Fica a Dica - Vc tem fome de quê? - A chegada dos eReaders
Consumir
informação sempre foi um problema para mim. Como parte da minha "mea
culpa", imprimi muitas e muitas folhas, ainda que tenha tentado
aproveita-las para rascunho ou devidamente destina-las para reciclagem.
Porém, além de um processo ecologicamente reprovável, demandava espaço,
dinheiro e energia em vários aspectos. Se você trabalha em uma área que a
informação muda muito rápido, assim como informática, sabe como esse
processo cada vez mais grita sua falta de lógica. A pesar da boa
intenção, o processo de substituição do papel nas empresas anda a passos
de tartaruga, quando não paradoxalmente aumento o volume de impressão.
Um exemplo disso é a resistência na Justiça brasileira, onde até juízes
exigem os processos em papel ainda que o sistema já faça o fluxo de
tramitação de forma online.
Para exemplificar o processo de evolução voltaremos ao
passado onde resumos para provas iam parar em mensagens no agora bizarro
e jurássico nokia 5110i que recebia SMS, o que na época prometia ser
algo fundamental. Posteriormente conheci e utilizei muito o meu primeiro
PalmTop m180, até um dia conseguir comprar um T1. Aquilo sim era uma
evolução! Havia um programa chamado Repligo que era excepcional. Ele não
só permitia a visualização normal do pdf, mas ele lia o arquivo e
permitia a mudança do tamanho de letra, permitindo uma serie de
otimizações de leitura. A experiência foi tão boa que comprei um T3 que
utilizaria de forma muito parecida, porém naturalmente mais precária do
uso do meu iPad:via vídeos, lia livros, escutava músicas, me escutava
recitando os resumos, e além disso tudo, jogava... Bejeweled era sempre o
finalizador da precária bateria que aguentava divertidas 4 horas....
A leitura no computador também não era muito viável também. Indo dos finados monitores CGA até os XVGA, os monitores CRT costumavam ter o desagradável efeito flicker, tal como as lâmpadas fluorescentes que estão quase queimando. Apenas monitores de melhor qualidade apresentavam a opção de maior frequência, opção que se tornou mais comum no fim de vida desses até a substituição pelos menores, mais confiáveis e agradáveis a vista monitores LCDs(é justa a exceção dos monitores de editoriação gráfica que reinaram absolutos quanto a fidelidade de cores). Mas voltando a leitura, além de desagradável, a posição não permitia obviamente o mesmo conforto de um livro.
Isso foi mudar com a evolução dos notebooks, passando pelo engraçado aviso de risco de impotência masculina por uso no colo de alguns modelos mais parrudos da época pela radiação e temperatura. Mesmo assim as telas estavam longe de proporcionar conforto de leitura. E como eram caros(!!!) , por sua vez, representavam restrições de uso por questão de segurança(quantas vezes vc já viu alguém lendo em um notebook no metrô?).
A situação foi melhorando com a evolução dos smartphones, lá na antiga série Treo da PalmTop. É necessário lembrar que esses modelos eram mais computadores de bolso do que eReadears, mas quebravam o ganho juntando telefone e leitor. Porém, muitos anos depois dos heroicos esforços da Palm, já lançamento do iPhone, quando perguntada que projeto estaria a já gigante da indústria da Internet Amazon estaria apostando suas fichas, ela respondia que seria um projeto que mudaria de certa forma o mundo. Muitos apostavam em um novo iPod ou um smartphone. A surpresa veio na apresentação do Kindle, em novembro de 2007, dispositivo que apesar de não ter sido o primeiro a incorporar a tecnologia eletronic paper(o qual foi o, em ereaders, o Librié EBR-1000EP da Sony), foi inovador em permitir o usuário comprar o livro e em poucos segundo já estar lendo-o. Isso foi um senhor diferencial, assim como um enorme acervo fruto do peso e estilo de negociação da Amazon no mercado editorial. Além da capacidade de leitura em céu aberto, sem se preocupar com o reflexo do Sol(problema que só recentemente os tablets foram superar) a autonomia de bateria era um grande diferencial, tendo no primeiro modelo 5 horas e meia, beirando a quase bruxaria em uma industria que via uma curva descendente de autonomia de bateria frente a um poder de processamento crescente, e posteriormente chegando aos atuais 28 a 30 horas de autonomia dos modelos mais novos.
Um eReader é uma solução para estudar?
