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Filme da vez: Finch (2021)

    

Um bom filme que ao tentar mostrar como a tecnologia poderia suprir a falta de interação humana acaba provando justamente o contrário

                                                                                                           

Nota IMDb: 7,1 (até o dia da postagem) (IMDb)
Título original: Finch
Ano de Lançamento: 2021
Diretor: Miguel Sapochnik
Estrelas: Tom Hanks, Caleb Landry, JonesMarie Wagenman
Sinopse: Finch, o único sobrevivente do apocalipse em St. Louis, constrói um robô para seu cão. Eles viajam para o oeste para escapar do tempo severo.
Crítica: Michael

Apesar de toda a dor e sofrimento que a pandemia de Covid trouxe, ao meu ver pelo menos tivemos um fator atenuante dela não ter acontecido quarenta anos atrás. Já pensou como seria se tivéssemos que nos isolar dentro de nossas casas sem internet e sem tecnologia para compartilhar as experiências, trabalhar e até mesmo se conectar com os amigos e entes queridos? Quando vista desta forma, a tecnologia é sim uma ferramenta poderosa para nos manter conectados, mesmo à distância. Esta produção da Apple TV+, Finch, cria justamente uma metáfora para a desconexão entre os seres humanos e a importância da tecnologia nisto tudo.

Este filme, porém, subverte este conceito e traz um futuro pós-apocalíptico onde o protagonista desistiu da raça humana e acaba reencontrando conforto ao se conectar com um robô inteligente criado por ele mesmo para cuidar do seu cachorro. Finch é uma pessoa extremamente amargurada que tem medo de qualquer outro ser humano e cujo melhor amigo é um animal de estimação, pois como na maioria dos filmes do gênero temos um futuro pós-apocalíptico onde os seres humanos se transformaram em bandidos e não existe mais ordem social, apenas o vale tudo do cada-um-por-si. 

Neste cenário, o filme traz a quase mágica figura de um engenheiro que consegue, sozinho e sem muitos recursos, construir máquinas mirabolantes e resolver o desafio mais complicado da computação: criar uma inteligência artificial consciente. E tudo isso para quê? Para cuidar do seu cachorro. E mesmo que você suspenda seu senso de lógica e aceite tudo isso, ainda precisa engolir a mensagem de que a conexão humana é dispensável e pode ser substituída pela tecnologia. Mas é aí que o filme acaba se traindo e provando justamente o contrário. Mesmo que a intenção dele tenha sido dizer que nem precisamos nos relacionar com outros humanos, o fato é que apenas quando o robô criado por Finch mostra a consciência e traços humanos é que ele próprio vai abrindo mão da sua amargura e evoluindo como pessoa. Ou seja, no final das contas, a tecnologia seria apenas uma ferramenta para criar outro ser humano e permitir a conexão e o relacionamento que todos nós precisamos ter para viver de forma plena. Talvez isso tenha sido intencional do roteiro e, se for, méritos para ele.

Ainda que esteja longe de ser uma de suas performances mais marcantes, Tom Hanks esbanja talento e carrega o filme literalmente sozinho enquanto contracena com um cachorro e robôs criados por efeitos especiais de alto nível. E é até difícil imaginar outro ator que teria tanta desenvoltura assim, considerando que no passado ele até já contracenou com uma bola de vôlei. Destaque também para a excelente dublagem do robô Jeff feita por Caleb Landry Jones, conseguindo transmitir diversos níveis de emoção apenas com seu tom de voz.

Com uma produção super caprichada e efeitos especiais de primeira, este filme é uma excelente opção para os fãs de ficção científica que conseguirem relevar as suposições mais fantasiosas do roteiro. Ele também traz à tona a discussão da importância da tecnologia em tempos de isolamento e, mesmo que talvez não intencionalmente, reforça o fato de que ela deve ser usada como ferramenta para nos conectar uns aos outros e nunca substituirá a necessidade de relacionamento com outros seres humanos.

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