoridades do governo e a comissão Warren que foi criada para se chegar a um veredito, Lee Harvey Oswald agiu sozinho e foi o único responsável pelos três tiros e pela consequente morte de JFK. Na década de 60 a CBS fez uma série de testes tentando reproduzir as condições dos tiros. Apenas um dos especialistas foi capaz de dar os três tiros no tempo determinado, sendo que isso só foi alcançado após três tentativas. Apesar de mostrar que seria possível, o teste revelou a extrema dificuldade envolvida e aumentou a desconfiança sobre esse cenário. Até hoje, poucas pessoas acreditam que isso foi o que realmente aconteceu.

A ficção

Em 1991, Oliver Stone lançou o filme JFK (http://www.imdb.com/title/tt0102138/) e botou o assunto mais uma vez em pauta, gerando grande repercussão na época. Segundo o filme, existia realmente uma conspiração para matar o presidente e vários tiros (pelo menos seis) foram disparados, sendo que o tiro fatal teria sido desferido de uma cerca localizada à frente do carro. Essa teoria foi justificada pelo movimento do corpo do presidente, mas desconsiderou a forma do ferimento feito na cabeça (que é compatível com um tiro vindo da parte de trás). O filme também questionou a teoria do "tiro único", que seria o tiro que atravessou o pescoço do presidente e acertou o governador no banco da frente, usando como justificativa a trajetória estranha da bala.

Mesmo sendo um bom e consistente filme e levantando questões importantes, como as falhas na comissão Warren e a tentativa de encobrir a verdade, o filme acaba se perdendo nas teorias de conspiração e colocando a máfia e até a indústria armamentística como cabeças de um esquema para matar o presidente que envolvia a CIA, FBI e talvez até mesmo o vice-presidente.

Os fatos

Um documentário recente da Discovery chamado JFK: The Smoking Gun (http://www.imdb.com/title/tt2945784/), mostrou o resultado de quatro anos de trabalho do mundialmente famoso perito criminal Colin McLaren após analisar todos os documentos e dados existentes sobre o assassinato. Ele conseguiu corroborar o trabalho do também  perito e já falecido Howard Donahue, que durante décadas trabalhou para desvendar o mistério após ter sido o único capaz de reproduzir os tiros de Oswald e duvidar que o assassino tenha agido sozinho. A teoria do "tiro único" foi provada após a correção da posição do governador, assim como o fato do tiro mortal ter partido de trás do carro.

A grande revelação está no fato de que o terceiro tiro partiu não do alto, mas do nível da rua. Além disso, o tiro não poderia ter se originado da mesma arma de Oswald, pois a bala explodiu ao impacto e causou o ferimento fatal, diferentemente do outro tiro que atravessou o presidente e o governador. Após análises cautelosas da trajetória do último tiro e de testemunhos que sentiram o cheiro de pólvora e viram um homem do serviço secreto carregar um rifle, os peritos concordaram em sua conclusão final: o terceiro último e fatal tiro partiu de uma arma do serviço secreto, disparada acidentalmente por um dos agentes que estavam no carro atrás do presidente após o veículo ter arrancado repentinamente.

A minha opinião

Essa última teoria, na minha opinião, é a mais correta. O fato do serviço secreto ter acidentalmente assassinado o presidente seria justificativa suficiente para gerar a necessidade de encobertamento e condução tendenciosa da comissão Warren, para impedir que a verdade viesse à tona e manchasse para sempre a imagem da organização responsável pela segurança dos presidentes. 

Sendo assim, Lee Harvey Oswald foi o bode expiatório utilizado para acobertar o trágico erro que ocasionou a morte do presidente. Não acho que Oswald fosse inocente, pois ele disparou os dois primeiros tiros, mas talvez não teria causado a morte de JFK se o último tiro não existisse.

A decisão de esconder a verdade, ao meu ver, foi tomada para preservar a vida do agente que causou o acidente e também para evitar que danos adicionais fossem feitos à imagem do país já extremamente abalado pela perda de seu líder. Acho muito mais fácil acreditar nisso do que nas teorias de conspiração mirabolantes. Sugiro que os interessados assistam a este documentário e a outros e tirem suas próprias conclusões. Para mim, no entanto, este caso já foi resolvido. Resta aguardar que um dia a verdade venha à tona por meios oficiais e dê um ponto final a este evento histórico e que ainda hoje capta o interesse mundial.

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