A leitura no computador também não era muito viável também. Indo dos finados monitores CGA até os XVGA, os monitores CRT costumavam ter o desagradável efeito flicker, tal como as lâmpadas fluorescentes que estão quase queimando. Apenas monitores de melhor qualidade apresentavam a opção de maior frequência, opção que se tornou mais comum no fim de vida desses até a substituição pelos menores, mais confiáveis e agradáveis a vista monitores LCDs(é justa a exceção dos monitores de editoriação gráfica que reinaram absolutos quanto a fidelidade de cores). Mas voltando a leitura, além de desagradável, a posição não permitia obviamente o mesmo conforto de um livro.
Isso foi mudar com a evolução dos notebooks, passando pelo engraçado aviso de risco de impotência masculina por uso no colo de alguns modelos mais parrudos da época pela radiação e temperatura. Mesmo assim as telas estavam longe de proporcionar conforto de leitura. E como eram caros(!!!) , por sua vez, representavam restrições de uso por questão de segurança(quantas vezes vc já viu alguém lendo em um notebook no metrô?).
A situação foi melhorando com a evolução dos smartphones, lá na antiga série Treo da PalmTop. É necessário lembrar que esses modelos eram mais computadores de bolso do que eReadears, mas quebravam o ganho juntando telefone e leitor. Porém, muitos anos depois dos heroicos esforços da Palm, já lançamento do iPhone, quando perguntada que projeto estaria a já gigante da indústria da Internet Amazon estaria apostando suas fichas, ela respondia que seria um projeto que mudaria de certa forma o mundo. Muitos apostavam em um novo iPod ou um smartphone. A surpresa veio na apresentação do Kindle, em novembro de 2007, dispositivo que apesar de não ter sido o primeiro a incorporar a tecnologia eletronic paper(o qual foi o, em ereaders, o Librié EBR-1000EP da Sony), foi inovador em permitir o usuário comprar o livro e em poucos segundo já estar lendo-o. Isso foi um senhor diferencial, assim como um enorme acervo fruto do peso e estilo de negociação da Amazon no mercado editorial. Além da capacidade de leitura em céu aberto, sem se preocupar com o reflexo do Sol(problema que só recentemente os tablets foram superar) a autonomia de bateria era um grande diferencial, tendo no primeiro modelo 5 horas e meia, beirando a quase bruxaria em uma industria que via uma curva descendente de autonomia de bateria frente a um poder de processamento crescente, e posteriormente chegando aos atuais 28 a 30 horas de autonomia dos modelos mais novos.
Um eReader é uma solução para estudar?
A resposta vem
com um mais ou menos. Se vc precisa de um aparelho que permita que vc
faça as suas anotações, com base em um texto, então o mais apropriado
seria um notebook leve, como os ultrabooks, ou até tablets. Os tablets
são penalizados em momentos que demandam uma anotações longa, porém para
destaques ou curtas frases que não incomodam tanto assim em usar o
teclado virtual. Vale também lembrar que os tablets tem uma grande
variedade de possíveis softwares de leitura, seja no IOS da Apple como
os Androids. Porém o que realmente faz o eReader se destacar é
facilidade de leitura. Nesse caso a parceria entre o aparelho e um
caderno ou até um notebook é mais produtivo devido a facilidade de
anotações.
Resumindo: para uma leitura de resumos, textos mais longos,
apostilas em pdf, o eReader é tão bom quanto a impressão em papel e
tinta, porém, as anotações podem ser prejudicadas pelas desconfortáveis
opções de anotações desses aparelhos. Muitos usam um tablet com um
teclado, mas uma pergunta fica óbvia:não seria melhor um notebook mais
leve?
Curiosamente,
no inicio, quando a Amazon só tinha como opções de aparelhos kindles
que não eram tablets, a mesma gostava de frisar que em seus aparelhos
não tinham distrações tão comuns em outros aparelhos, as quais
atrapalhavam a experiência de leitura. Porém o objetivo da empresa foi
sendo expandido para um leque maior de mídias, incluindo seriados,
filmes, revistas e jornais. Por questões de tempo e custos, a Amazon
acabou adotando o formato de tablet em vez de propor outro paradigma de
aparelho, pórem se preocupando com o conforto de leitura. Com o preço
projetado isso se trataduziu , na época do lançamento, em 2011, em uma
tela com a tecnologia IPS , a qual é confortável para a vista. Ao mesmo
tempo os iPads foram evoluindo para o Retina Display o qual, com um bom
ajuste de luminosidade, pode proporcionar um ótima experiência, com uma
impressionante resolução de tela e grande conforto visual.
Mesmo assim, uma pergunta natural acontece: por fim, quem é melhor? Tablets ou eReaders?
Na
verdade os dois tem vantagens especificas, como por exemplo os tablets
serem muito bons em conteúdos interativos como gráficos dinâmicos,
questionários, animações ou interligações com mídias. Daí a enorme
popularidade com o publico mais jovem. Já os eReaders permitem um enorme
numero de livros armazenados em um relativamente pequeno aparelho,
vantagem muito considerável dado o enorme custo do metro quadrado nas
metrópoles brasileiras, assim em viagens, onde a volta pode resultar em
quilos de sobrepeso de bagagem e aquele livro que vc já leu virou um
peso morto.
Agora, já para voos, o livro tem duas grandes vantagens: não
tem problema de bateria, mais grave nos tablets, e seu uso é liberado em
todas as fases de voo. Muitas vezes, uma boa revista já resolve o tempo
de restrição de qualquer forma. :P
Opções no mercado
Tive experiência com alguns modelos do mercado e vou tentar destacar pontos fortes e fracos de cada um.
Kindle DX
O
Kindle DX assusta inicialmente no review dele na Amazon pela suposta
fragilidade. Muitas pessoas argumentam que ele simplesmente parou de
funcionar ou que ele foi perdendo desempenho até não mais ligar. Tendo
em mãos um deles vc percebe que definitivamente ele não é mal feito. O
fundo metálico além de elegante, garante sim uma certa durabilidade. A
tela , levemente mais "sépia" do que o seu irmão antigo, o Kindle 3,
transmite confiança de robustez. Porém, dúvidas quanto a durabilidade
aparecem quando se usa pela primeira vez o botão de virar a página.
Inclusive, eles só se encontram em um lado do aparelho, algo que em um
metrô se mostra um defeito. Com o tempo de uso, depois de intensos 2
anos de uso, percebi infelizmente a queda de velocidade, maior tempo de
troca de página e dimuição de durabilidade da bateria. Contudo, sem
dúvida é um fabuloso aparelho. A leitura de pdfs, característica que o
faz se destacar, suplanta problemas de uma boa diagramação do arquivo,
assim como permite a leitura de documentos ricos em figuras ou elaborada
disposição dos elementos de texto. O teclado, agora item raro nos
modelos, deficientemente ajuda nas anotações, porém tem contribuição
melhor do que outros aparelhos. E o aparelho, a pesar do seu tamanho, é
bem leve, algo que é relatado por muitos que conhecem o aparelho pela
primeira vez. Por fim, como eles só existem em modelos via 3G, há
possibilidade de acessar determinados sites de forma "gratuíta", a qual
acaba gerando uma das situações mais curiosas tecnologicamente: acessar o
Gmail pelo aparelho, formando linha a linha, em preto e branco, em uma
velocidade a lá BBS, o que acaba se tornando em uma experiência Fringe,
no universo paralelo "bizarro".
Só não são pontos positivos o pouco espaço, mas mais do que
suficiente para o publico geral, de um pouco mais de que 3 gigas e a
limitação de leitura para o formato proprietário da Amazon de
arquivos(.mobi e azw) e pdf. O ePub fica de fora, o que dificulta o uso
de livros comprados na Saraiva e Livraria Cultura, além da proteção
autoral. É possível a conversão por parte de programas como o Caliber,
contudo mudanças na formatação ou algumas palavras danificadas podem ser
resultado dessa operação de semi-bem sucedida, porém, felizmente, isso é
relativamente raro. Ah, e ao contrário do que muitos esperam hoje em
dia, o aparelho não é touch screen, o que rende cenas engraçadas com
novatos. Infelizmente esse modelo saiu de linha e hoje em dia
basicamente é quase uma raridade.
Kindle PaperWhite
Leve, rápido na troca de
páginas e com luz integrada ao leitor, também se destaca pela duração da
bateria de 28-30 horas, ou dependendo do ajuste luminoso, quiçá mais.
Tal como o irmão anterior, não conta mais com o teclado físico, pedindo
assim o uso do teclado virtual. Com a comercialização no Brasil
ocorrendo pela Ponto Frio, assim como o Extra, é o produto no momento
que apresenta melhor custo beneficio da Amazon. Peca por pouco espaço
para aqueles que gostam de uma extensa biblioteca, e por causa da
política da empresa, tem as limitações de extensões de arquivos do irmão
maior. Curiosamente vem da leitura de arquivos pdf um dos pontos altos
do aparelho, tendo uma visualização que a mim me surpreendeu
positivamente. Os chamados vazamentos de luz podem ocorrer, porém a mim
são tão pequenos que chegam a ser desprezíveis.
Nook SimpleTouch
Não é mais o aparelho mais
novo da Barnes & Noble, mas é um leitor bem interessante pelo preço
lá fora, assim como o habito de vários usuários de instalar uma versão
de Android, o acaba sendo interessante para permitir a possibilidade de
uso do software leitor da Amazon, o que seria o melhor dos dois mundos.
É um aparelho simples, porém muito bem feito, leve, mesmo com claras limitações de performance, mas ainda assim uma ótima compra frente ao custo tão modesto. Ele é mais indicado a pessoas mais aventureiras tecnologicamente falando.
É um aparelho simples, porém muito bem feito, leve, mesmo com claras limitações de performance, mas ainda assim uma ótima compra frente ao custo tão modesto. Ele é mais indicado a pessoas mais aventureiras tecnologicamente falando.
iPad
Na sua primeira versão, o iPad contava com
problemas de conforto de leitura, seja pelo peso do aparelho, a tela
que cansava a vista facilmente, a impossibilidade de leitura em lugares
abertos por causa do sol(o que gerou em uma bizarra propaganda da Amazon
criticando isso) e as tantas distrações passíveis de interrupção de
leitura. Nos novos modelos essas distrações estão lá, porém desde o
lançamento da chamada tela "Retina", a leitura é muito melhor, tendo o
brilho e contraste suficientemente bons para um bom angulo de leitura a
céu aberto, a incrível resolução e as cores muito vivas, mesmo assim não
contribuindo no peso do aparelho que dá a impressão de ser muito mais
leve do que o pioneiro. Outra virtude é o leque maior de possíveis
leituras, como revistas com pesquisas, questionários e graficos
dinamicos, como já comentando a cima. E naturalmente, sempre há um
aplicativo que faz algo que você quer, ainda que muito provavelmente ele
será pago. Uma recomendação para os que utilizam iPads é sem dúvida o
GoodReader
que permite destaques e anotações em arquivos pdfs(e uma grande gama de
outros tipos de arquivos), praticamente tal
como Word em modo de revisão, ainda que não seja possível editar o
arquivo, apenas adicionar notas para futura consulta. O espaço é bem
maior do que os kindles, porém se tem limitada a capacidade do aparelho,
ponto para os aparelhos Android que em geral tem alguma entrada para
cartão, algo que facilita e muito o uso de uma grande biblioteca sem
muito aperto.
São pontos negativos o alto custo do aparelho, que faz que o
seu uso em um metrô muito raro(por favor não o use perto das portas de
acesso pela possibilidade maior de furto), o fundo que sofre facilmente
arranhões, custo de formação de um "enxoval" de aplicações e peso que
ainda não é ideal. A passagem dos arquivos para o aparelho devem passar
pelo iTunes(política da Apple...Tsk,tsk,tsk...), utilizando a aba de
Aplicações, selecionando-os para envio dentro do iPad. Há em muitas
aplicações a opção de envio via Wireless, o que pode ajudar muito quando
não se tem disponível o computador que inicialmente se realizou a
sincronização.
E o que podemos esperar para o futuro?
Aproveitando
para inaugurar o momento Mãe Diná, eu acredito que os eReaders devem
sim superar em uso os livros. De espaço diminuto, versatilidade de
aplicações, muito provável fusão de funcionalidades de tablets e
eReaders e custo muito reduzido devem fazer os livros caírem em desuso
em futuro quiçá muito próximo. Um dos problemas mais importantes para
que isso aconteça é sem dúvida a tela flexível e, melhor ainda, em
cores, um desafio sem dúvida formidável.
Quando você acha que teremos um e-reader decente com algum tipo de e-paper colorido? Tecnologias como a Mirasol da Qualcomm parece que não vão pra frente... O que será que vem por aí neste campo, pra não ficarmos presos no preto e branco? Preto e branco pra livros é ok, mas jornais e revistas merecem cores.
ResponderExcluirConcordo Eduardo... E olhe lá que essas tentativas já tem anos... Eu acho que apenas empresas pesadas como a B&N ou Amazon podem fazer diferença nesse time. Eu só fico com um pouco de medo da Amazon estar meio que abandonando o seguimento de ereaders: já faz tempo que nao sai um substituto do DX, o paperwhite é legal, mas já merece uma atualização e não só eu acha que nem todas as soluções caminham para o tablet. Como devemos ter atualizações dos iPads, também ironicamente teremos novas noticias da Amazon. E ainda há o problema da tela flexivel e, essa sim, mostram que a gente vai ficar presos no preto e branco... Aliás, imagine vc ler a sua Wired de forma monocromática....:/
ExcluirUps... "não só eu acho que"...:P
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